terça-feira, dezembro 26, 2006

SOCIEDADES DE CLASSES, TAMBÉM, EM PAÍSES COMUNISTAS

A excelente matéria do jornalista Marcelo Galli, publicada na Revista Filosofia, Ciência & Vida - Nº 4,transcreve o seguinte trecho do Manifesto Comunista de 1848:

“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, em uma palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido em uma guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que termina sempre, ou por uma transformação evolucionária da sociedade interna, ou pela destruição das suas classes em luta.
Nas primeiras épocas históricas, verificamos quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, em cada uma destas classes, gradações especiais.
A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes.
Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas.
Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.”
Trecho do Manifesto Comunista, de 1848, escrito por Karl Marx e Friedrich Engels.

Na transcrição acima, se afirma que “a sociedade burguesa moderna,que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes”, pode ser traduzida pela expressão seguinte:

O sistema comunista que “brotou das ruínas” do sistema capitalista, em vários países, “não se aboliu os antagonismos de classes”, apenas substuindo os antigos por outros.

Outra expressão de Marx e Engls: “Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão velhas formas de luta por outras novas” é aplicável, sem ressalva, aos países comunistas.

Mais uma crítica do manifesto se ajusta ao sistema comunista:

“Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes”, pode ser traduzido por:

Entretanto, a nossa época, a época do ex-comunismo soviético e dos seus satelistes e, os atuais, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes.

Quanto às afirmações de que “A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado”, pode ser substituída por estas:

A sociedade comunista “divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas”: os dirigentes e os dirigidos ou, os opressores e os oprimidos, tendo instaurado, portanto, uma nova dicotomia, uma nova forma de opressão, um novo antagonismo, cuja agravante é que a ação dos opressores sobre os oprimidos se exerce e se impõe através de uma gestão ditatorial.

Desta maneira, a sociedade comunista simplesmente imita a sociedade burguesa, caracterizadas ambas, por instaurarem e manterem os antagonismos de classes e a injustiça social.

Não sabemos a quem atribuir a titularidade, mas convém plagiar a frase:

"Nada mais parecido que um conservador de que um liberal no poder", substituindo-a por:

Nada mais parecido a um capitalista selvagem de que um comunista no poder.

O ambiente social no sistema burguês ou capitalista se apresenta atualmente, de forma, cada vez mais complexo,segundo diferentes matizes, existindo as megas, as grandes, as médias, as pequenas e as microempresas, cada uma delas com diferentes relações e condições de trabalho, podendo, nalgumas corresponder ao trabalho escravo, persistindo as relações desarmônicas, descritas por Marx, mas sem dúvida, o ambiente social global é completamente diverso do captado e descrito, então, pelo famoso filósofo e cientista.

As maiores empresas atuais abrigam até assalariados aburguesados, cujos rendimentos, muitas vezes astronômicos, permitem transformá-los, posteriormente, em grandes empresários, circunstancia esta não prevista por Marx,como de resto não previu o surgimento, hoje em dia, de grande número de médias, pequenas e microempresas, também, não raras vezes, entre outras condições, criadas mediante o aporte de capital oriundo de trabalho assalariado.

Nestas últimas, costuma-se encontrar empreendedores com uma condição ambígua, simultaneamente, ostentando a condição de empregadores e servo dos seus empregados, mercê de existência de uma legislação trabalhista que prioriza o assalariado e penaliza o pequeno empreendedor, tornando fator gerador de desemprego e da economia informal.

O pequeno e o microempresário podem ter condições e qualidade de vida inferior à de seus próprios empregados, pois são “forçados”, muitas vezes, a se submeterem a longas jornadas diárias, sem descanso semanal e sem férias anuais, com reflexos nas suas condições de saúde e de qualidade de vida e, até sem tempo para cuidar de sua própria saúde, agravada por uma vida sedentária.

Tudo isto, face à necessidade de assegurar a sobrevivência da empresa, criação e manutenção de empregos, a sobrevivência e educação da família, a satisfação das obrigações trabalhistas, como o pagamento dos salários dos empregados, de horas extras, descanso semanal, férias, 13º salário, fundo de garantia de tempo de serviço e multa de 50% sobre estes, além outros encargos sociais e impostos, chegando, não raro, a suportar a opressão dos empregados, através da ameaça de ações trabalhistas, em cujo foro se parte da pressuposta justeza das reclamações dos assalariados, desconsiderando, geralmente possíveis razões do empresário.

Se tudo isto não bastasse ainda pode ocorrer à hipótese de ter o pequeno e micro empresário que arcar, ainda, em muitas ocasiões, com o ônus da “menos valia”, o qual consiste na possibilidade de o empregado receber um salário e outros direitos que, adicionados a outros itens da produção, seja superior ao valor agregado ao produto, tornando o seu custo maior que o valor de mercado, podendo conduzir o empresário a situação de prejuizo e, até mesmo, de fallência.

Não se pretende aqui, absolver o capitalismo selvagem pela manutenção das condições de miséria, de fome, de doenças, desemprego, deficiência de condições de moradia e de saneamento básico, de degradação ambiental, prevalentes em grande parte do planeta, o qual precisa tanto quanto os regimes ditatoriais da adoção de mecanismos cibernéticos de “feedback”, a fim de processarem em ambos, profundos reajustes.

Talvez, mediante sucessivos reajustes, reciclando ambos os sistemas antagônicos, gradativamente, possa se chegar a uma situação de convergência, o surgimento de um regime mais palatável, representado por sociedades mais equilibradas, livres, justas, igualitárias, participativas, democráticas, talvez possa ser chamado socialismo democrático ou por qualquer outro nome, mas que seja capaz de significar, ao mesmo tempo, justiça social e democracia.

De qualquer maneira, nem o capitalismo exacerbado, nem o socialismo totalitário, é o que desejamos.

Estes são alguns dos motivos pelos quais preconizamos a utilização de uma perspectiva cibernética, no estudo, na construção e na operacionalização de sistemas sociais, a fim de reajustá-los, continujamnete, mecanismos de "feedback" sociais, a par do emprego, neste afã, do enfoque sistêmico e da visão ecológica, os quais correspondem a propostas do Sistemismo Ecológico Cibernético, um referencial, de nossa autoria, que vem sendo divulgado por este blog.

sábado, dezembro 23, 2006

OS POSTULADOS CIBERNÉTICOS SÃO MORTAIS PARA AS DITADURAS

Quaisquer ditaduras, inclusive a ditadura do proletariado, não se coadunam com os postulados cibernéticos.

A cibernética, como uma ciência que utiliza, essencialmente processos informacionais no controle da máquina, do homem e da sociedade, constitui um mecanismo mortal para os sistemas e as sociedades fechadas, cuja característica principal e a ausência de mecanismos de “feedback”.

O “feedback” é ubíquo na natureza toda e se exemplifica com a sua presença na totalidade dos processos fisiológicos do organismo humano, através dos quais procura, constantemente, manter o estado de equilíbrio, de homeostasia (stead state”), apesar das perturbações oriundas do ambiente e, da própria consciência humana.

Por causa desses atributos é que os princípios cibernéticos são passíveis de inspirar modelos de estudos e de funcionamento das sociedades, os quais são mortais para as sociedades fechadas, herméticas, como todas as ditaduras.

A cibernética constitui um dos componentes do referencial sistêmico, ecológico e cibernético, que corresponde a filosofia expressa neste blog.

Felizmente a história revela que toda ditadura é efêmera, como aconteceu com a que foi a abordada pelo jornalista Marcelo Galli, na Revista Filosofia, Ciência & Vida, face às distorções apontadas no trecho seguinte:

“Quando Marx elaborou a sua tese, acreditava que a revolução do proletariado deveria ser implementada nos paises que contavam com o capitalismo desenvolvido e estabelecido, e que somente dessa maneira poderia prosperar. A Rússia pré-1917 estava longe desse ideal, diferente de uma Inglaterra, Alemanha ou França, ou ate mesmo dos Estados Unidos, rumando vigorosamente o seu nascimento industrial. A Rússia era um país atrasado e subdesenvolvido e teve que, antes de tocar o socialismo, passar pelo processo de industrialização. “Ao invés do seu sentido original de superação do capitalismo, em muitos casos os partidos comunistas se viram na contingência de cumprir as tarefas do “desenvolvimento” capitalista, com todos os seus efeitos sociais, políticos e ambientais nocivos”, diz Fortes.
Duas das principais obras do escritor inglês George Orwell, pseudônimo de Eric Blair (1903-1950) tratam dessa sociedade totalitária e centralizada,cujos lideres,no momento posterior a revolução,começam a adotar os mesmos costumes dos seus antecessores.
O primeiro é A Revolução dos bichos, de 1945, uma fábula em que os animais assumem o controle de uma fazenda, mas após o processo de mudança os porcos começam a ter privilégios em relação aos outros bichos do local.O outro trabalho é 1984. Trata-se de um romance que descreve a sociedade onde o “Grande Irmão” vigia tudo e todos, asso a passo e pensamento a pensamento.Em todo o país imaginário existiam cartazes com os seguintes dizeres: “O Grande Irmão zela por ti”.

Após a leitura do trecho supra, de autoria de Marcelo Galli, acrescentamos:

Talvez, um dos pontos mais vulneráveis do marxismo seja a proposta da instituição da ditadura do proletariado.

Toda ditadura constitui um movimento de fora para dentro da sociedade e parte do pressuposto de que o povo não está, ainda, à altura de promover o auto-governo e precisa interferência exógena, necessita de tutela.

Certamente, Marx partiu dessa premissa: em um primeiro momento, o proletariado não estaria preparado para o auto-governo e necessitaria de uma “muleta”, ou seja, deveria ser dirigido por ativistas, não proletários, mas que sintonizavam o proletariado e comungam dos mesmos ideais. Embora nosso militante seja um decidido progressista, não pretende conduzir o proletariado somente por paixão ao socialismo. Nosso ativista não é movido apenas por puro amor aos valores do socialismo e à causa do proletariado.

Defende o proletariado, mas desejam, também conduzi-lo. Tem dois objetivos. Primeiro quer transformar a sociedade, destruindo o capitalismo, depois quer desempenhar o seu papel na sociedade emergente. Quer participar da nova sociedade de classes, formada por dirigentes e dirigidos, mas quer integrar a classe dirigente, outorgando-se os direitos de exercer o poder e usufruir de privilégios.

Enquanto no capitalismo, o poder do voto é deturpado, viciado, pela ação do poder econômico, comprando-se mandatos, a fim de dirigir a sociedade, como se seus legítimos representantes fossem, para ostentar privilégios, em detrimento dos interesses do povo, nos regimes discricionários, como na pretensa ditadura do proletariado, como em qualquer das ditaduras, substitui-se o poder econômico pelo poder da força, conquista-se o poder através da força e por meio dela é exercido. .
Como o poder, muitas vezes, embriaga, nos poderes sem freio, sem mecanismos de “feedback” os poderes tendem-se a se perpetuar.

Toda ditadura, inclusive a do proletariado, estão em desacordo com os postulados da cibernética e, conseqüentemente, são incapazes de se ajustarem aos anseios da sociedade, aos avanços da ciência e da tecnologia e as circunstancias ambientais de cada época.

Felizmente a história revela que todas as ditaduras são e efêmeras.

Em face de a cibernética constituir a ciência dos mecanismos de regulação, de controle e de reajustes, esta ciência participa, obrigatoriamente, dos processos de planejamento e operacionalização das sociedades abertas, democráticas.

A cibernética constitui um dos componentes do referencial sistêmico, ecológico e cibernético, que corresponde a filosofia expressa neste blog.

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Frida

sexta-feira, dezembro 22, 2006

UMA VISÃO ECOLÓGICA DO TRABALHO E DA “MAIS VALIA” II


Continuaremos a focalizar as relações de trabalho mediante o enfoque sistêmico, a visão ecológica e a perspectiva cibernética.

