CONFLITO IDEOLÓGICO - DECLÍNIO MARXISTA SE DEVERIA A SUA BASE FILOSÓFICA
A Revista Filosofia Ciência & Vida, em seu número 4, traz, na Capa a chamada com o título desta nota e, na pagina 62 e seguintes, artigo do jornalista Marcelo Galli em que diz que “o marxismo e o socialismo mudaram a cara do século XX”.
“Hoje as ideologias vivem em uma encruzilhada ideológica e precisam se renovar.”
Mais adiante, indaga: “Afinal, ainda faz sentido ser socialista e acreditar nessa corrente de pensamento neste começo de século XXI?”
“A resposta é sim, se o socialismo for entendido como crítica e combate ao processo contínuo de expansão do capitalismo na sua tendência a subordinar todos os âmbitos da vida social à busca da mercantilização, diz o historiador Alexandre Fortes que organizou o livro Histórias e Perspectivas da esquerda pela Fundação Perseu Abramo”.
...Mas, ressalta Fortes, os socialistas precisam de programa e estratégia concretas para o século XXI. E diz: “No meu ponto de vista, isso não significa o fim do socialismo como movimento político, mas um momento de crise e reconstrução em novas bases.
”Prossegue Marcelo Galli: “O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia identifica no livro intitulado Pensar a terceira geração da esquerda, esse novo sopro, mas ainda carece de base teórica.”
Ao tratarmos de variados temas à luz do método científico, portanto de uma maneira filosófica, poderíamos dizer que é patente a coincidência das idéias dos que abordaram o assunto, nos trechos citados, de que o marxismo, o socialismo, o esquerdismo, precisam de programa e estratégia completas, que vive um momento de crise e reconstrução em novas bases e, ainda, que a atual geração de esquerda carece de base teórica.
Portanto, numa perspectiva cibernética, um dos componentes da metodologia proposta através deste blog, os atores mencionados são unânimes em sugerir a adoção de mecanismos de “feedback” no processo filosófico e na práxis da época atual.
Na edição de amanhã, do blog Sistemismo, focalizaremos parte seguinte do trabalho do jornalista Marcelo Galli, na Revista Filosofia, Ciência & Vida, a fim de não ficarmos numa visão reducionista, tão criticada por Merval Pereira, em sua coluna em O Globo, principalmente na de ontem, quando, sob o título Visões Regionais, analisa “o levantamento do Latinobarômetro, ONG com sede no Chile que mede anualmente desde 1995 as percepções e os valores dos povos da América Latina em relação à política e à economia”, segundo o qual, “as eleições que se realizaram na região fizeram surgir uma nova geografia eleitoral, atribuindo-a, numa visão reducionista, pelo menos no que toca ao Brasil, à divisão entre ricos e pobres, colocando os primeiros à direita e os segundos à esquerda.
”E continua Merval Pereira: “Segundo essa análise, as zonas que são pólos de desenvolvimento, como o Norte do México e a Região de Santa Cruz, na Bolívia, por exemplo, assim como as zonas mais ricas do Sul do Brasil e as mais ricas do Equador se alinharam com os candidatos da direita, enquanto as regiões mais pobres desses países, apoiaram os candidatos mais à esquerda”.
Essa visão fragmentária, reducionista, criticada pelo articulista, mencionando-a em sua coluna, ontem, pelo menos três vezes, é oposta à metodologia sistêmica, cuja utilização é preconizada por este blog e, também, como se deduz, por Merval Pereira.
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