quinta-feira, julho 31, 2008

Felipe corre risco de não ser candidato a Deputado, em 2010 (Publicado no Site da FM PAN de Aquidauana - MS)

Terça-feira, 29 de Julho de 2008 | 06:43Hs
Edson Paim

Site da cidade noticiou que, segundo um vereador, o Prefeito Felipe Orro estaria desinteressado da eleição de Odilon Ribeiro.
Procuramos atinar sobre a possível justificativa para essa pretensa atitude e chegamos à conclusão de que Orro poderia ter a consciência da possibilidade de acontecer com ele, em 2010, o que ocorreu com José Fragelli, em 1958.
Embora Fragelli tenha exercido os mandatos de Deputado Estadual, de 1947 a 1954 e, de Deputado Federal, de 1955 a 1959, desempenhados com brilhantismo e competência, estes fatos não constituíram argumentos suficientes para lhe garantir a indicação do Diretório da UDN de Aquidauana, para concorrer à reeleição, em 1958, sendo substituído pelo então Prefeito Fernando Ribeiro.
A razão para isto, apresentada pela direção partidária, fora assim expressa:
“ Você já foi Deputado, agora é a vez do Tico”.
Esta versão era propalada, à solta, em Aquidauana, naqueles tempos.
Fragelli deixou o Palácio Tiradentes e se recolheu à sua fazenda e voltou a advogar, tendo afirmado que não mais retornaria à política, na ocasião em que me deu carona, de Campo Grande à Aquidauana, em 1961.
Entretanto, o General Emílio Garrastazu Médici que comandara a 4ª. Divisão de Cavalaria, sediada em Campo, no inicio da década de 70, conhecendo bem as qualidades de Fragelli, por isto, como Presidente, o nomeou governador de Mato Grosso, cargo que exerceu de 1970 a 1974.
Não fosse isto, teria sido cortada, daquela maneira, a carreira do maior político de Aquidauana (embora nascido em Corumbá), e um dos mais importantes do Mato Grosso.
Deixou o governo e elegeu Senador da República, exercendo o mandato de oito anos, além de ter sido grande Presidente do Senado Federal, ocasião em que veio a assumir a Presidência da República, honraria que só obtiveram outros dois cidadãos do velho Mato Grosso: Eurico Gaspar Dutra e Jânio Quadros.
Como a história se repete: no caso de Odilon se eleger Prefeito, Zélito poderá ser indicado candidato a Deputado, em 2010 e Felipe Orro preterido, desde que, maiores proximidades genéticas venham a prevalecer sobre outras razões, como aconteceu no caso de José Fragelli, em 1958.

quarta-feira, julho 30, 2008

ORGANIZAÇÃO SISTÊMICA DO POVO BRASILEIRO:

CPF deverá ser emitido junto com a certidão de nascimento

A Receita Federal confirmou nesta quarta-feira (30) que deve ser assinado um convênio, em agosto deste ano, com a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), que representa os cartórios, para que as crianças nascidas tenham o Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitido no cartório juntamente com a certidão de nascimento.

"Já tivemos algumas reuniões [com a Receita Federal] e estamos prestes a assinar o convênio em agosto", confirmou o presidente da Anoreg, Rogério Bacellar, ao G1. Em um primeiro momento, haverá um projeto-piloto em algumas regiões. Não se sabe em quanto tempo, de agosto em diante, a medida passará a ser obrigatória em todo o Brasil.

Segundo o presidente da Anoreg, o maior interessado no assunto é mesmo da Receita Federal, que passaria a ter um controle mais próximos dos contribuintes desde o seu nascimento. "Têm pais que, quando os filhos nascem, já abrem caderneta de poupança ou compram um imóvel e colocam em seu nome", explicou Bacellar.

Emissão gratuita

Ainda não está definido, mas segundo revelou Bacellar, a idéia é que, assim como a certidão de nascimento, a emissão de uma via do CPF também seja gratuita nos cartórios. "Não definimos ainda, mas o CPF deve ser de graça mesmo", disse ele.

Nos Correios, que são responsáveis por 60% das solicitações de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) junto à Receita Federal, é possível pedir emissão, segunda via, alteração de dados cadastrais e regularização do CPF. Qualquer um dos serviços custa R$ 5,50.

No caso de inscrição, a entrega do documento é feita na residência do cliente 15 dias úteis após o pedido. O número da inscrição pode ser informado pela agência dois dias úteis após o atendimento, desde que o pedido não tenha sido feito em uma agência franqueada.

O que é o CPF?

O CPF é o documento que identifica o contribuinte pessoa física perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). O CPF armazena as informações cadastrais da pessoa fornecidas pelo próprio contribuinte e pelos outros sistemas de dados da Receita Federal. Segundo a lei, cada pessoa pode se inscrever no cadastro somente uma única vez e, portanto, só pode possuir um único número de inscrição.