Uma abordagem, para ser considerada sistêmica, deve incluir, no seu bojo, todos os aspectos que envolvem o sistema em estudo, incluindo os de natureza ecológica, a fim de abranger o entorno do sistema - o seu ambiente - visualizando, por outro lado, tanto o sistema quanto o ambiente. segundo uma perspectiva cibernética, capaz de reajustar, cada um de per si e, adequar , contínua e permanentemente, as relações entre um e outro.

A Ecologia, assimilada em sua dimensão atual, constitui uma ciência de topo, permitindo também uma visão e uma abordagem de natureza abrangente, constituindo um referencial obrigatório para o estudo do ambiente de qualquer sistema e, imprescindível, sobretudo ao do sistema humano.

A introdução da visão ecológica, nas relações de trabalho, é a percepção dessa realidade sob a ótica, sob o prisma, sob a perspectiva da Ecologia e decorre da importância da ação do ambiente sobre todos os seres vivos e, sobretudo, no que se refere ao homem e à sociedade.

A visão ecológica das atividades de trabalho implica em considerá-las como relações ecológicas (um aspecto da ecologia humana), pois se trata de uma ação do ser humano sobre o ambiente e/ou sobre outros sistemas situados no ambiente, inclusive os outros sistemas humanos, afetando-se reciprocamente.

As preocupações ecológicas não podem desprivilegiar do ser humano, integrante do ambiente – o ambiente social, como o faz certo ecologismo vigente, em que, para alguns ambientalistas, outros aspectos ambientais preponderam em relação ao homem.

Hoje em dia, um processo de globalização crescente está curso, o qual altera o ambiente planetário, alcançando os diversos setores da sociedade, afetando todos os seres humanos, indistintamente, principalmente os trabalhadores e os segmentos mais discriminados da sociedade, em virtude da maior dificuldade para adaptação às condições de mudança.

A globalização estabelece um sistema de “vasos comunicantes” entre todos os processos sociais, sobretudo de natureza cultural, política e econômica.

Este fato vem reforçar a necessidade e está, mesmo, a impor uma mudança de paradigma e uma nova abordagem da realidade.

Com relação ao ambiente hostil, o ser vivente pode se comportar de uma ou mais das seguintes maneiras:
· Adapta-se ao ambiente;
· Transforma o ambiente;
· Muda de ambiente ou
· Sucumbe.

O trabalhador, o empresário, as relações de trabalho e o objeto trabalhado, não podem deixar de serem abordados sob do ponto de vista ecológico, em face da abrangência da ecologia, nos dias atuais, como se depreende do seguinte trecho de Edgar Morin:

“a nova teoria biológica, por mais incompleta que ainda seja, altera a noção de Vida. A nova teoria ecológica, por mais embrionária que seja, altera a noção de Natureza. A ecologia é uma ciência natural, fundada por Haeckel em 1873, que se propõe a estudar a relações entre os organismos e o meio, onde eles vivem. Todavia, seja pelo fato da preocupação ecológica ter permanecido menor no conjunto das disciplinas naturais, seja porque o meio era concebido essencialmente como um molde geoclimático por vezes formativo (lamarckiano), outras vezes seletivo (darwiniano), em cujo seio as espécies vivem numa desordem generalizada e em que apenas reina uma lei, a do mais forte ou do mais apto, a verdade é que a ciência ecológica só recentemente concebeu a comunidade dos seres vivos (biocenose) num espaço ou “nicho” geofísico (biótopo), constituindo, juntamente com este, uma unidade global ou ecossistema. Porque razão sistema? Pelo fato de que o conjunto das sujeições, das interações, das interdependências, no seio do nicho ecológico, constitui apesar e através de eventualidades e incertezas, uma auto-organização espontânea. Com efeito, equilíbrios criam-se e recriam-se entre índice de reprodução e índices de mortalidade. Estas regularidades, mais ou menos flutuantes, estabelecem-se partindo das interações.”

Apesar dos conflitos entre os seres vivos e o ambiente, das competições intra e interespécies, há um notável equilíbrio ecológico, pois os ecossistemas possuem a capacidade de auto-regulação e auto-organização, determinado, sobretudo, pela competição, pelo funcionamento da cadeia alimentar e, pelas associações harmônicas e desarmônicas entre os seres vivos.

“Há complementaridades que se estabelecem partindo das associações, simbioses e parasitismo, mas também entre comedor e comido, entre predador e presa, há hierarquias que se estabelecem entre as espécies; assim, da mesma forma que nas associações humanas em que não só as hierarquias, mas também os conflitos e as solidariedades se encontram entre os fundamentos do sistema organizado, a competição (matching) e o ajuste (fitting) são alguns dos fundamentos complexos do ecossistema. Através de todas estas interações, constituem-se os ciclos fundamentais: da planta ao herbívoro e ao carnívoro, do plancto ao peixe e ao pássaro: um ciclo gigantesco em que a energia solar produz o oxigênio, absorve o gás carbônico e une, por meio de mil retículos, o conjunto de seres do nicho ao planeta; nesse sentido o ecossistema é, por certo, uma totalidade auto-organizada. Assim, não era um delírio romântico considerar a Natureza um organismo global, um ser matricial, desde que não se esqueça de que essa mãe é criada por seus próprios filhos e de que ela também é madrasta, utilizando também a destruição e a morte como meio de regulação.”

A destruição e a morte constituem mecanismos de “feedback”, ou cibernéticos, de regulação e controle da natureza, buscando permanentemente o equilíbrio ecológico, tudo a serviço da biodiversidade.

“A ecologia ou, antes, a ecossistemologia (Wildem, 1972), é uma ciência que nasce, mas que já constitui uma contribuição primordial para a teoria de auto-organização do vivo e, no que diz respeito à antropologia, reabilita a noção de Natureza e, nela, enraíza o homem. A natureza já não é desordem, passividade, meio amorfo: é sim, uma totalidade complexa. O homem não é uma entidade estanque em relação de autonomia/dependência organizadora no seio do ecossistema.”

A colocação supra, da natureza como uma totalidade complexa, resulta na proposta de uma Ecologia Sistêmica.

Como todos os sistemas abertos que estabelecem constantes relações (estruturais e funcionais) entre todos os seus elementos componentes (subsistemas), o ecossistema só pode ser enfocado, também como um sistema aberto e, por isso mesmo, abordado sob uma visão sistêmica.

Todas as atividades de um sistema, como ocorre com o próprio ser humano, são relações de intercâmbios internos (intra-sistêmicas ou intersubsistemas) e, também relações do todo com o seu exterior - ambiente, entorno, ecossistema - o que pode ser sintetizado como relações de trocas de matéria, energia e informações.

Esta tríade, em virtude de as informações serem sempre mediadas por matéria e energia, poderia ser simplificada ou reduzida a dois termos (matéria e energia) e, em razão da unidade da matéria e da energia, seria possível empregar um só desses termos (matéria ou energia), entretanto, preferimos utilizar, sempre, a tríade: matéria, energia e informações, uma vez que, cada uma delas tem seu papel específico, atendendo melhor ás razões didáticas, à lógica, aos propósitos e finalidades deste trabalho.

Em razão de que os intercâmbios entre o sistema e o ambiente afetam a ambos mutuamente, seria considerado reducionista o estudo de qualquer sistema que não alcançasse, também, o seu ambiente, por isto, propomos que, na abordagem de quaisquer sistemas, devamos acrescentar, sempre, o exame de sua dimensão ambiental (ecológica), mediante a aplicação dos conceitos da Ecologia, considerando-se esta em seu sentido mais amplo, abrangente e irrestrito, além de focalizar o próprio ambiente como um sistema, ou seja, mediante o enfoque sistêmico, o que caracterizaria a existência de uma Ecologia Sistêmica.

As relações trabalhistas podem ser traduzidas como trocas de matéria, energia ou informações entre o trabalhador e o ambiente, ou mais apropriadamente como uma transferência de entropia negativa (negentropia) do corpo humano para o ambiente de trabalho e/ou para o objeto trabalhado.

Já vimos que o trabalho provoca uma transferência de entropia negativa do corpo do ser humano para o objeto trabalhado, resultando numa desintegração do organismo do trabalhador e, em consequência maior integracão do objeto produzido.

Ao mesmo tempo, o trabalho do homem provoca uma desintegração da natureza e de si mesmo, tornando-o mais entrópico, ele integra e diminui a entropia do sistema-sociedade.

O trabalho corresponde, portanto, tão somente uma transferência de negentropia ou entropia negativa de um sistema para outro.

A transferência de entropia negativa (negentropia) do próprio corpo do trabalhador para o objeto ou sistema trabalhado, torna estes menos entrópicos, enquanto o trabalhador fica mais entrópico, “entropiado” ou estropiado.

El hombre primitivo fue el último ser humano que trabajó para sí mismo y para su familia. La familia integraba el sistema. El adulto aumentaba su entropía proveyendo objetos de consumo por medio de la cacería y el curtido de pieles o la elaboración de objetos para caza, con el fin de que sus críos pudieran crecer, desarrollarse, diferenciarse y disminuir su entropía.”

O salário percebido pelo trabalhador corresponderia a uma porção de negentropia (entropia negativa), paga pelo empregador ao trabalhador em contra-partida à entropia, produzida no corpo do trabalhador em decorrência do trabalho realizado.

“En la actualidad, solo una parte del aumento de la entropía negativa, producto del trabajo de los seres humanos es utilizado por su familia ya que el resto es aprovechado por el sistema-sociedad para integrarse como un todo. Lo que sucede es que dentro del sistema-sociedad siempre han existido grupos de seres humanos que aprovechan, en proporción mucho mayor, el aumento de la entropía de las mayorías en beneficio de su propia integridad para preocuparse una menor entropía.”

No ato da execução de um trabalho, ocorre um aumento de entropia do organismo humano, face à transferência de negentropia ou entropia negativa do corpo do trabalhador para o objeto elaborado, o qual tem sua entropia diminuída e a sua negentropia aumentada.
Durante el proceso de trabajo aumenta el caos y el desorden en el sistema del organismo humano (al perder energía) y aumenta el orden y la diferenciación del sistema que recibe dicho trabajo. El hombre, al fabricar un bien, sea una maquina o un objeto, crea un sistema integrado a expensas de la desintegración del propio sistema.”

Uma parte do salário que o trabalhador recebe é tão somente para compensar a entropia produzida em seu próprio corpo pela transferência de energia (ou negentropia) deste para o objeto de trabalho, ficando “elas por elas”. Por isto, o trabalhador necessita como retribuição pelo seu trabalho, algo mais que a simples reposição da energia despendida, inclusive para atendimento de outras necessidades, como o sustento de sua família.

El ser humano al trabajar pone en peligro su poca probabilidad como sistema y su desequilibrio y inestabilidad en relación al medio ambiente. Se trata de un punto de vista más de la enajenación de ser humano: el de la transferencia de entropía negativa. La actividad económica de ser humano es una transferencia de entropía negativa. Este enajena su orden estructural y su integridad energética, para integrar bienes y proporcionar servicios. Al mantenerse integrado a su familia y a su sociedad y al incorporar a ellas bienes de todos os tipos, el hombre lo paga con el precio de su entropía negativa”.

Acima está referido a um processo de alienação do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho, o qual cede sua própria integridade estrutural e energética, que passa a integrar os bens ou serviços por ele produzidos, para os quais transfere a negentropia - ou entropia negativa - do seu próprio corpo, tornando-se mais entrópico.

Nas relações de trabalho podem ocorrer várias hipóteses:

1 - O salário percebido é insuficiente, até mesmo para, mediante alimentação e repouso (aporte de entropia negativa ou negentropia), repor as energias despendidas pelo trabalhador, ou seja, para neutralizar, a entropia produzida pelo trabalho, ocasião em que há um déficit energético no corpo do trabalhador, o que resulta em desnutrição, apatia e doença.

