SISTEMISMO
Este blog aborda diferentes temas, segundo os postulados do Sistemismo Ecológico Cibernético.
CRISE DOS CONTROLADORES DE VÔO
Parece que o governo, finalmente, como Saulo, encontrou a “estrada de Damasco”, quando, depois de dois meses, em que o país se encontra submetido ao voluntarismo dos controladores de vôo, o Presidente Lula, ao receber em audiência o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, decidiu manter no âmbito do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestão da crise do tráfego aéreo, a par da adoção de outras providências destinadas ao seu contingenciamento.
Esta medida frustra, sem dúvida, a tentativa dos “aloprados” , no sentido de privilegiar seus interesses corporativistas, em detrimento dos objetivos dos usuários do sistema de transporte aéreo, da sociedade brasileira e da segurança do país, através da quebra a unidade e integração do sistema de controle do espaco aéreo do pais, fragmentando-o, mediante a duplicação do seu comando, um militar e outro civil, desconsiderando que o controle de vôo das aeronaves civís constitui, apenas, um dos aspectos de controle do espaço aéreo que deve, sem dúvida, permancer sob o comando militar, sem intermediação, atribuindo-se a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) os demais aspectos do controle da aviação civil.
Resta, agora, implantar um mecanismo de integração do pessoal de controle de vôo, em um sistema único (civil ou militar), mantendo-se no âmbito do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestão do sistema de tráfego aéreo do país, de acordo com a decisão presidencial.
Se adotada uma ou outra categoria de pessoal, os integrantes da outra permaneceriam em um quadro em extinção, ficando assegurados a eles todos os direitos existentes.
A decisão do Presidente Luis Inácio Lula da Silva se enquadra na tendência da organização sistêmica do serviço público federal, cujo exemplo, além dos já mencionados em blogs anteirores, é de se destacar a recente criação do Sistema Único de Segurança Pública, ao qual se integra a Força Nacional de Segurança e o Sistema Único de Informações do setor.
Na mesma linha de pensamento integrativo, portanto sistêmico, o Congresso aprovou, nesta semana, a lei de criação do FUNDEB, abrangendo desde a creche ao ensino médio, em substituição ao FUNDEF, que compreendia somente o ensino fundamental.
Wednesday, December 06, 2006
O CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO EXIGE UMA SOLUÇÃO SISTÊMICA E CIBERNÉTICA
A totalidade dos mecanismos de controle automático são do campo da cibernética.Estes mecanismos devem operar no sentido de um controle finalista, isto é, tendo em vista os propósitos do sistema que, no caso do controle do espaço aéreo, devem ser os objetivos do setor e da sociedade.
O controle do espaço aéreo é efetivado por meio de equipamentos cibernéticos, como os sistemas de radares e outros dispositivos de processamento de informações, como os computadores, cujo modelo de funcionamento se inspira na fisiologia do próprio organismo humano, particularmente do seu sistema nervoso central, tudo operando automaticamente, desde que não seja perturbado por distúrbios da consciência e deturpação da linguagem.
Os equipamentos cibernéticos do sistema de controle de vôo não podem ficar submetidos ao humor dos controladores de vôo, como se corpo social fosse exercido semelhantemente ao que ocorre com o corpo humano, quando controlado pelo cérebro de drogado, pois o que assistimos, pasmos, é o interesse do país e da sociedade ficarem a mercê dos interesses corporativistas de uma categoria profissional, que se sobrepõe aos desígnios da sociedade.
É de se perguntar: Quem controla os controladores de vôo? Porque o estado não cumpre o seu papel de controlador social, deixando a sociedade à mercê de controladores "aloprados."
É necessário que se organize sistemicamente o setor, criando-se o SISTEMA ÚNICO DE CONTROLE DE VÔO, além de lhe atribuir uma administração cibernética, capaz de operá-lo de acordo com os seus verdadeiros objetivos, conduzindo-o no sentido da eficiência e da eficácia, pondo termo à balburdia e ao caos.
É preciso que as autoridades deixem serem tíbias e omissas, atribuindo ao problema uma solução técnica, deixando de lado a exploração política do problema, tanto pelo lado do governo como da oposição.Felizmente, neste momento, em um ambiente em que ninguem se entende, surge uma autoridade que age com sensatez, senão vejamos:
Aldo descarta votar lei para desmilitarizar controle aéreo
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), reagiu com cautela a algumas das soluções apresentadas por parlamentares para conter a crise nos aeroportos do país. Ele descartou colocar em votação uma lei que determine a desmilitarização do controle do espaço aéreo brasileiro."Eu acho precipitado encontrar atalhos ou diagnósticos fáceis para a crise. Atribuir à natureza militar da atividade a razão da crise é muito fácil e simples", disse Aldo a jornalistas nesta quarta-feira.O sistema de controle do tráfego aéreo no Brasil é misto. Embora a função também seja desempenhada por alguns civis, a estrutura é toda militar. Os controladores civis são obrigados a respeitar a disciplina imposta pelo comando da Aeronáutica, sem direito a greves e questionamento das ordens do alto comando.A natureza da função e a reivindicação dos profissionais por planos de carreira e melhores salários abriram um debate polêmico sobre a desmilitarização do setor, já que o governo não pode aumentar o salário da categoria, sem elevar também os rendimentos de todo o serviço militar brasileiro.Desde o fim de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país. A crise foi desencadeada pela operação-padrão dos controladores por melhores condições de trabalho, após o acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas.No início de novembro, a situação ficou ainda mais problemática, sem controladores suficientes para atender a demanda de decolagens, sobretudo em Brasília.Na última terça-feira, uma nova onda de atrasos, atribuída a uma pane no sistema de comunicação, provocou mais uma série de tumultos e atrasos de mais de seis horas. Quase todas as decolagens para a capital foram suspensas.Nos aeroportos, no entanto, a informação dada aos passageiros era de que as operações haviam entrado em ritmo lento em caráter de protesto. Não se ouviu falar em pane de equipamentos."Claro que foi um boicote. Temos que desmilitarizar esse processo, primeiro porque não podemos dar aumento geral (a todo o serviço militar brasileiro), segundo porque temos que ampliar o número de controladores civis", defendeu o deputado Carlito Merss (PT-SC).O presidente da Câmara anunciou que uma comissão parlamentar acompanhará a crise nos aeroportos junto ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica. Uma audiência pública com todos os representantes do setor, inicialmente marcada para esta tarde, foi adiada para a próxima quarta-feira a pedido do próprio ministro da Defesa, Waldir Pires.
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