Segundo dados da Receita Federal, 66,3 milhões de pessoas renovaram o CPF em 2007 por meio da chamada declaração de isento, que também deve acabar neste ano. Além disso, outras 24 milhões de pessoas declararam IR neste ano, o que também funciona como uma confirmação do CPF. Deste modo, há pelo menos 90 milhões de CPF's ativos no Brasil.

Globo.com
Brasil transborda de esperança em meio a crise global, diz jornal

da BBC Brasil

Uma reportagem publicada na capa da edição desta quarta-feira do diário "International Herald Tribune" afirma que o Brasil "transborda de esperança" em meio à crise econômica global.

O texto atribui o clima esperançoso ao bom momento econômico que o país atravessa.

"O Brasil, a maior economia da América do Sul, está finalmente pronto para concretizar seu potencial como importante ator no cenário global, dizem os economistas, já que atravessa sua maior expansão econômica em três décadas", afirma a reportagem.

O correspondente do jornal diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou o impulso populista de seus parceiros na Venezuela e Bolívia e estimulou o crescimento do país com uma "combinação eficiente de respeito pelos mercados financeiros e programas sociais direcionados."

"O Brasil diversificou a base industrial, tem potencial para expandir o setor agrícola e possui uma enorme reserva de recursos naturais ainda não aproveitados. Novas descobertas de petróleo irão impulsionar o país para o ranking das grandes potências petroleiras globais na próxima década", cita a reportagem.

Segundo o texto, o mercado doméstico também contribui para o crescimento e o fortalecimento da economia brasileira, já que o bom momento afeta todas as camadas sociais e estaria não apenas criando "uma nova classe de super-ricos", mas também expandindo a classe média do país.

"Na verdade, com a moeda forte e a inflação no geral controlada, os brasileiros estão em uma temporada de consumo que se tornou o principal motor da economia", afirma o Herald Tribune.

"O que faz o Brasil mais resistente é que o resto do mundo importa menos", disse ao jornal Don Hanna, responsável pelas economias emergentes no Citibank.

Programas

A reportagem de capa destaca ainda o papel dos programas sociais do governo brasileiro no crescimento econômico do país.

Segundo a matéria, Lula teria aprofundado os programas iniciados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria "conduzido muitas das reformas estruturais que deram as bases para o atual crescimento estável do Brasil."

Entre os programas citados pelo jornal estão o Bolsa Família e o Banco do Nordeste.

De acordo com a reportagem, assinada de Fortaleza, esses programas ajudaram a expandir o emprego formal e informal, impulsionaram a classe média e "colocaram dinheiro no bolso dos nordestinos".

"O número de pessoas abaixo da linha da pobreza - definidas como aquelas que ganham menos de R$ 125 por mês, ou US$ 79,5 - caiu de 38% em 2000 para 33% em 2006", afirma o texto.

sábado, julho 26, 2008

A CRISE SISTÊMICA DOS ALIMENTOS E O PAPEL DA AMÉRICA LATINA NA SUA SOLUÇÃO

Crise dos alimentos: 'O pior já passou', diz FAO

O pior da crise dos alimentos já passou e a América Latina "está se consolidando como a grande produtora de alimentos do planeta", na opinião de José Graziano Da Silva, diretor regional para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO.

"Neste momento, acreditamos que as perspectivas (sobre uma solução para a crise) são muito boas. Nos dá a impressão de que o pior já passou", disse Graziano em entrevista à BBC.

Graziano diz que os preços dos principais produtos, como o trigo e o arroz, estão se estabilizando e que "a produção de quase todos os cereais tem registrado um crescimento muito significativo e (espera-se) alcançar um recorde mundial em 2008".

Depois de meses de manchetes alarmantes sobre o aumento contínuo dos preços dos alimentos, a FAO acredita que a situação mundial de oferta e demanda melhorará graças a um aumento da produção mundial de cereais de 2,8%.

Segundo Graziano, esse aumento na produção será especialmente marcante na América Latina, onde ficará em torno de 5,7%.

"Os países do Mercosul, incluindo o Brasil, têm aumentando sua produção, o que tem contribuído para frear a escalada dos preços", afirmou.

Produção e fome Graziano afirmou, no entanto, que a América Latina vive um paradoxo, já que produz mais do que consome e "os mais pobres são os pobres do campo, que são os que produzem os alimentos." Para Graziano, a solução está em políticas de proteção aos setores mais vulneráveis - já iniciadas por governos da região - e no estímulo à agricultura familiar. "A alta nos preços dos alimentos pode representar uma oportunidade de melhora das receitas. Isso se os países têm políticas de apoio à agricultura familiar, às infra-estruturas nas zonas rurais", afirmou.

Ele afirmou ainda que o país da região que mais o preocupa é a Bolívia.

"Há uma situação de insegurança alimentar severa. As zonas mais afetadas têm sido as do altiplano, que têm sofrido inundações." Crescimento e inflação O diretor da FAO disse que o grande problema da inflação na América Latina é que ela afeta os pobres em dobro.