2 - O salário pode ser o parcialmente suficiente, servindo, apenas, para repor a entropia negativa de seu próprio corpo, adquirir roupa de trabalho e pagar o transporte de ida ao local de trabalho e de volta a casa para dormir e estar em condições de, no dia seguinte, retornar ao trabalho, sendo, entretanto, insuficiente para atender às necessidades de sua família o que, neste caso, incide na hipótese anterior.

Nestes dois casos, em que nem toda negentropia (entropia negativa), agregada pelo trabalhador ao produto de seu trabalho, lhe é retribuída, temos uma versão moderna do conceito de “mais valia” que pode ser traduzida como a transferência de negentropia (entropia negativa) do corpo do trabalhador para o de outrem, bem como para agregar negentropia aos bens de terceiros ou, ainda, para aumentar a negentropia do sistema-sociedade, sem a necessária contra-partida, o que ocasiona diminuição da negentropia e aumento da entropia no corpo do trabalhador, proporcionando-lhe fadiga, desnutrição, inadequadas condições de moradia, ausência de lazer, doenças e aceleração do processo de envelhecimento, constituindo um autêntico caso de parasitismo em que o empregador seria o parasito e o trabalhador o parasitado.

3 - Nalguns casos, o salário percebido permite satisfazer todas as necessidades do trabalhador, antes referidas, sobrando-lhe, ainda, parte da negentropia recebida sobre a forma de salário, capaz de atender a outras necessidades pessoais e, da sua família, tais como habitação, vestuário, educação, saúde, lazer e o estabelecimento de uma poupança, em detrimento do empregador que absorve o prejuízo, constituindo-se no parasitado.

4 - O produto do trabalho executado permite atender a todas as condições do assalariado, referidas no item anterior e, ao mesmo tempo, possibilita condição idêntica ao empregador, em contra-partida ao seu trabalho pessoal, exercido na empresa, hipótese em que este deve se equiparar ao trabalhador assalariado, pois é, nada mais, nada menos do que trabalhador também.

5 - Além do atendimento dos itens 3 e 4, o excedente do produto do trabalho conjunto e simbiótico do empregado e do empregador deverá, ainda, permitir à empresa o cumprimento das suas funções sociais, sob a forma de impostos e outros encargos sociais.

6 - O produto do trabalho executado pelo empregador e pelo assalariado, após o atendimento das exigências dos itens 3, 4 e 5 deverá assegurar, pelo menos, a manutenção da entropia negativa (negentropia), investida pelo empregador, ou seja, a manutenção do capital investido. Na hipótese de balanço negativo (prejuízo), significará, tanto para o empregador, como para o empregado: matar a galinha de ovos de ouro, pois ambos estão no mesmo “barco”. Se a causa for conseqüência de ações ou omissões que possam ser atribuídas ao assalariado, ou ainda, se o produto da empresa só permite atender unilateralmente as exigências do assalariado, constituir-se-á num caso de parasitismo, em que este é o parasito, enquanto o empregador é o parasitado.

7 - O ideal para uma empresa, para o empregador, bem como para o empregado e, para a própria sociedade, é que, além da satisfação das exigências referidas nos itens 3, 4 e 5 e, ainda, nos limites da justiça social se produza um excedente que corresponda a razoável um ganho de capital ou lucro, capaz de compensar a privação do capital e sua exposição ao risco, o que poderá resultar em novos investimentos, aumento real de salários, participação dos empregados no lucro das empresas, geração de empregos, e, crescimento e desenvolvimento econômico do país, pagamento de impostos ao erário público, o que permitirá investimentos nos diversos setores dos serviços públicos, beneficiando a própria sociedade, como um todo, com reflexos positivos, tanto para o empregado como para o empregador, enquanto integrantes da sociedade.

8 - O desejável é que haja um conjunto de ações solidárias entre a sociedade (governo), empresário e assalariado, constituindo-se numa verdadeira situação de simbiose tripartite, possibilitando a construção de uma ordem social democrática, participativa, igualitária, fraterna, em que prevaleça ordem, justiça, liberdade, adequada distribuição de renda, capaz permitir a garantia de adequadas condições de educação, trabalho, transporte, segurança, moradia, saneamento básico, nutrição, saúde, lazer, bem estar, tudo com reflexos na qualidade de vida, enfim, no sentido da consecução de um adequado nível de equilíbrio, de homeostasia social.

Ao reconhecermos a existência de uma interação entre os sistemas vivos e o sistema ambiental, constituindo um todo em que ambos se afetam mutuamente, correspondendo a um processo integrativo, em que um é parte do outro, formando, na realidade, um novo sistema de maior amplitude, de natureza mista: o sistema vivo/ecossistema, há necessidade de se atuar, sistemicamente, sobre o ambiente, reajustando-o, ciberneticamente, a fim de adequá-los aos sistemas nele contidos, particularmente, o sistema humano, construindo-se um sistema social mais humano, mais igualitário, mais participativo, portanto, mais democrático.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

UMA VISÃO ECOLÓGICA DO TRABALHO E DA “MAIS VALIA

Focalizaremos o trabalhador e as relações de trabalho e o objeto trabalhado, do ponto de vista ecológico, apoiados em Pierre Aguesse que afirma:

“A par da sua concepção clássica, a ecologia deve "incluir o Homo Sapiens e suas atividades", pois "a ecologia não é mais apenas a ciência do naturalista, de vez que disciplinas tão variadas como o direito, a economia, a sociologia, etc. devem estar incluídas no seu campo de investigação", resultando em verdadeira ciência o homem e que, para Bougley, “a ecologia "antes era disciplina um tanto difusa e incoordenada que lutava para abarcar estudos como a fisiologia, a genética e a evolução".

Com suporte no trecho supra, podemos considerar as atividades laborativas como relações ecológicas (um aspecto da ecologia humana), pois se trata de uma ação do ser humano sobre o ambiente e/ou sobre outros sistemas situados no ambiente, inclusive outros sistemas humanos (como nas ações de saúde), afetando-se reciprocamente, as quais podem ser traduzidas como conjunto de relações de intercâmbios de “matéria, energia e informações”, entre os sistema e, destes com o seu entorno.

Nesta acepção, a “mais valia”, corresponde à apropriação de parte da energia do corpo do trabalhador que se transfere para o objeto trabalhado e que não é compensada pelo equivalente energético contido no salário que lhe é pago.

Em inadequadas condições de trabalho e de alimentação, a transferência de energia pode ocorrer até às expensas da massa corpórea do trabalhador, transformando-se em verdadeira transferência de matéria do próprio corpo do trabalhador para o objeto produzido, vale dizer, para quem dele se apropriar.

Através desta ótica, examinemos mais um trecho da publicação da Revista Filosofia, Ciência & Vida:

“O produto, de propriedade do capitalista, é um valor-de-uso, fios, calçados etc. Mas, embora os calçados sejam úteis à marcha da sociedade e nosso capitalista seja um decidido progressista, não fabrica sapatos por paixão aos sapatos. Na produção de mercadorias nosso capitalista não é movido por puro valor-de-uso. Produz valores-de-uso por serem e enquanto forem substrato material, detentores de valor de troca. Tem dois objetivos. Primeiro, quer produzir um valor de uso, mas que tenha um valor de troca, um artigo destinado à venda, uma mercadoria de valor mais elevado que o valor conjunto das mercadorias necessárias para produzi-la, isto é, a soma dos valores dos meios de produção e força de trabalho pelos quais antecipou o seu bom dinheiro no mercado. Além de um valor de uso, quer produzir mercadoria, além de valor de uso, valor e não só valor, mas também valor excedente (mais valia).”

Passaremos a tratar do trecho acima, do trabalho do jornalista Marcelo Galli, sob o ponto de vista da entropia e do seu par antagônicom a negentropia.

A capacidade que tem o homem de atuar e transformar seu ambiente constitui trabalho.

O trabalho, tanto muscular como intelectual, correspondem a um aspecto do movimento da "matéria, energia e informações" e constitui a base de toda atividade econômica.

A Termodinâmica estuda a energia, sua transferência e condução, bem como os efeitos destes processos em um sistema determinado e no seu ambiente.

A energia do universo tende a se distribuir no sentido de um maior nivelamento, em sua forma mais degradada, anárquica, caótica, indiferenciada, equilibrada e mais estável possível, designando-se esta característica com o nome de entropia.

O termo entropia foi criado por Clausius3 (l850), estribado no segundo princípio da Termodinâmica, para denotar a tendência universal de todos os sistemas para atingir estados de maior degradação: catamorfose, indiferenciação, um direcionamento para baixo (resfriamento, nivelamento energético, desorganização, mesmice, caos), enfim, para a “morte entrópica”, incluindo a morte dos sistemas vivos.

Mario Chaves diz que Gibbs formulou a teoria de que essa probabilidade tende naturalmente a aumentar acompanhando o envelhecimento do Universo.

Em razão dessa tendência de aumento contínuo e permanente da entropia, pode se afirmar que o estado mais provável do planeta Terra é o seu total resfriamento, assim como já aconteceu com Marte, cujo estado atual é um exemplo patente dos efeitos da ação da entropia, desenvolvida há bilhões de anos, o qual, um dia, pode ter apresentado as condições climáticas semelhantes às existentes, hoje, na Terra.

Entropia é a medida da perda das características que fazem com que um sistema se diferencie do seu ambiente.

“Entropía es el grado de desorden, el equilibrio máximo en el cual no se puede haber cambios físicos ni químicos, ni se pude desarrollar ningún trabajo y donde la presión, la temperatura y la concentración son uniformes e irreversibles en todo el sistema. Solo los sistemas en desequilibrio pueden desarrollar trabajo.” (Cesarman, E. - Hombre y Entropia - Editorial Pax - México S/A - Primera Edición - México - DF - 1974.)

O estado mais provável da vida é a morte e, a situação mais provável da administração é o caos.

A fim de se opor, temporariamente, à ação inexorável da entropia, o homem tem a necessidade de aplicação, contínua e permanentemente, de forças antientrópicos (negentropia), tanto com relação à vida e a saúde, como no que tange aos processos administrativos e às máquinas e, mesmo, ao próprio sistema social global.

A Negentropia, cujos sinônimos são: anatropia, neg-entropia ou neguentropia (entropia negativa = entropia com o sinal invertido), contra-entropia, antientropia, ou ainda, entalpia, significa o movimento da energia no sentido de mais informação, mais organização, mais vida, mais saúde, mais progresso, mais complexificação, de um determinado sistema.

Negentropia é uma expressão apta a representar a síntese de todas as modalidades de energia, conhecidas ou desconhecidas, a qual teria ela presidido a organização da matéria e sua evolução “desde o mineral até a consciência”, na feliz expressão de Pierre Teilhard Chardin.

Com base na lei de transformação da energia (uma modalidade desta pode ser transformada em outra), podemos, operacionalmente - para os fins deste trabalho - considerar a Negentropia como um elemento unificador (síntese) de todas as espécies de energia, conhecidas ou não.

A vida constitui uma contra corrente à lei geral da entropia, existindo um conflito permanente entre o ser vivo e o ambiente que vive, entendido o sistema ambiental como o somatório de seus quatro componentes: um subsistema físico, um subsistema biológico, um subsistema social e um subsistema tecnológico.

A origem da vida, a construção do código genético, os mecanismos da reprodução, todo o processo evolucionário, a diferenciação das espécies, a manutenção do equilíbrio dos organismos vivos (homeostasia), a aquisição dos mecanismos da consciência e da linguagem, se teriam sido direcionados pelas próprias potencialidades ou “virtuosidades da matéria”, como preconizam uns autores (materialistas) ou por uma grande consciência, preexistente, como propugnam outros (idealistas), cuja controvérsia (e esta é a questão fundamental da filosofia), não pretendemos, aqui, discutir, entretanto, esta questão poderia ser traduzida pela metáfora expressa na pergunta: “Qual teria surgido primeiro, o ovo ou a galinha?”.