"A inflação média na região está em cerca de 6%, mas o impacto sobre os mais pobres chega a 12% e isso acontece porque a maior parte de sua renda vai para o consumo de alimentos", afirmou.

Mesmo assim, Graziano afirma que o impacto que as medidas antiinflacionárias terão sobre o crescimento é ainda mais preocupante.

"A maior parte dos bancos centrais, por recomendação das instituições financeiras internacionais, começaram a aumentar as taxas de juros. Isso vai afetar o crescimento, e o crescimento para a América Latina é vital", afirmou.

Biocombustíveis Segundo Graziano, a FAO reconhece que os combustíveis tem tido um impacto importante no aumento dos preços dos alimentos, mas afirma que é preciso esclarecer a que tipo de biocombustível a organização se refere.

"A FAO reconhece dois tipos de impacto: o primeiro seria o aumento do consumo do milho nos Estados Unidos para a produção do álcool e o segundo é o aumento do consumo da colza, que se utiliza na Europa para a produção de biocombustíveis", afirmou.

"Por outro lado, nós não temos verificado um impacto significativo do uso da cana-de-açúcar", completou.

Desigualdade Apesar das boas expectativas para a solução da crise, Graziano afirma que nos países que têm baixas receitas, como os africanos, "não houve um aumento tão significativo da produção, e continuará existindo uma pressão dos preços no número de pessoas famintas." A longo prazo, o diretor da FAO acredita que o mundo terá condições de produzir o suficiente para alimentar mais pessoas.

"A FAO estima que para o ano de 2050 vamos ter de duplicar a produção alimentar para atender a uma população de 9 milhões de pessoas, mas acreditamos que isso será possível", afirmou.

O principal problema, na opinião de Graziano, está na desigualdade da partilha desses alimentos.

"Há países e regiões e setores dentro de cada país que consomem mais do que precisam, e outros têm níveis elevados de desperdício por causa do mal armazenamento ou transporte", completou.

Folha Online

sexta-feira, julho 18, 2008

A Política Nacional, o Golpe de 1964 e seus reflexos em Aquidauana

(Publicado no Site da FM PAN de Aquidauana - MS, em 17-07-08

Apesar da ausência de nitidez ideológica, como vem ocorrendo na maioria dos municípios brasileiros, fruto da dissolução dos partidos, pelo governo ditatorial, é conveniente, para se compreender, mesmo hoje, a política aquidauanense, nos remontarmos ao cenário em que ela se desenvolvia no período anterior a 1964 e, o que ocorreu, posteriormente.
Até então, os campos políticos eram bem delimitados: três correntes políticas predominavam:
A UDN à direita (conservadora), o PSD ao centro (nem um, nem outro, antes pelo contrário, como diria um político mineiro) e o PTB à esquerda (reformista).
Como não poderia deixar de ser, este quadro se repetia em Aquidauana, seguindo a lógica da política federal e estadual.
O PSP (Partido Social Progressista) era, predominantemente, paulista, sem característica ideológica e personalista, pertencente ao ex-Interventor e ex-Governador de São Paulo, o médico Ademar de Barros, duas ou três vezes candidato a Presidência da República.
Entre outras correntes, destacamos o PSB, com clara definição socialista, o PRP, integralista, de Plínio Salgado e, o PL, do Deputado gaúcho Raul Pila, baluarte da pregação do regime parlamentarista, idéia que penetrava nos diversos partidos, tendo seu avanço detido e frustrado pela sua implantação, como casuísmo, para “castrar” o Governo de João Goulart, tendo vida efêmera, revogado por plebiscito. .
A UDN perdera a eleição presidencial de 1945, quando o Brigadeiro Eduardo Gomes foi derrotado pelo General Eurico Gaspar Dutra.
Nesta eleição concorreu também o candidato do Partido Comunista, Iedo Fiúza.
Em Aquidauana foi candidato a Deputado Estadual o Sr. José Alves Ribeiro (“Coronel” Zélito”), não se elegendo.
Em 1950, o mesmo Brigadeiro (UDN) perdeu a eleição para Getúlio Vargas.
0 PSD concorreu com Cristiano Machado que teve pequena votação, pois as bases pessedistas preferiram, gerando a palavra “cristianização”.
Descorçoada com os pleitos eleitorais a UDN começa apelar para o golpismo, desenvolvendo oposição sectária e “infernizando” o Governo Vargas.
O suicídio de Getúlio Vargas conduz ao poder o Vice-Presidente Café Filho, do PSP, eleito na chapa de Vargas, mas que se aproximara da UDN.
É nomeado o General João Baptista Dufles Teixeira Lott para Ministro da Guerra
O suicídio de Getúlio, em 24 de agosto de 1964, golpeia a UDN. Ele, morto aterroriza, muito mais, e faz mais estragos na UDN, do que quando vivo.
Juscelino Kubstcheck, do PSD, ex-Governador de Minas Gerais se candidata a Presidente da República, em 1955.
A UDN, já apelidada “vivandeira dos quartéis”, brada, através do jornalista Carlos Lacerda, seguido em coro pela chamada “banda de música da UDN, esbravejando: Juscelino não será eleito, se for eleito, não tomará posse, se tomar posse não terminará o mandato.
Pois bem, Juscelino é eleito, vencendo o candidato da UDN, General Juarez Távora, o qual pregava a “revolução pelo voto”.
Inicia-se ferrenha campanha udenista contra a posse de Juscelino Kubstcheck de Oliveira.
O mesmo Lott viria impedir o Presidente Café Filho, em 11 de novembro e, em 21 do mesmo mês, o Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, que o substituíra na Presidência da República, tudo isto, unicamente para assegurar a posse de Juscelino.
O Governo de Juscelino, com seu plano de metas, o slogam “Cinqüenta anos em cinco” a fundação de Brasília, a mudança da Capital para o Planalto, o desenvolvimento da indústria automobilística, entre outras causas, transformaram Juscelino no maior estadista da República, ombreando com Getúlio Vargas.
Em Aquidauana, existia um alto nível de partidarismo, de fidelidade partidária e de caciquismo e coronelismo político.
O eleitorado de cada partido era bem delimitado.
O candidato não tinha muita significação. Importante era a sigla a que pertencia e o cacique que a comandava.
Eu sou da UDN, eu do PSD, eu sou do PTB, eu sigo o Coronel Zelito, eu acompanho Ovídio Costa, eu sigo Antonio Trindade, eu acompanho o Bonifácio (Nunes da Cunha),
Eu estou com o Maneco (Manoel Paes de Barros), predecessor de Antonio Gonçalves, o Antoninho e, Manoel Souza Cruz, no comando do PTB.
Nas últimas eleições, incluindo a de 1962, o PSD e o PTB estiveram coligados.
O eleitor afirmava: Eu sou da coligação ou, eu sou udenista.
Fundado sob a inspiração de Getúlio Vargas, “entre 1945 e 1964 foi o PTB o partido que mais cresceu, tanto em número de votos, quanto em número de filiados: em 1946 o PTB tinha 22 deputados federais; em 1964 já tinha 104. Isto refletiu a crescente urbanização e industrialização que o Brasil experimentou naqueles anos. O PTB era, entre os grandes partidos de então, o mais à esquerda, e era constantemente acusado pelos opositores de ter políticas comunistas.”
Era assim. O golpe de 1964 mudou tudo. E agora?... (Edson Paim escreveu).

terça-feira, julho 15, 2008

Lula Cria Comité Gestor da Candidatura do Rio à Olimpíada de 2016

Da Agência Brasil

Brasília - A partir de hoje (15) o Ministério do Esporte intensifica as atividades para a candidatura do Brasil aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. O decreto de criação do Comitê de Gestão da Candidatura Rio 2016, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está publicado no Diário Oficial da União.

O grupo é formado por representantes dos Ministérios da Defesa, Cultura, Educação, Fazenda, da Casa Civil, além da Advocacia-Geral da União, e coordenado pelo Ministério do Esporte.

Compete aos membros do comitê, segundo a norma, “gerenciar plano estratégico de ações do governo brasileiro para o desenvolvimento e a promoção da candidatura do Rio como sede das competições, além de criar e manter base de dados sobre as atividades desenvolvidas, a fim de dar transparência às atividades do comitê”.

De acordo com o decreto, o grupo tem até o dia 31 de março de 2010 para entregar à presidência da República relatório final sobre a candidatura do estado.

sexta-feira, julho 11, 2008

Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional tem debate no Rio

Agência Brasil

Brasília - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, recebe hoje (11), às 16h30, o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, e o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Onaur Ruano, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Eles vão conversar sobre os mecanismos que precisam ser criados para a construção do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).

Também participam da audiência as representantes do Consea estadual: Kátia Maia, superintendente de Segurança Alimentar da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH); Regina Oliveira e Mariana Santarelli, representando a sociedade civil.

quarta-feira, julho 09, 2008

Liberalização do comércio global: Lula está disposto a desbloquear Rodada Doha

da Efe, em Toyako (Japão)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está disposto a desbloquear as negociações da Rodada Doha, de liberalização do comércio global, disse nesta quarta-feira o premiê do Reino Unido, Gordon Brown.

Essa foi a mensagem que Brown diz ter recebido de Lula na reunião bilateral durante a cúpula do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), na ilha japonesa de Hokkaido. "O presidente Lula quer desbloquear as negociações na OMC [Organização Mundial do Comércio]", disse Brown.

Entenda o que é a Rodada Doha

O premiê assinalou que o sinal dado pelo presidente brasileiro é crucial para as negociações que alguns países-membros da OMC, entre eles Brasil, Índia e Estados Unidos, realizarão a partir de 20 de julho em Genebra (Suíça).