Todavia, se a organização da matéria como o surgimento da vida, tenha sido resultado de potencialidades ou virtuosidades intrínsecas da matéria e, inscritas no seu próprio âmago, como preconiza Engels ou, decorrentes da vontade e ações de uma consciência superior e transcendental, como postulam outros, poderíamos, pelo menos com objetivos operacionais (e o fazemos neste trabalho), atribuir a designação de Negentropia a essa “força” ou energia, a esse princípio ou poder organizador, seja de natureza endógena ou exógena, seja intrínseco ou extrínseco, em relação à matéria.

“El trabajo ocasiona una transferencia de la entropía negativa del organismo humano hacia el objeto que este elabora con dicho trabajo. La desintegración que el trabajo ocasiona en el ser humano se traduce por la integración de un objeto. A su vez, el trabajo del hombre también ocasiona una desintegración de la naturaleza. Sin embargo, con este trabajo que lo desintegra y entropiza, el hombre integra y disminuye la entropía del sistema-sociedad. Se trata de un concepto elemental e fundamental que no hay que olvidar. El trabajo es tan solo una transferencia de entropía negativa.” (Cesarman, E.).

A capacidade que tem o homem de atuar e transformar seu próprio sistema ou seu ambiente constitui trabalho.

O trabalho, tanto muscular como intelectual, correspondem ao movimento da matéria, energia e informações e constitui a base de toda atividade econômica.

Há uma constante transferência de entropia de um sistema para outro ou para o ambiente e vice versa.

O ser humano, igualmente a qualquer sistema biológico, sofre um desgaste ou deterioração ao transformar energia em trabalho, ocasionando, pois um aumento da entropia em seu organismo.

O homem, ao atuar sobre a matéria, a fim de transformá-la em objeto, acrescenta-lhe negentropia, diminuindo a entropia deste, enquanto a negentropia do corpo do trabalhador fica diminuída, em razão da transferência para o objeto trabalhado e, conseqüentemente, a entropia do seu organismo torna-se aumentada.

Quando nem o equivalente da negentropia, despendido pelo corpo do trabalhador for reposto, mediante o salário recebido, se caracteriza a mais expressiva autêntica forma de “mais valia”.

Se o estado entrópico, decorrente do trabalho, não for neutralizado, mediante a reposição de negentropia, ou entropia negativa, resultante será pobreza, miséria, doença e morte.

A transferência de entropia negativa (negentropia) do próprio corpo do trabalhador para o objeto ou sistema trabalhado, torna estes menos entrópicos, enquanto o trabalhador fica mais entrópico, “entropiado” ou estropiado.

O salário percebido pelo trabalhador corresponderia a uma porção de negentropia (entropia negativa), paga pelo empregador ao trabalhador em contra-partida à entropia, produzida no corpo do trabalhador em decorrência do trabalho realizado.

No ato da execução de um trabalho, ocorre um aumento de entropia do organismo humano, face à transferência de negentropia ou entropia negativa do corpo do trabalhador para o objeto elaborado, o qual tem sua entropia diminuída e a sua negentropia aumentada.

"Durante el proceso de trabajo aumenta el caos y el desorden en el sistema del organismo humano (al perder energía) y aumenta el orden y la diferenciación del sistema que recibe dicho trabajo. El hombre, al fabricar un bien, sea una maquina o un objeto, crea un sistema integrado a expensas de la desintegración del propio sistema.” (Cesarman, E.)

Uma parte do salário que o trabalhador recebe é tão somente para compensar a entropia produzida em seu próprio corpo pela transferência de energia (ou negentropia) deste para o objeto de trabalho, ficando “elas por elas”. Por isto, o trabalhador necessita como retribuição pelo seu trabalho, algo mais que a simples reposição da energia despendida, inclusive para atendimento de outras necessidades, como o sustento de sua família.

"El ser humano al trabajar pone en peligro su poca probabilidad como sistema y su desequilibrio y inestabilidad en relación al medio ambiente. Se trata de un punto de vista más de la enajenación de ser humano: el de la transferencia de entropía negativa. La actividad económica de ser humano es una transferencia de entropía negativa. Este enajena su orden estructural y su integridad energética, para integrar bienes y proporcionar servicios. Al mantenerse integrado a su familia y a su sociedad y al incorporar a ellas bienes de todos os tipos, el hombre lo paga con el precio de su entropía negativa”. (Cesarman, E.).

Acima se encontra a referência a um processo de alienação do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho, o qual cede sua própria integridade estrutural e energética, que passa a integrar os bens ou serviços por ele produzidos, para os quais transfere a negentropia - ou entropia negativa - do seu próprio corpo, tornando-se mais entrópico.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

O TOTALITARISMO SOVIÉTICO FOI VITIMA DE SEU PRÓPRIO VENENO

O determinismo, o mecanicismo e o reducionismo, contidos na filosofia marxista, são responsáveis pelo propalado declínio do marxismo e, sem dúvida, frutos do contexto metodológico, então vigente, rigidamente captado por Marx, para fundamentar a elaboração do seu sistema.

Prevalecia, então, uma metodologia científica fundamentada na matemática e na geometria analítica de Descartes e, na física clássica, sobretudo, na mecânica celeste, de Newton, que percebia o mundo, da mesma forma que Galileu, como um sistema compacto, cerrado, determinista, semelhante a um mecanismo de relógio.

O método cartesiano-newtoniano, de caráter matemático, mecânico, hermético, determinista, racionalista, dedutivo e analítico, reforçado pela ênfase matemática, imposta pelo positivismo, cujo ranço, reducionista, fragmentário, ainda contamina estudos atuais, apesar da necessidade de revisão, de reajustes, impostos pela física moderna e pela estatística, mormente em razão do advento da teoria da relatividade (Einstein) , da teoria dos quanta (Max Plank e outros), do Princípio da Incerteza (Heisenberg) e demais conquistas da ciência e da tecnnologia.

Embora seja credor do enorme avanço científico e tecnológico, o método científico ainda resiste a reajustes, exigidos não só para se adequar aos postulados da física moderna e da estatística, mas também, para, em contraposição à visão analítica cartesiana, ao mecanismo newtoniano e à matematização positivista, compatibilizar com as características orgânicas e sistêmicas, oriundas da Ecologia moderna, sobretudo, as atribuídas pelo modelo dos organismos vivos, que são sistemas auto-organizadores, auto-reprodutores e, auto-reajustáves, porque dotados de mecanismos de "feedback" negativo, e por isto, homeostáticos ou cibernéticos.

Foram as características contidas na metodologia científica da época, adotadas pelo sistema filosófico marxista, que geraram o modelo soviético de gestão, descrito pelo jornalista Marcelo Galli, na Revista Filosofia, Ciência & Vida:

“O primeiro país a adotar o sistema socialista foi a Rússia que, após a Revolução Bolchevista de 1917, se tornou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), mais conhecida como União Soviética. Dessa maneira, vários outros países adotaram o sistema político e econômico sob a influência da União Soviética, principalmente no Leste Europeu e Ásia, dentro do contexto posterior ao fim da grande guerra e a composição de um mundo bipolar dividido entre os Estados Unidos e URSS cada um na sua respectiva área de influência. Diferenças dos países adotados nos paises socialistas podem ser constatadas. Mas, o fator preponderante que fez com que o socialismo não prosperasse decorreu de um centralismo político administrativo pois afetou profundamente a produtividade de cada um, principalmente do seu principal ator (URSS). A meta principal deles era criar uma sociedade sem classes e sem desigualdades, mas na prática se “instituiu um Estado totalitário, dirigido por uma burocracia privilegiada que suprimiu a liberdade e impôs um controle rígido sobre todos os setores da sociedade, diz Nakazone. E mais: com a economia planificada e bancada unicamente pelo Estado, este começou a conviver com altos custos de produção, desperdício e baixa qualidade dos produtos porque não havia a liberdade de mercado. Nesse ponto se desenhou um círculo vicioso porque a ausência de concorrência frente às empresas estatais fez com que houvesse pouca preocupação por parte da classe dirigente de investir em tecnologia e no aumento da produtividade. O maior prejudicado pela situação foi o povo.”

O trecho supra, da descrição elaborada pelo jornalista Marcelo Galli, demonstra que os Estados totalitários possuem regimes sem mecanismos de “feedback” social que os possibilitaria se reajustar, constantemente, em função do seu próprio desempenho, dos objetivos da sociedade e, consoante a vontade popular.

O mecanismo de “feedback” negativo é um atributo peculiar da cibernética e, também, característico dos regimes abertos, democráticos, onde também se encontram distorções, mas podem ser corrigidas mediante a aplicação deste mesmo dispositivo.

Os sistemas herméticos, como as ditaduras e os modelos econômicos, controlados apenas por processos legais, em desacordo com as leis de mercado, são destituídos de “feedback”.

Essa ausência de mecanismo de “feedback”, acrescida da ação deletéria da entropia universal e, a não adoção do caráter dinâmico e transformador da ciências moderna, são mortais para os sistemas fechados.

No modelo soviético, construído consoante a visão marxista, foi ideologizada toda a ciência e, até mesmo o método científico, a fim de compatibiliza-los, à risca, com a dialética marxista.

Construiu-se, assim, um modelo sócio-político-econômico anticibernético, caracterizado pela ausência de mecanismos de “feedback”, por isto mesmo, inapto para se reajustar às circunstâncias internas e ambientais, sendo passível de ser comparado com um caso de soldadura da tampa de uma panela de pressão, o que a torna incapaz de se adequar ao excesso de pressão interna, advinda da temperatura exterior, cuja tendência é explodir, como de fato explodiu o colosso do leste europeu.

Não por acaso, a cibernética foi considerada ciência “profana” na URSS.

Assim, o totalitarismo soviético foi vitimado pelo seu próprio veneno.

terça-feira, dezembro 19, 2006

O MÉTODO USADO POR MARX E ENGELS E A NECESSIDADE DE SUA RECICLAGEM

Como já nos referimos, Marx e Engels procederam um reajuste da dialética hegeliana, acrescendo-a do materialismo, o que pode ser considerado como a utilização de um mecanismo de retroação, retroalimentação ou “feedback”, para efetivar tal propósito.

A dialética, a ciência da contradição, é também a do movimento, do dinamismo, das transformações, das mutações e da evolução.

Fundamenta-se na universalidade das mudanças, antagonismos e conflitos, existentes na natureza, sobretudo entre os seres vivos e, entre estes e o ambiente, assim como em todos os setores da sociedade, consoante as idéias de Heráclito de Efeso, para quem tudo muda infinitamente - “Panta rei”, - tudo flui: a morte sucede à vida, o dia se segue à noite, a vigília ao sono. Não se banha duas vezes no mesmo rio, porque o rio, em outro instante, já não está igual e, nem o homem é o mesmo, pois a sua idade, as condições da sua fisiologia já alteraram, enfim a sua história já é outra e, até mesmo influenciado o seu devir.

Mario Chaves, em seu livro "Saúde e Sistemas, afirma:

“Na natureza, os fenômenos se desencadeiam entre dois extremos, ações opostas: o calor e o frio na entropia universal; as oxidações reduções nos fenômenos bioquímicos da vida celular; a excitação e a inibição na fisiologia neuromotora da célula nervosa; a composição e a decomposição no domínio da vida.”

O fluxo que faz da vida uma torrente, seria constantemente produzido e destruído por um fogo cósmico.

A este conjunto de antagonismos, assim como a antítese entre a vida e a morte, se pode acrescentar a oposição entre a negentropia (entropia negativa) e a entropia, a atração e a repulsão da matéria, capazes de atribuir características dialéticas à natureza.