"Reino Unido e Brasil acreditam que um ambiente comercial aberto levará prosperidade às pessoas de todo o mundo e ajudará a tirar milhões de pessoas da pobreza", assinalaram os dois países em comunicado conjunto divulgado após a reunião. "Estamos convencidos de que, em um momento no qual existe uma incerteza econômica global e os preços dos alimentos sobem, devemos abrir os mercados e ampliar o comércio em vez de recorrer ao protecionismo", diz a mensagem.

"Após meses de duro trabalho e detalhadas negociações, agora estamos perto de um acordo", assinalaram no comunicado.

O Brasil integra, ao lado de China, México, Índia, e África do Sul, o chamado G5.

Os subsídios agrícolas foram hoje o principal ponto de atrito durante a reunião entre os líderes do G8 e do G5. Brasil, China, México, Índia, e África do Sul atribuem aos subsídios agrícolas dos países industrializados a maior parte da culpa pela atual crise alimentícia, que em sua opinião, representa uma ameaça contra seu desenvolvimento.

Segundo um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Japão, os dois grupos continuam divididos sobre como trabalhar dentro da OMC as negociações da Rodada de Doha para a liberalização do comércio global.

Na declaração conjunta divulgada um dia antes da reunião com os líderes do G8, o G5 advertiu que "é imperativo criar um entorno internacional propício ao comércio relacionado com a produção agrícola, estabelecendo um regime de comércio internacional para produtos agrícolas".

O porta-voz japonês disse que os dois grupos decidiram cooperar para resolver o problema da alta dos preços dos alimentos, que fez subir a inflação nos países em desenvolvimento.

Folha Online

terça-feira, julho 08, 2008

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO CIVIL

Ministério da Justiça debate criação de registro civil único

Agência Brasil

Brasília - Começa hoje (8) em Brasília, no Centro de Convenções do Brasília Alvorada Park Hotel, o Encontro Nacional de Identificação. Promovido pelo Ministério da Justiça e o Departamento de Polícia Federal, o encontro debaterá as tecnologias disponíveis para promover a cidadania a partir da emissão de documentos oficiais invioláveis.

O objetivo é reunir representantes do governo para avaliar as tecnologias disponíveis para a criação do RIC - Registro de Identidade Civil Único - que deverá garantir ao cidadão um único documento oficial e seguro, com todas as informações necessárias - RG, CPF e outras destinadas a garantir acesso pleno aos serviços públicos.

O encontro vai até sexta-feira (11).

segunda-feira, julho 07, 2008

ALTA DOS PREÇOS DOS ALIMENTOS TERÁ PRIORIDADE NOS DEBATES DO G-8

Mylena Fiori
Enviada especial
Agência Brasil

Hokkaido (Japão) - A alta nos preços dos alimentos estará no centro dos debates da reunião do G8, de hoje (7) a quarta-feira (9) na Ilha de Hokkaido, no Japão. O tema não estava previsto na pauta inicial do encontro anual de líderes dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França. Alemanha. Itália, Japão e Rússia. Foi imposto pelas circunstâncias e acabou ganhando prioridade diante do fracasso da Conferência de Alto Nível da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), realizada no mês passado em Roma.

A expectativa é de que o seleto clube dos ricos consiga estabelecer consenso sobre medidas de médio e longo prazos para combater a inflação dos alimentos e garantir segurança alimentar tanto em países pobres quanto nas nações desenvolvidas.

A decisão japonesa de incluir a crise mundial de alimentos nos debates do G8 foi anunciada durante a 13ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em abril. Na ocasião, como presidente de turno do G8, o Japão inclusive pediu a cooperação da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial. A disposição de dar prioridade à crise alimentar na cúpula de Hokkaido foi reiterada na Conferência da FAO, que se propunha a identificar causas e soluções para a disparada nos preços dos alimentos.

Na abertura da reunião de Roma, o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, ressaltou que a hora era de ações concretas, não mais de debates. "O problema da insegurança alimentar é político", concluiu Diouf. Apesar disso, depois de três dias de discussões, os 180 países presentes se limitaram a declarar boas intenções e assumir o compromisso genérico de acabar com a fome no mundo e assumir a segurança alimentar como política nacional permanente. O anúncio de ações objetivas foi empurrado para o colo dos países mais industrializados do mundo, que formam o G8 com a Rússia.

Em seu discurso na FAO, o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, deu o tom de como serão as discussões no âmbito do G8. "Continuamos nossa dependência de combustíveis fósseis sem refletir sobre nosso estilo de vida de produção em massa, consumo em massa e lixo em massa, além da crescente emissão de gases de efeito estufa", afirmou.

Fukuda clamou por medidas urgentes para aliviar a fome e apoiar as safras de 2008 e 2009 e revelou que o governo japonês está disposto a colocar no mercado internacional, num futuro próximo, mais de 300 toneladas de arroz importado e estocado.

"Gostaria de fazer um chamado para que outros países liberem seus estoques para devolvermos algum equilíbrio ao mercado internacional de alimentos, que anda muito aquecido", disse o primeiro-ministro japonês.

Ele também pediu aos demais países que limitem suas políticas de restrições às exportações agrícolas - como a sobretaxação de exportações de grãos determinada pelo governo argentino para assegurar o abastecimento doméstico.