Passemos, agora, à continuação do trabalho de Marcelo Galli, na Revista Filosofia, Ciência & Vida, como se segue:

“O método usado pelos dois para criar a ideologia foi a dialética que consiste na busca pela verdade através do diálogo e que se divide em três etapas: tese, antítese e síntese. Isso quer dizer que uma idéia é contraposta a outra para que uma terceira seja criada e assim por diante. A síntese alcançada através do diálogo se torna uma nova tese, que dialoga com uma outra idéia que vira uma antítese e, mais uma vez, é gerada uma nova síntese, criando desta maneira, uma seqüência de pensamento quase infinita. Acredita-se que a dialética tem sua origem na Grécia antiga. Mas, foi no pensamento dialético de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) que os alemães se apoiaram e, a partir do seu aperfeiçoamento, traçaram uma dialética materialista, em oposição ao idealismo de Hegel que acreditava que o pensamento criava a realidade, ou seja, a realidade era uma projeção do que pensamos. Além disso, um outro ponto observado por Marx e Engels da dialética de Hegel é o indício de que tudo que existe, por conta de suas contradições, tende a acabar. Assim, acreditavam Marx e Engels, o capitalismo morreria com o gosto do seu próprio veneno, cujo roteiro da derrocada e subida do poder dos trabalhadores foi escrito no Manifesto Comunista, de l848, Além de um trabalho de fôlego chamado o Capital, publicado em 1893, no qual Marx disseca o capitalismo e o seu funcionamento de forma trabalhada e científica. O doutor em filosofia pela Universidade de Campinas (Unicamp) e professor da Universidade de Santa Catarina (UFSC) Orlando Tambosi, demonstra em seu livro O Declínio do Marxismo e a herança hegeliana (UFSC) a tese de que o fracasso do marxismo se deve à sua própria fundamentação filosófica porque tentou juntar dois princípios incompatíveis, o materialismo e a dialética. Tambosi explica que a dialética só funciona dentro do sistema idealista hegeliano porque a realidade não é contraditória. Conflitos e lutas do capitalismo (como a relação capital/trabalho assalariado) são concebidos por Marx como “contradições dialéticas”, o que fere um princípio fundamental das concepções materialistas (melhor dizendo, realistas), que ele pretendia defender: o princípio clássico-aristotélico de não contradição”, explica. Para Aristóteles (384-322 a.C) nos seus estudos de lógica, determinado argumento só pode ser “verdadeiro” ou “falso”, logo um argumento verdadeiro não é falso e um argumento falso não é verdadeiro. A análise de Tambosi se apóia no marxismo desenvolvido na Itália e se municia no arcabouço teórico do filósofo Lucio Colletti (1924-2001), que examinava a relação entre Marx e Engels.”

Nos trechos iniciais do artigo da Revista Filosofia, Ciência & Vida, afirma-se que as ideologias vivem uma encruzilhada ideológica e necessita ser renovado e, o historiador Alexandre Fortes diz que o socialismo passa por um momento de crise e reconstrução em novas bases, precisando de programa e estratégia concretas para o século XXI, enquanto o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia “identifica no livro intitulado Pensar a terceira geração da esquerda, esse sopro, mas que ainda carece de base teórica”, ao que se acresce a tese do Professor Orlando Tambosi, em seu livro Declínio do marxismo e herança hegeliana, segundo a qual o fracasso do marxismo se deve à sua própria fundamentação filosófica.

Deste resumo, pode-se concluir que o marxismo, o socialismo, o esquerdismo precisa se reciclar e se atualizar face às novas condições no nosso tempo, sob pena de se concretizar a constatação de Marx e Engels, a respeito da dialética de Hegel: “o indício de que tudo que existe, por conta de suas contradições, tende a acabar”.

Numa perspectiva cibernética, um dos componentes da metodologia proposta através deste blog, significa a necessidade de adoção de mecanismos de “feedback”, para o processamento de retroalimentação ou reajustes do marxismo, tanto no seu conteúdo, como na sua base filosófica e, na sua práxis.

A constatação da deficiência da base teórica do marxismo pode ser encontrada, já no próprio Engels.

Ele, ao atribuir à natureza características dialéticas, como consta de seu livro póstumo, Dialética da Natureza, pretendia, desde o início da década de 1870, escrever uma obra que constituiria a base filosófica para o marxismo e seria intitulada “Dialética da Natureza”, mas, após a morte de Marx, em 1883, envolvido com as atividades de direção do movimento operário e, com o objetivo de concluir a edição de “O Capital”, nunca concluiu seu intento.

A par de combater a influência no materialismo mecanicista e vulgar no movimento operário, Engels se propôs a sistematizar a aplicação da dialética à natureza, cuja concepção e método, havia utilizado na análise da sociedade, o que constitui o materialismo histórico.

Portanto, Engels já percebia lacunas na base teórica em que se apoiava o marxismo e, porisso mesmo, se propunha reciclá-la.

A grande verdade é que esta via, trilhada por Engels, ainda não teve seguidores, à altura do filósofo.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O MARXISMO SURGIU COMO OPÇÃO DE SISTEMA ECONÔMICO E POLÍTICO AO CAPITALISMO

O cenário ou ambiente social, anteriormente descrito, em que apareceu o marxismo, corresponde à visão ecológica (ecologia social) de uma época e de uma região do planeta.

O marxismo - na perspectiva sistêmica, um sistema filosófico - o mais discutido que a história revela, - continuará a sê-lo, enquanto persistirem as condições em que foi engendrado.

Passemos à continuação do texto do jornalista Marcelo Galli:

“Assim, o socialismo de caráter marxista surge como uma opção de sistema econômico e político ao capitalismo, a partir da reflexão crítica de correntes de pensamento que estavam na ordem daqueles dias, tais como o socialismo, a economia política e a dialética, idealizado pelos pensadores alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Dessa empresa intelectual surgiu o chamado socialismo científico, mais conhecido como comunismo, e que foi adotado por países como União Soviética, Coréia do Norte, Cuba e países do Leste Europeu no século XX que constituíam o bloco socialista, O socialismo prega a estatização dos bens e meios de produção. Assim, a figura do dono seria abolida num segundo momento, já que todos são donos do meio de produção e não há classes sociais (comunismo).”

E, prossegue Galli:

"Os dois filósofos não inventaram a roda, pode-se dizer, mais criaram mecanismos para que ela rodasse de forma dinâmica e lógica. “Os socialistas utópicos (Conde de Saint Simon, 1760-1825, Robert Owen, 1771-1858 e Charles Fourier, 1772-1837) elaboraram uma crítica à sociedade burguesa, mas deixaram de apresentar meios capazes de promover transformações radicais nessa sociedade,” escreve o sociólogo Carlos Benedito Martins. no livro O que é sociologia (Editora brasiliense)."

Continua o jornalista da Revista Filosofia, Ciência & Vida:

“Além disso, foi substituído o conceito de massa pelo de classe, mais preciso e próximo da realidade, o que proporcionou o reconhecimento da existência da luta de classes, o surgimento do movimento operário, e a conseqüente mobilização dos trabalhadores de sindicatos e associações de classes.”

Portanto, um dos pontos de partida, para a elaboração do marxismo, foi a dialética idealista hegeliana, que preconiza o primado da consciência sobre a matéria, a qual para essa finalidade e, - numa focalização cibernética, - foi reajustada por Marx, fundindo-a com o materialismo, tornando-se a dialética materialista que postula o contrário, ou seja, a precedência da matéria sobre a consciência.

Esta inversão, ou seja, um reajuste da dialética hegeliana é, assim, expresso por Marx e Engels: “o sistema hegeliano estava de cabeça para baixo, nós o colocamos de pé”.

Após esta abordagem sistêmica ecológica cibernética de um trecho do trabalho de Marcelo Galli, voltaremos a tratar do tema, em futuras edições do nosso blog.

domingo, dezembro 17, 2006

AMBIENTE ECONÔNICO E SOCIAL EM QUE FOI ENGENDRADO O MARXISMO

Numa visão ecológica do surgimento do marxismo, Marcelo Galli descreve, na revista Filosofia, Ciência e Vida, o ambiente econômico e social do continente europeu, no século XIX.

Mas antes de abordarmos esta parte do seu trabalho, convém fazer referência aos antecedentes desta situação, cujas raízes se encontram, principalmente, no século XVIII.

As grandes transformações ocorridas na segunda metade desse século, por analogia com a revolução francesa, foram designadas como revolução industrial e tem como símbolo a máquina a vapor, inventada por James Watt, em 1769, criador, também do primeiro dispositivo mecânico de “feedback” o regulador de Watt.

Segue-se a invenção de inúmeros engenhos mecânicos, entre os quais, a construção do tear dessa natureza, em 1785.

A indústria do carvão, mediante a utilização das máquinas a vapor, atinge cerca de 90% da produção mundial, somente na Inglaterra.

“Outro setor que conhece um desenvolvimento de monta é a indústria de base. A siderurgia e a metalurgia do ferro - essenciais nessa era da maquinaria - desenvolvem-se desde o início do século XVIII, incorporando novas soluções técnicas, como a fundição à base do coque, extraído do carvão mineral, associando intimamente esta indústria ao setor carbonífero. A ferrovia, - que teve a primeira linha regular, entre Liverpool e Manchester, instalada em 1830 – é como a síntese dessas duas indústrias: não apenas transporta carvão e ferro (além de outras mercadorias e passageiros), como também suas locomotivas, movidas a máquina a vapor, alimentam-se de carvão e são construídas de ferro” (Historia da Filosofia - Abril Cultural - 1999).

Este ambiente econômico é a origem das condições sociais, referidas por Marcelo Gali, as quais, acrescidas do contexto histórico, científico, filosófico e ideológico, então vigente, serviram de base para a elaboração da crítica da economia política e, da ideologia de Marx e Engels.

Eis a descrição do jornalista:

‘‘A Europa no século XIX passava por mudanças num ritmo frenético comandadas, por trem a vapor, comunicações através de telefone e telegramas, e maquinários substituindo uma porção de mão-de-obra no chão de fábrica das indústrias. Pessoas do interior daquele continente começam um grande êxodo rural rumo aos grandes centros urbanos em busca de melhores condições de vida e oportunidades de emprego. O capitalismo inicia seu apogeu após o início da revolução industrial anos antes, e começam a surgir os grandes conglomerados que atuam em diversos segmentos da economia, cujos produtos são fabricados em série. Ao mesmo tempo em que o avanço material e o desenvolvimento industrial traziam benefícios à população, além da acumulação de capital, efeitos colaterais surgiam na mesma proporção. Pobreza, péssimas condições no ambiente de trabalho, exploração, jornadas intermináveis e sem descanso de labuta em troca de um salário mísero, além do crescente aumento do poder dos donos dos meios de produção, ou seja, os empregadores, em relação aos seus subordinados. É diante do contexto histórico acima descrito que surgem duas das ideologias mais influentes do século XX, o marxismo e o socialismo. E, sem as quais, é difícil visualizar o século passado.”

A situação social, mencionada por Galli, conseqüente do ambiente econômico, então reinante, adicionadas do contexto científico, filosófico e ideológico da primeira metade do século XX, inclusive a vigência de inúmeras utopias e do socialismo utópico, engendraram o marxismo.
A filosofia marxista corresponde à contraposição ao liberalismo econômico, baseado no regime de livre concorrência e, no aforismo “laissez faire, laissez passer”, que preconiza a regulação econômica através de mecanismos de “feedback”. expressos pela idéia de uma “mão invisível”, criada por Adam Smith, capaz de regular o mercado mediante o equilíbrio entre a oferta e a procura.

Marx resolvera construir um instrumento teórico que, em nosso entender, poderia, também, ser classificado como uma tentativa de elaboração de um mecanismo de “feedback social”, capaz de nortear a transformação do mundo, cuja hora, diz ter chegado, já que filosofia, até então, buscara, apenas, a interpretação desse mundo.