"Se a situação atual do mercado de alimentos é resultado da especulação e de outros fatores não relacionados à demanda real, é imperativo que demonstremos força política para monitorar estes fatores", frisou Fukuda, sinalizando o apelo que o Japão fará aos demais membros do G8 na presidência rotativa do grupo.

"Vamos nos comprometer com amplas discussões sobre mercados, comércio, desenvolvimento, mudanças climáticas e energia - que são, na verdade, os fatores que estão por trás da elevação dos preços dos alimentos -, e traduzir isso em ação", assegurou.

domingo, julho 06, 2008

PAÍSES EMERGENTES SEGUEM LONGE DO G-8

As pretensões do Brasil e de outros países emergentes que vêm participando como convidados nos últimos anos das reuniões de cúpula do G8 de se incorporarem ao grupo das potências econômicas mundiais, transformando-o em G13, estão longe de se concretizar, dizem especialistas ouvidos pela BBC Brasil. Na cúpula que se inicia nesta segunda-feira na ilha de Hokkaido, no Japão, o chamado G5, grupo formado por Brasil, China, Índia, México e África do Sul, estará novamente presente como convidado, como vem ocorrendo regularmente desde 2005. Apesar de comentários isolados como o do virtual candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, defendendo a exclusão da Rússia do G8 e a incorporação da China e do Brasil, esta é uma realidade ainda distante, segundo a BBC Brasil ouviu de diplomatas e analistas.

Jovem Pan

quarta-feira, julho 02, 2008

Veja repercussão do resgate de Betancourt na imprensa internacional

colaboração para a Folha Online

A imprensa internacional deu destaque ao resgate de 15 reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo Exército colombiano, entre eles a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt e três norte-americanos.

A libertação foi confirmada pelo ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. Ele afirmou que o estado de saúde de todos os reféns está razoavelmente bom após os anos que passaram na selva colombiana.

"Essa foi uma ação sem precedentes", declarou Santos, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."

A franco-colombiana Betancourt foi seqüestrada em 2002, quando fazia campanha eleitoral para sua candidatura. Ela foi vista pela última vez em um vídeo da guerrilha divulgado no ano passado, onde aparecia abatida e doente.

Líderes políticos mundiais se pronunciaram e comemoraram a libertação de Betancourt.

Veja repercussão na imprensa internacional:

"New York Times" (EUA)

"Quinze reféns mantidos por rebeldes colombianos são libertados"
Reprodução

A Colômbia anunciou nesta quarta-feira ter resgatado 15 reféns da guerrilha das Farc, incluindo Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial, e três norte-americanos mantidos pela guerrilha a mais de quatro anos.

Os EUA estavam envolvidos no plano da operação e ajudaram com "o apoio específico", de acordo com a Casa Branca. Mas os oficiais não descreveram a natureza deste apoio, nem disseram se foram incluídos serviços de inteligência ou ajuda militar.

O resgate dos reféns, os quais o ministro da Defesa afirmou estarem em bom estado de saúde, marca a maior vitória da Colômbia na luta contra as Farc (Forças Armadas revolucionárias da Colômbia), uma insurgência de inspiração marxista que tenta derrubar o governo colombiano há mais de quatro décadas.

O filho de Betancourt, Lorenzo Delloye, afirmou à agência France Presse que as notícias são um "uma felicidade imensa, uma felicidade indescritível"

"Guardian" (Reino Unido)

"Militares colombianos resgatam reféns, incluindo Betancourt"
Reprodução

A Colômbia resgatou Ingrid Betancourt e três norte-americanos de guerrilheiros de esquerda nesta quarta-feira, após uma operação de espiões militares que enganaram os rebeldes e os renderam sem um único ferido, segundo o ministro da Defesa, juan Manuel Santos.

Ao todo, a operação libertou 15 reféns, incluindo soldados e policiais colombianos, afirmou Santos.

O resgate é a mais séria derrota para a guerrilha de 44 anos das Farc, que considerava Betancourt e os três americanos como suas moedas mais valiosas de barganha.

Em Paris, o filho da política franco-colombiana, Lorenzo Delloye, chamou a libertação da mãe, após seis anos de cativeiro, de "se verdadeira, a notícia mais bonita de toda a minha vida".

As famílias dos três reféns norte-americanos Marc Gonsalves, Thomas Howes e Keith Stansell não deram entrevistas.

"El País" (Espanha)

"Libertados Ingrid Betancourt e três norte americanos em poder das Farc"
Reprodução

O Exército da Colômbia resgatou sãos e salvos a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, três norte-americanos e 11 militares seqüestrados pelas Farc, anunciou hoje o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos. Depois de 2.323 dias em cativeiro na selva colombiana, Betancourt poderá voltar a ver seus familiares e amigos.

Eles estavam a 72 quilômetros do povoado de San José del Guaviare, no sudoeste do país. Dois helicópteros ajudaram o resgate e, segundo o general Freddy Padilla de León --a maior autoridade das Forças Militares Colombianas-- dois guerrilheiros foram detidos na operação. Segundo o ministro Santos, os resgatados estão com "um estado de saúde razoável"

"Minhas felicitações muito sinceras a nossos homens da Inteligência do Exército", acrescentou Santos, ao mencionar os generais Freddy Padilla, comandante das Forças Militares, e Mario Montoya, comandante do Exército, pelo resgate, que teve como nome "Operação Jaque" e se realizou "sem o disparo de nenhum tiro".

"Esta operação que se denominou Jaque não tem precedentes e mostra a qualidade e o profissionalismo das Forças Militares colombianas", disse Santos, que acrescentou que "o país não terá como agradecer-lhes semelhante operação de resgate", que estava em execução há mais de um ano.

"Le Monde" (França)

"Ingrid Betancourt foi libertada"
Reprodução

Uma operação realizada pelas Forças Armadas Colombianas permitiu a liberação, quarta-feira (2 de julho), da antiga candidata às eleições presidenciais Ingrid Betancourt ao lado de três cidadãos norte-americanos e 11 militares colombianos que estavam seqüestrados pelas Farc.

Juan Manuel Santos, ministro colombiano da Defesa, anunciou a notícia em Bogotá, precisando que a operação ocorreu perto de San Jose del Guaviare, no sudeste do país.

Segundo a mesma foste, dois helicópteros participaram da operação, na qual dois guerrilheiros foram detidos. O ministro afirmou que a operação estava em curso há um ano e ressaltou o trabalho feito pelos generais Freddy Padilla de leon, chefe das Forças Armadas, e Mario Montoya, responsável pela zona onde ocorreu a operação.

Ao anunciar a libertação dos reféns, o ministro da Defesa afirmou ter ocorrido uma operação de infiltração de nível muito alto. Ele disse que os reféns se encontravam detidos em três diferentes lugares e que, para permitir a libertação, foi necessário que as Forças Armadas Colombianas se infiltrassem no secretariado, a direção coletiva de mais alto nível das Farc.

E foi nesse contexto os responsáveis pela movimentação da guerrilha decidiram unir os reféns, para transferi-los ao controle único de Alfonso Cano, quem assumiu a liderança das Farc após a recente morte de Manuel Marulanda, conhecido como "Tirofijo".

"El Clarín" (Argentina)

"Golpe às Farc: resgataram Ingrid Betancourt em uma operação militar audaz"
Reprodução

Estava há mais de seis anos no poder da guerrilha. Também libertaram a outros 14 reféns, entre eles três norte-americanos. Segundo o governo de Uribe, a operação foi realizada por soldados do exército que se infiltraram na organização rebelde.

Foi uma preocupação que se prolongou por seis anos, com a selva como cúmplice involuntária. E que se converteu no símbolo do dramático conflito interno que sangra a Colômbia há quatro décadas.

A história de seu cativeiro, que gerou um repúdio unânime da comunidade internacional, escreveu nesta tarde seu capítulo final: Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial e refém da guerrilha das Farc desde 2002, foi resgatada ilesa junto a outros 14 reféns em uma operação audaz organizada por tropas de Bogotá.

O anúncio oficial ficou nas mãos do ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. Segundo afirmou, as tropas do governo conseguiram "infiltrar-se na guerrilha das Farc, a mesma guerrilha que tem mantido um numeroso grupo de seqüestrados em seu poder nos últimos anos".

"El Tiempo" (Colômbia)

"Resgatada Ingrid Betancourt, os três norte-americanos e outros 11 seqüestrados da Força Pública"
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Encontram-se sãos e a salvo. Assim comunicou o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, em uma coletiva.

A libertação ocorreu nesta manhã (horário local) a cerca de 70 quilômetros ao sul da cidade de San José del Guaviare, capital departamental, em um lugar sobre o rio Apaporis, em uma operação realizada por um grupo de elite das Forças Armadas Colombianas, acrescentou o ministro.

Na operação foram capturados vários guerrilheiros, entre eles um chefe das Farc conhecido somente como César, afirmou ele.

Betancourt foi seqüestrada em 2002 pelos rebeldes das (Farc) Forças Armadas revolucionárias da Colômbia, quando realizava campanha pela presidência.

Os três norte-americanos foram seqüestrados em fevereiro de 2003 quando o avião em que realizavam operações antidrogas nas selvas de Caquetá (sudeste) caiu em território controlado pelos rebeldes.
Crise mundial de alimentos domina discursos em encontro de presidentes do Mercosul

Mylena Fiori
Enviada Especial
Agência Brasil


San Miguel de Tucumán (Argentina) - Embora não estivesse na pauta, a crise mundial de alimentos e a disparada no preço do petróleo - que bateu US$ 140 por barril nas últimas semanas - acabaram dominando os discursos e as propostas da 35ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Mercosul, realizada hoje (1º) na cidade argentina de San Miguel de Tucumán.