Nesta perspectiva, o marxismo deveria constituir uma ciência da ação.

Na próxima edição deste blog, continuaremos a tratar do artigo de Marcelo Galli, no que tange ao surgimento da filosofia marxista.

sábado, dezembro 16, 2006

O MARXISMO E O SOCIALISMO COMO MECANISMOS DE “FEEDBACK” DO CAPITALISMO

Prosseguimos, hoje, em nossa análise sob o ponto de vista metodológico do artigo de Marcelo Galli, publicado na Revista Filosofia Ciência & Vida, em que afirma que “o marxismo e o socialismo mudaram a cara do século XX”, mas os cientistas ouvidos pelo jornalista são unâmes em afirmar que é preciso repensar a sua base filosófica.

Vejamos os seguintes trechos:

“Se, por um lado, o futuro do socialismo é incerto, o que é de sua responsabilidade como contribuição ao passado está inscrito nas páginas da história e ecoa ainda. A maior contribuição do marxismo e do socialismo no século XX foi a elaboração de instrumentos teóricos que permitiram compreender que determinada etapa histórica não é permanente e que o presente não é o destino final da sociedade humana.”

Esta parte do trabalho do jornalista refere à importância de uma base teórica ou filosófica para nortear a ação dos atores sociais, além de demonstrar que a sociedade continua em evolução, pois que, como a ciência e a filosofia, é um processo inacabado e inacabável.

Galli dá a palavra a Paulo Sergio Nakazone, sociólogo e Professor do Centro Universitário Nove de Julho (Uninove), o qual acredita que: “Na sociedade atual, ccm o neoliberalismo, a globalização e a repartição da riqueza produzida se tornando dramaticamente desequilibrada e amplificada as desigualdades sociais, as obras de Karl Marx se revelam de grande atualidade”,

Refere o jornalista que o Professor de História das Universidade de Michigan, Geoffy Eley, no seu livro Forjando a Democracia, aponta que “o socialismo ao lado do marxismo teve um papel nas lutas pela criação de condições básicas de exercício da democracia, como o próprio advento do sufrágio universal com a consolidação da presença das mulheres no processo eleitoral, após a segunda Guerra Mundial (1939-1945). E mais: face ao perigo de sucumbir ao regime socialista, os países capitalistas para a implementação e viabilização de um Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), ou seja, o fornecimento pelo estado ou governo de bens sociais para o bem-estar da população, tais como saúde, educação, moradia etc.”

Do exposto, se depreende que o marxismo e o socialismo têm servido como instrumento de “feedback” para que o capitalismo, por instinto de sobrevivência, adote como parte de sua estratégia de reajuste, o afrouxamento periódico da corda do pescoço dos oprimidos.

Por outro lado, numa perspectiva dialética, diríamos que o marxismo e o socialismo têm funcionado como a antítese do capitalismo, formando um par dialético, cujas sínteses periódicas são representadas por estágios do processo social, vigentes em cada instante considerado.

Esta utilização reformista dos mecanismos de "feeback", atributo fundamental da cibernética, justifica, em parte, a postura de certos metodologistas de esquerda, os quais ideologizam o método científico sistêmico, sob a alegação que ele é meramente conservador e impediente de um processo revolucionário.

Esquecem que, agregado da cibernética, a qual é considerada parte da Teoria Geral dos Sistemas e, da Teoria da Informação, englobada pela Cibernética, o Sistemismo, em sua versão intitulada Sistemismo Ecológico Cibernético, o qual abrange, além destas três ciências, a Ecologia e outros ramos do conhecimento científico, se torna revolucionário, pois a própria cibernética constitui uma verdadeira revolução, como expressa D`Azevedo:

"Toda revolução traz consigo transformações, mudanças, crise, sublevação, e também novas estruturas sociais e novos problemas resultantes em muitos casos. A cibernética, seu advento e desenvolvimento constituem em nova revolução, uma segunda revolução industrial que traz em seu âmago novos problemas filosóficos, sociais, econômicos de complexidade nunca antes enfrentados pelo homem."

(D’AZEVEDO, N. C. - Cibernética e Vida. Petrópolis - Editora Vozes. 1972, in PAIM, E. N. & Paim, R.C.N. - Sistemismo Ecológico Cibernético - Lambari - MG - CEL Informática & Editoração Ltda., 2004 - 342 p. - pg.97)

Pode se considerar que o Sistemismo, ao englobar a Cibernética, adquire desta, as características dialéticas, com base nas afirmações de GUILLAUMAUD que, ao ser referir à Cibernética como a ciência de todos os mecanismos de retroação (“feedback”) e considerá-la como a ciência da contradição, atesta os seus atributos dialéticos, quando, em seu livro, Cibernética e Materialismo Dialético, assim se expressa:

“ ... a contradição aparece como um caráter essencial dos servomecanismos construídos pelo homem ou já presentes na natureza, e a cibernética, ciência de todos os mecanismos auto-reguladores, quaisquer que sejam suas diferenças de escala, de nível, de natureza, aparece, assim, a mais de um título, como a ciência da contradição."

(GUILLAUMAUD, J. - Cibernética e Materialismo Dialético - Trad. do original francês “Cybernétique et matérialisme dialectique” por Juvenal Hahne Junior e Guilherme de Paula - Rio de Janeiro - Tempo Brasileiro - 1970. p.116. (in in PAIM, E. N. & Paim, R.C.N. - Sistemismo Ecológico Cibernético - Lambari - MG - CEL Informática & Editoração Ltda., 2004 - 342 p. 149-150).

No próximo blog, voltaremos a tratar, do ponto de vista metodológico, do trabalho de Marcelo Galli, pois numa perspectiva cibernética, um dos componentes do Sistemismo Ecológico Cibernético, proposto através deste blog, fica patente que, na opinião dos cientistas ouvidos por este jornalista, o marxismo, o socialismo e o esquerdismo, estão a carecer de uma nova base filosófica e, portanto, da adoção, de mecanismos cibernéticos de “feedback” para se reajustarem o processo filosófico e a correspondente práxis, a fim de adequá-los à realidade do nosso tempo.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

CONFLITO IDEOLÓGICO - DECLÍNIO MARXISTA SE DEVERIA A SUA BASE FILOSÓFICA

A Revista Filosofia Ciência & Vida, em seu número 4, traz, na Capa a chamada com o título desta nota e, na pagina 62 e seguintes, artigo do jornalista Marcelo Galli em que diz que “o marxismo e o socialismo mudaram a cara do século XX”.

“Hoje as ideologias vivem em uma encruzilhada ideológica e precisam se renovar.”

Mais adiante, indaga: “Afinal, ainda faz sentido ser socialista e acreditar nessa corrente de pensamento neste começo de século XXI?”

“A resposta é sim, se o socialismo for entendido como crítica e combate ao processo contínuo de expansão do capitalismo na sua tendência a subordinar todos os âmbitos da vida social à busca da mercantilização, diz o historiador Alexandre Fortes que organizou o livro Histórias e Perspectivas da esquerda pela Fundação Perseu Abramo”.

...Mas, ressalta Fortes, os socialistas precisam de programa e estratégia concretas para o século XXI. E diz: “No meu ponto de vista, isso não significa o fim do socialismo como movimento político, mas um momento de crise e reconstrução em novas bases.

”Prossegue Marcelo Galli: “O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia identifica no livro intitulado Pensar a terceira geração da esquerda, esse novo sopro, mas ainda carece de base teórica.”

Ao tratarmos de variados temas à luz do método científico, portanto de uma maneira filosófica, poderíamos dizer que é patente a coincidência das idéias dos que abordaram o assunto, nos trechos citados, de que o marxismo, o socialismo, o esquerdismo, precisam de programa e estratégia completas, que vive um momento de crise e reconstrução em novas bases e, ainda, que a atual geração de esquerda carece de base teórica.

Portanto, numa perspectiva cibernética, um dos componentes da metodologia proposta através deste blog, os atores mencionados são unânimes em sugerir a adoção de mecanismos de “feedback” no processo filosófico e na práxis da época atual.

Na edição de amanhã, do blog Sistemismo, focalizaremos parte seguinte do trabalho do jornalista Marcelo Galli, na Revista Filosofia, Ciência & Vida, a fim de não ficarmos numa visão reducionista, tão criticada por Merval Pereira, em sua coluna em O Globo, principalmente na de ontem, quando, sob o título Visões Regionais, analisa “o levantamento do Latinobarômetro, ONG com sede no Chile que mede anualmente desde 1995 as percepções e os valores dos povos da América Latina em relação à política e à economia”, segundo o qual, “as eleições que se realizaram na região fizeram surgir uma nova geografia eleitoral, atribuindo-a, numa visão reducionista, pelo menos no que toca ao Brasil, à divisão entre ricos e pobres, colocando os primeiros à direita e os segundos à esquerda.

”E continua Merval Pereira: “Segundo essa análise, as zonas que são pólos de desenvolvimento, como o Norte do México e a Região de Santa Cruz, na Bolívia, por exemplo, assim como as zonas mais ricas do Sul do Brasil e as mais ricas do Equador se alinharam com os candidatos da direita, enquanto as regiões mais pobres desses países, apoiaram os candidatos mais à esquerda”.

Essa visão fragmentária, reducionista, criticada pelo articulista, mencionando-a em sua coluna, ontem, pelo menos três vezes, é oposta à metodologia sistêmica, cuja utilização é preconizada por este blog e, também, como se deduz, por Merval Pereira.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

FIFA, A MAIOR OGANIZAÇÃO SISTÊMICA FUTEBOLÍSTICA DO PLANETA, RECEBE A CANDIDATURA DO BRASIL PARA SEDIAR A COPA DE 2014.

O Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Tóquio, onde participa do Mundial de Clubes, apresentou, formalmente, à FIFA, a candidatura do Brasil para sediar a Copa Mundial de Futebol, em 2014.

A CBF, integrada por vários subsistemas, correspondentes às Federações Estaduais, constitui o sistema futebolístico do país, cujo metassistema é a FIFA.

Uma vez que estas designações são relativas, quando consideramos a FIFA como o sistema mundial de futebol, atribuímos ao sistema nacional de futebol, a CBF, a condição de subsistema daquele sistema.

A FIFA que engloba um número maior de países membros do que a própria ONU, outra organização sistêmica, de nível planetário, realizará a próxima Copa na África do Sul, em 2010.

O Brasil, detentor do recorde de títulos, tendo conquistado cinco Copas, só foi sede desse evento uma única vez, em 1950, para cuja finalidade foi construído o estádio Maracanã, hoje designado Mario Filho, no qual o Uruguai foi campeão.

Embora programado para se realizar na América do Sul e o fato de ser o Brasil o único país da região a apresentar candidatura, esta decisão ainda pode ser reformulada, reajustada, transferindo-se a sede do torneio para outro ambiente, mais adequado, se o país não puder cumprir as condições exigidas pela federação mundial.

A organização sistêmica do setor futebolístico nacional e internacional constitui um aspecto da organização sistêmica de todos os setores da sociedade, cuja tendência se acentua dia a dia.

Em face da organização sistêmica da sociedade, da organização sistêmica dos seres vivos, como se comprova com o sistema classificatório de Lineu, da estrutura sistêmica e da fisiologia cibernética do organismo humano, da estruturação sistêmica da linguagem e, da estrutura sistêmica similar dos genomas de todas as espécies animais e vegetais, tudo isto, coloca a metodologia sistêmica em situação de privilégio para abordar, estudar ou operar tais sistemas, em comparação com outros quadros de referência.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

SITEMISMO

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO JULGA OS "CONTROLADORES" DOS RECURSOS PÚBLICOS

Desta vez o Tribunal de Contas da União (TCU), um dos mecanismos de “feedback” , representado por um dos subsitemas do sistema público federal julgou, não as contas dos gestores de dinheiro da União, mas aqueles que descumprem as prescrições orçamentárias, elaboradas pelo Congresso Nacional, a partir de proposta do Poder Executivo.