Procurando se eximir dos pequenos avanços em temas do bloco durante a presidência rotativa argentina, a presidente Cristina Kirchner argumentou, logo na abertura da plenária, que nos últimos seis meses os alimentos e a energia invadiram a agenda pública dos países no mundo todo.

"Essa disparada dos preços em matéria de alimentos põe em risco não só a economia de um país, não só as reservas de um banco central, mas coisas mais tangíveis, e que nos faz muito mais responsáveis, que é a mesma dos homens e mulheres de nossos povos", disse Cristina.

Tanto Cristina quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva culparam a especulação financeira pela inflação de alimentos. A presidente argentina assinalou, inclusive, a simultaneidade da disparada dos preços com a crise do mercado hipotecário americano. "Quando os bancos começam a fazer água é quando começam, precisamente, os movimentos especulativos no setor dos alimentos. A economia cassino que estava circunscrita ao âmbito financeiro e ao mercado de dinheiro começa a se transferir para o mundo dos alimentos", afirmou Cristina Kirchner.

O argumento foi reiterado por Lula, que lembrou as safras dos próximos três anos já estão negociadas no mercado futuro, o que se reflete nos preços atuais. No caso do petróleo, segundo Lula, o estoque do mercado futuro equivale a duas vezes o consumo da China.

Com apoio de Lula, o venezuelano Hugo Chávez sugeriu a criação de um grupo de alto nível, dentro do Mercosul, para tratar do tema. "A criação desse grupo vai permitir que nós possamos, no âmbito do Mercosul e também da Unasul, fazer uma discussão muito verdadeira sobre as necessidades alimentares de cada país", afirmou Lula.

Chávez também sugeriu a criação de um fundo para promover a produção emergencial de alimentos da região. E chegou a fazer uma proposta concreta aos colegas. Disse que a Venezuela está disposta a doar para um US$ 1 por cada barril de petróleo exportado por valor acima de 100 dólares. "Em vez de transformar alimentos em combustíveis, vamos transformar petróleo em alimento", defendeu.

A conclusão geral é de que a crise mundial de alimentos representa um desafio e uma oportunidade para os países sul-americanos. O caminho para isso é buscar a complementaridade das diferentes estruturas produtivas da região. "A integração é, para nós, uma oportunidade e uma necessidade como nunca tivemos na nossa história", resumiu Cristina Kirchner.

terça-feira, julho 01, 2008

Lula apóia proposta de Chávez de discutir segurança alimentar na América do Sul

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (1) que a proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de criar um grupo de alto nível para discutir segurança alimentar no Mercosul, deve ser acatada e incluída no documento final da Reunião de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, realizada em San Miguel de Tucumán, na Argentina.

“Esse grupo vai permitir que possamos discutir no âmbito do Mersocul e na Unasul fazer uma discussão sobre as necessidades alimentares de cada país e também sobre a crise de alimentos, que ainda não está muito explicitada”, disse o presidente.

Lula afirmou que a crise mundial de alimentos deve ser encarada pelos países da América do Sul como um desafio para que produzam mais. “Devemos encarar os alimentos e a inflação como um desafio. Temos potencial e conhecimento para isso”, afirmou.

Uma ampla discussão sobre o tema alimentos foi proposta pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no discurso de abertura da reunião.

Lula falou também sobre o crescente aumento do preço do petróleo e afirmou que é preciso discutir com a comunidade mundial o consumo sem reposição dos estoques reguladores de alimentos e o mercado futuro desse produto, além do estoque de petróleo que geram especulação nos preços. “Isso tem que ser investigado”, afirmou Lula, ao relatar aos participantes da cúpula que o mercado futuro de petróleo tem estoques que dariam para abastecer o consumo da China.

Lula disse que não tinha a intenção de participar da reunião do G 8, grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, mas decidiu ir ao encontro na tentativa de propor essas discussões. “Se não começarmos a discutir essas coisas eles [os países ricos] vão jogar, por todos os discursos que estamos vendo, a crise da inflação e do alimento nas costas dos países pobres”. O resultado, segundo Lula, seria a interferência de organismos internacionais propondo fortes ajustes fiscais, que geram recessão e desemprego.

O presidente relatou que esperava que esses temas fossem tratados na cúpula, que reuniu chefes de estado da América Latina e da União Européia, em maio, em Lima, Peru. No entanto, ele queixou-se que os latinos americanos não tiveram espaço e o papel de oradores ficou restrito aos governantes europeus.

Durante o discurso, Lula fez uma defesa dos biocombustíveis, acusados de contribuírem para a escassez de alimentos. “Se alguém me convencer de que o biocombustível vai causar fome no mundo, não trocarei meu estômago por um tanque de combustível”, disse o presidente.

Lula disse, ainda, que o Brasil tem interesse na Rodada Doha como fator disciplinador do comércio internacional, mas ressaltou que é preciso ter sempre em mente a defesa do Mercosul. “Essa tem que ser nossa prioridade”, afirmou Lula