O TCU aprovou um relatório, apresentado pelo ministro Augusto Nardes, no qual responsabiliza o governo federal pela crise no transporte aéreo, relacionando-a aos cortes e contingenciamento de verbas orçamentárias para o setor "sem critério e sem fundamentação".

O relator justifica seu trabalho, comparando as solicitações de verbas orçamentárias feitas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), entre 2004 e 2006, com o que foi autorizado pelo Ministério da Fazenda e efetivamente executado, pois entre cortes e contingenciamentos, teria ocorrido uma diferença de 522 milhões de reais entre as necessidades manifestadas pelo Decea e o que entrou efetivamente no Orçamento nos últimos quatro anos, embora as verbas destinadas ao Decea tenham aumentado, de 468 milhões de reais de 2004, para 611 milhões de reais em 2006.

Como os controladores de vôo, os quais ninguém controla, cuja vontade soberana se sobrepõem aos interesses da sociedade, os “controladores” que liberam, ou não, as verbas inscritas no Orçamento da República, são autônomos, auto-suficientes e voluntaristas, sem mecanismos cibernéticos sociais que os obriguem a cumprir a lei orçamentária da União, aprovada pelo Sub-Sistema Legislativo, decorrente de proposta do Sub-Sistema Executivo, os quais, acrescido do Sub-Sistema Judiciário, correspondem aos três poderes do Sistema Social Brasileiro.

terça-feira, dezembro 12, 2006

LULA AO BUSCAR UM PONTO DE EQUILÍBRIO E CAMINHAR PARA O CENTRO, PENSA E ATUA CIBERNETICAMENTE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que toda a sociedade brasileira deve, como ele, rever sua tendência ideológica, buscar um ponto de equilíbrio e caminhar não em direção à esquerda e nem à direita, mas rumo ao centro, rumo à social democracia.

Desta maneira, o Presidente aplica o mecanismo cibernético de “feedback” no reajuste de sua posição política.

A busca incessante do ponto de equilibro, do “stead state”, da homeostasia, da saúde dos sistemas, integra o campo da cibernética, atuando através do seu mecanismo de reajuste, o “feedback”, ubíquo nos sistemas vivos e nos ecossistemas naturais, que inclui o funcionamento ou fisiologia do organismo humano, cujo modelo é aplicável ao estudo, à organização e à operacionalização da totalidade dos sistemas sociais.

Lula pensa, também, sistemicamente, ao afirmar que a tarefa de fazer o país avançar não deve ser de responsabilidade, apenas, de um homem, de um governo ou de um partido, mas de toda a sociedade brasileira, portanto, de todo o sistema social brasileiro.

Adota, ainda, o pensamento ecológico, quando se preocupa com a organização do ambiente territorial e sócio-ecconômico-político-cultural, que envolve os país, como o fez, ao comparecer à reunião de cúpula de um dos metassistemas do sistema social brasileiro - a Comunidade Sul- Americana de Nações, recentemente realizada na Bolívia.

Em síntese, são estas afirmações de Lula, ao discursar, em São Paulo, em ambiente integrado por empresários, políticos e artistas , acompanhada da sua interpretação do ponto de vista da metodologia sistêmica-ecológica-cibernética.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

SISTEMISMO

Este blog aborda diferentes temas, segundo os postulados do Sistemismo Ecológico Cibernético.


CRISE DOS CONTROLADORES DE VÔO

Parece que o governo, finalmente, como Saulo, encontrou a “estrada de Damasco”, quando, depois de dois meses, em que o país se encontra submetido ao voluntarismo dos controladores de vôo, o Presidente Lula, ao receber em audiência o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, decidiu manter no âmbito do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestão da crise do tráfego aéreo, a par da adoção de outras providências destinadas ao seu contingenciamento.

Esta medida frustra, sem dúvida, a tentativa dos “aloprados” , no sentido de privilegiar seus interesses corporativistas, em detrimento dos objetivos dos usuários do sistema de transporte aéreo, da sociedade brasileira e da segurança do país, através da quebra a unidade e integração do sistema de controle do espaco aéreo do pais, fragmentando-o, mediante a duplicação do seu comando, um militar e outro civil, desconsiderando que o controle de vôo das aeronaves civís constitui, apenas, um dos aspectos de controle do espaço aéreo que deve, sem dúvida, permancer sob o comando militar, sem intermediação, atribuindo-se a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) os demais aspectos do controle da aviação civil.

Resta, agora, implantar um mecanismo de integração do pessoal de controle de vôo, em um sistema único (civil ou militar), mantendo-se no âmbito do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestão do sistema de tráfego aéreo do país, de acordo com a decisão presidencial.

Se adotada uma ou outra categoria de pessoal, os integrantes da outra permaneceriam em um quadro em extinção, ficando assegurados a eles todos os direitos existentes.

A decisão do Presidente Luis Inácio Lula da Silva se enquadra na tendência da organização sistêmica do serviço público federal, cujo exemplo, além dos já mencionados em blogs anteirores, é de se destacar a recente criação do Sistema Único de Segurança Pública, ao qual se integra a Força Nacional de Segurança e o Sistema Único de Informações do setor.

Na mesma linha de pensamento integrativo, portanto sistêmico, o Congresso aprovou, nesta semana, a lei de criação do FUNDEB, abrangendo desde a creche ao ensino médio, em substituição ao FUNDEF, que compreendia somente o ensino fundamental.

Wednesday, December 06, 2006


O CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO EXIGE UMA SOLUÇÃO SISTÊMICA E CIBERNÉTICA

A totalidade dos mecanismos de controle automático são do campo da cibernética.Estes mecanismos devem operar no sentido de um controle finalista, isto é, tendo em vista os propósitos do sistema que, no caso do controle do espaço aéreo, devem ser os objetivos do setor e da sociedade.

O controle do espaço aéreo é efetivado por meio de equipamentos cibernéticos, como os sistemas de radares e outros dispositivos de processamento de informações, como os computadores, cujo modelo de funcionamento se inspira na fisiologia do próprio organismo humano, particularmente do seu sistema nervoso central, tudo operando automaticamente, desde que não seja perturbado por distúrbios da consciência e deturpação da linguagem.

Os equipamentos cibernéticos do sistema de controle de vôo não podem ficar submetidos ao humor dos controladores de vôo, como se corpo social fosse exercido semelhantemente ao que ocorre com o corpo humano, quando controlado pelo cérebro de drogado, pois o que assistimos, pasmos, é o interesse do país e da sociedade ficarem a mercê dos interesses corporativistas de uma categoria profissional, que se sobrepõe aos desígnios da sociedade.

É de se perguntar: Quem controla os controladores de vôo? Porque o estado não cumpre o seu papel de controlador social, deixando a sociedade à mercê de controladores "aloprados."

É necessário que se organize sistemicamente o setor, criando-se o SISTEMA ÚNICO DE CONTROLE DE VÔO, além de lhe atribuir uma administração cibernética, capaz de operá-lo de acordo com os seus verdadeiros objetivos, conduzindo-o no sentido da eficiência e da eficácia, pondo termo à balburdia e ao caos.

É preciso que as autoridades deixem serem tíbias e omissas, atribuindo ao problema uma solução técnica, deixando de lado a exploração política do problema, tanto pelo lado do governo como da oposição.Felizmente, neste momento, em um ambiente em que ninguem se entende, surge uma autoridade que age com sensatez, senão vejamos:

Aldo descarta votar lei para desmilitarizar controle aéreo

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), reagiu com cautela a algumas das soluções apresentadas por parlamentares para conter a crise nos aeroportos do país. Ele descartou colocar em votação uma lei que determine a desmilitarização do controle do espaço aéreo brasileiro."Eu acho precipitado encontrar atalhos ou diagnósticos fáceis para a crise. Atribuir à natureza militar da atividade a razão da crise é muito fácil e simples", disse Aldo a jornalistas nesta quarta-feira.O sistema de controle do tráfego aéreo no Brasil é misto. Embora a função também seja desempenhada por alguns civis, a estrutura é toda militar. Os controladores civis são obrigados a respeitar a disciplina imposta pelo comando da Aeronáutica, sem direito a greves e questionamento das ordens do alto comando.A natureza da função e a reivindicação dos profissionais por planos de carreira e melhores salários abriram um debate polêmico sobre a desmilitarização do setor, já que o governo não pode aumentar o salário da categoria, sem elevar também os rendimentos de todo o serviço militar brasileiro.Desde o fim de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país. A crise foi desencadeada pela operação-padrão dos controladores por melhores condições de trabalho, após o acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas.No início de novembro, a situação ficou ainda mais problemática, sem controladores suficientes para atender a demanda de decolagens, sobretudo em Brasília.Na última terça-feira, uma nova onda de atrasos, atribuída a uma pane no sistema de comunicação, provocou mais uma série de tumultos e atrasos de mais de seis horas. Quase todas as decolagens para a capital foram suspensas.Nos aeroportos, no entanto, a informação dada aos passageiros era de que as operações haviam entrado em ritmo lento em caráter de protesto. Não se ouviu falar em pane de equipamentos."Claro que foi um boicote. Temos que desmilitarizar esse processo, primeiro porque não podemos dar aumento geral (a todo o serviço militar brasileiro), segundo porque temos que ampliar o número de controladores civis", defendeu o deputado Carlito Merss (PT-SC).O presidente da Câmara anunciou que uma comissão parlamentar acompanhará a crise nos aeroportos junto ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica. Uma audiência pública com todos os representantes do setor, inicialmente marcada para esta tarde, foi adiada para a próxima quarta-feira a pedido do próprio ministro da Defesa, Waldir Pires.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

SISTEMISMO

Este blog aborda diferentes temas segundo os postulados do Sistemismo Ecológico Cibernético.


O CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO EXIGE UMA SOLUÇÃO SISTÊMICA E CIBERNÉTICA

A totalidade dos mecanismos de controle automático são do campo da cibernética.

Estes mecanismos devem operar no sentido de um controle finalista, isto é, tendo em vista os propósitos do sistema que, no caso do controle do espaço aéreo, devem ser os objetivos do setor e da sociedade.

O controle do espaço aéreo é efetivado por meio de equipamentos cibernéticos, como os sistemas de radares e outros dispositivos de processamento de informações, como os computadores, cujo modelo de funcionamento se inspira na fisiologia do próprio organismo humano, particularmente do seu sistema nervoso central, tudo operando automaticamente, desde que não seja perturbado por distúrbios da consciência e deturpação da linguagem.

Os equipamentos cibernéticos do sistema de controle de vôo não podem ficar submetidos ao humor dos controladores de vôo, como se corpo social fosse exercido semelhantemente ao que ocorre com o corpo humano, quando controlado pelo cérebro de drogado, pois o que assistimos, pasmos, é o interesse do país e da sociedade ficarem a mercê dos interesses corporativistas de uma categoria profissional, que se sobrepõe aos desígnios da sociedade.

É de se perguntar: Quem controla os controladores de vôo? Porque o estado não cumpre o seu papel de controlador social, deixando a sociedade à mercê de controladores "aloprados."

É necessário que se organize sistemicamente o setor, criando-se o SISTEMA ÚNICO DE CONTROLE DE VÔO, além de lhe atribuir uma administração cibernética, capaz de operá-lo de acordo com os seus verdadeiros objetivos, conduzindo-o no sentido da eficiência e da eficácia, pondo termo à balburdia e ao caos.

É preciso que as autoridades deixem serem tíbias e omissas, atribuindo ao problema uma solução técnica, deixando de lado a exploração política do problema, tanto pelo lado do governo como da oposição.

Felizmente, neste momento, em um ambiente em que ninguem se entende, surge uma autoridade que age com sensatez, senão vejamos:


Aldo descarta votar lei para desmilitarizar controle aéreo

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), reagiu com cautela a algumas das soluções apresentadas por parlamentares para conter a crise nos aeroportos do país. Ele descartou colocar em votação uma lei que determine a desmilitarização do controle do espaço aéreo brasileiro.
"Eu acho precipitado encontrar atalhos ou diagnósticos fáceis para a crise. Atribuir à natureza militar da atividade a razão da crise é muito fácil e simples", disse Aldo a jornalistas nesta quarta-feira.
O sistema de controle do tráfego aéreo no Brasil é misto. Embora a função também seja desempenhada por alguns civis, a estrutura é toda militar. Os controladores civis são obrigados a respeitar a disciplina imposta pelo comando da Aeronáutica, sem direito a greves e questionamento das ordens do alto comando.
A natureza da função e a reivindicação dos profissionais por planos de carreira e melhores salários abriram um debate polêmico sobre a desmilitarização do setor, já que o governo não pode aumentar o salário da categoria, sem elevar também os rendimentos de todo o serviço militar brasileiro.
Desde o fim de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país. A crise foi desencadeada pela operação-padrão dos controladores por melhores condições de trabalho, após o acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas.
No início de novembro, a situação ficou ainda mais problemática, sem controladores suficientes para atender a demanda de decolagens, sobretudo em Brasília.
Na última terça-feira, uma nova onda de atrasos, atribuída a uma pane no sistema de comunicação, provocou mais uma série de tumultos e atrasos de mais de seis horas. Quase todas as decolagens para a capital foram suspensas.
Nos aeroportos, no entanto, a informação dada aos passageiros era de que as operações haviam entrado em ritmo lento em caráter de protesto. Não se ouviu falar em pane de equipamentos.
"Claro que foi um boicote. Temos que desmilitarizar esse processo, primeiro porque não podemos dar aumento geral (a todo o serviço militar brasileiro), segundo porque temos que ampliar o número de controladores civis", defendeu o deputado Carlito Merss (PT-SC).
O presidente da Câmara anunciou que uma comissão parlamentar acompanhará a crise nos aeroportos junto ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica. Uma audiência pública com todos os representantes do setor, inicialmente marcada para esta tarde, foi adiada para a próxima quarta-feira a pedido do próprio ministro da Defesa, Waldir Pires.

terça-feira, dezembro 05, 2006

SISTEMISMO

Este blog aborda diferentes temas, segundo uma perspectiva de caracterísstica tríplice: sistêmica, ecológica e cibernética.


VISÃO ECOLÓGICA DOS SISTEMAS

A visão ecológica é a focalização de qualquer sistema através do prisma da Ecologia, a qual, acoplada ao enfoque sistêmico e à perspectiva cibernética, resulta na abordagem sistêmico-ecológica-cibernética.

Se a Ecologia é o estudo do ambiente e, como não podem existir sistemas sem ambiente (exceto o Universo, pois não se pode conceber algo em seu entorno, se o considerarmos infinito), partindo da definição de ambiente como tudo que existe em torno de um sistema, diríamos que o ambiente do sistema partidário nacional é a totalidade do território do país, tudo nele existente, sobretudo a população o povo brasileiro ou, na linguagem sistêmica, o sistema social brasileiro, do qual o sistema partidário é um dos seus subsistemas.

Todos os sistemas se relacionam com o seu ambiente e este relacionamento se efetua através de intercâmbios que pode ser sintetizado como “um conjunto de trocas de matéria, energia e informações” que se processam entre um e outro.

È da adequação das trocas entre um sistema e o respectivo ambiente que resulta no estado de homeostasia, de equilíbrio, de saúde de um sistema, inclusive do sistema humano.

Baseado no Livro:

PAIM, E. N. & Paim, R.C.N. - Sistemismo Ecológico Cibernético - Lambari - MG - CEL Informática & Editoração Ltda., 2001. 208 p.PAIM, E. N. & Paim, R.C.N. - Sistemismo Ecológico Cibernético - Lambari - MG - CEL Informática & Editoração Ltda., 2004. 342 p.

Todos os direitos reservados aos autores
copyright Ó by Edson N. Paim e Rosalda C. N. Paim


Já referimos que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo artigo de Carmem Munari, apresentou uma proposta de reajuste do seu partido, ou seja, que nós traduzimos, à luz do referencial com o qual trabalhamos, se tratar de uma proposta cibernética, pois preconiza a adoção de um mecanismo de reajuste ou de “feedback” partidário, em conseqüência do resultado da última eleição presidencial.

Na mesma linha de raciocínio, o candidato derrotado Geraldo Alckmin ressalta a falta de sintonia entre o seu partido e o povo e sugere uma melhor “troca de informações” entre ambos, o que, na linguagem cibernética, corresponde, também, a um processo de reajuste ou utilização de um mecanismo de “feedback”.

Os fatos referidos e, outros, publicados neste blog, são focalizados à luz do enfoque sistêmico, da visão ecológica e da perspectiva cibernética, os três componentes principais do SISTEMISMO ECOLÓGICO CIBERNÉTICO, cujo texto (resumo), acompanhado das Referências Bibliográficas e toda a Bibliografia Consultada, se acha publicado na Enciclopédia Wikipedia, no seguinte endereço:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Usuário_Discussão:Edson_Nogueira_Paim

O referencial sistêmico, ecológico e cibernético vem sendo reajustado e ampliado, constantemente, o que ocorre mediante a utilização do dispositivo cibernético de “feedback”, por ele adotado.

segunda-feira, dezembro 04, 2006


SISTEMISMO

Este blog aborda diferentes temas segundo os postulados do Sistemismo Ecológico Cibernético.


ORGANIZAÇÃO SISTÊMICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Os temas abordados aqui correspondem, simplesmente, a meios para a divulgação da metodologia sistêmica que, apesar de criticada e considerada de caráter conservador, possui a vantagem de se harmonizar com a estrutura sistêmica da natureza e das organizações sociais.

A organização da sociedade, do ponto de vista sistêmico, compreendem os sistemas familiares, comunitários, nacionais, continentais e, de âmbito planetário.

Já referimos à possibilidade de aplicação da metodologia sistêmica ecológica cibernética, correspondente a uma ampliação da metodologia sistêmica na abordagem de sistemas de qualquer natureza.

O Sistema Social Brasileiro envolve um grande número de subsistemas.
Os subsistemas, por sua vez, dividem-se em sub-subsistemas.

No que concerne à organização sistêmica dos poderes da República, o Sistema Nacional do país é constituído por três subsistemas:
- um Sistema Executivo que corresponde ao Poder Executivo:

- um Sistema Legislativo compreende o Poder Legislativo e,

- um Sistema Judiciário que abrange o Poder Judiciário.

Todos os três Poderes da República ou Subsistemas do nosso Sistema Federativo, comportam divisões e subdivisões.

Do ponto de vista geográfico e político-administrativo o Sistema Social Brasileiro é constituído pelos Estados da Federação, que são seus subsistemas, enquanto os Municípios representam subsistemas dos Estados e, ao mesmo tempo, subsubsistemas da União Federativa.

O conceito de sistemas, de subsistemas ou de sub-subsistemas é elástico e relativo, na dependência da posição do obsrvador ou operador em relação a eles, dos propósitos de nosso estudo ou atuação sobre o mesmo.

Geralmente designamos como sistema àquele que estamos focalizando, estudando, operando ou administrando, em determinado momento.

Todos sistemas de mesma natureza e menor hierarquia, contido no sistema em foco, são seus subsistemas, enquanto os de maior amplitude que ele e, que o contenha, são seus metassistemas.

Nesta acepção, para o Governador do Estado, o sistema é o estado que administra, sendo os municípios os seus subsistemas, enquanto a União Federal corresponde a um seu metassistema.

Entretanto, para o prefeito de um município, este é o sistema, os distritos são os subsistemas e o Estado, no qual está inserido, é seu metassistema, mas, para o Presidente da República, o país é o sistema e, os Estados os seus subsistemas, enquanto as organizações supranacionais de que participa o país, como o Mercosul, a Comunidade Sul-Americana de Nações,
a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU), são seus metassistemas.

Portanto, repetimos que os conceitos de Sistema, Subsistemas e Metassistemas são relativos.

Um dos aspectos da organização social brasileira é o seu Sistema Partidário que, também corresponde a um dos subsistemas do Sistema Social do País.

domingo, dezembro 03, 2006

ENFOQUE SISTÊMICO DO PMDB

Sob este título e, visualizamos o PMDB sob o enfoque sistêmico e, mediante uma visão ecológica, referimo-nos à transformação do ambiente político, face à eleição de Lula, uma vez que o partido (partido mesmo) busca, através de trocas de informações (no seu interior e, com o ambiente externo), adotar um mecanismo de “feedback” para reajustar a agremiação, transformando-a em um verdadeiro sistema, cuja pretensão se encontra expressa na publicação intitulada:

Em busca de apoio total do PMDB, Lula convida Temer ao Planalto

- ( Fonte: Reuters).Por Ricardo Amaral e Natuza NeryBRASILIA (Reuters) - Numa tentativa de atrair todos os setores do PMDB para um governo de coalizão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um encontro com o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), para a próxima quarta-feira ao meio dia.O convite de Lula foi transmitido pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, na noite de quinta, informou uma fonte do PMDB próxima a Michel Temer. Segundo a fonte, ficará a critério do presidente peemedebista levar ao encontro outros membros da direção partidária.Será o primeiro encontro de Lula com o presidente do PMDB desde julho do ano passado, quando Temer rejeitou uma proposta de se aliar formalmente ao governo. Temer apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais, mas a maior parte do PMDB ficou com Lula."O governo está fazendo um gesto para mostrar ao PMDB que deseja o apoio do partido como um todo, não mais de setores apenas, mesmo que sejam importantes", disse à Reuters um ministro petista que pediu para não ser identificado.Segundo esse ministro, Lula planeja dar ao PMDB um lugar na coordenação de governo e num possível conselho político, mas exige antes a unificação das diversas correntes do partido.Os principais interlocutores de Lula no PMDB são o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o deputado Jader Barbalho (PA), o ex-presidente José Sarney (AP) e o deputado e ex-ministro Eunício Oliveira (CE).Barbalho está coordenando, por sugestão de Lula, um programa que servirá de base ao governo de coalizão.Mesmo representando a maioria governista do PMDB, nas direções regionais e nacional do partido, esses quatro dirigentes não controlam sozinhos a bancada na Câmara. O PMDB elegeu 83 deputados e deve passar de 90 com adesões.Para fazer uma aliança estável com o partido, Lula disse aos aliados que não veta nenhum dirigente, nem mesmo Temer e peemedebistas ligados ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.Lula garantiu o apoio de cinco dos sete governadores eleitos e reeleitos do PMDB e mantém pontes políticas com os outros dois (Luís Henrique, de Santa Catarina, e André Puccineli, do Mato Grosso do Sul).O próprio Temer disse esta semana que o partido tende a apoiar o futuro governo, mas ressalvou, em conversas reservadas, que não abre mão de participar das negociações com o governo."Temer quer uma saída honrosa. O presidente do partido não pode ser simplesmente alijado dos entendimentos", disse um amigo do peemedebista.A coalizão dependerá também das posições estratégicas no Congresso. Mesmo aliados do PT como Eunicio Oliveira reivindicam para o partido a Presidência da Câmara, na qual Lula quer manter Aldo Rebelo (PCdoB-SP)."Por ser a maior bancada na Câmara, o PMDB não pode abrir mão de reivindicar a Presidência", disse o ex-ministro à Reuters. É a mesma posição do ex-líder Geddel Vieira Lima (BA), que apoiou Lula desde o primeiro turno. O PT, por sua vez, reivindica de volta a liderança do Governo no Senado, posto que passou de Aloizio Mercadante (PT-SP) para Romero Jucá (PMDB-RR). Em encontro com a direção petista nesta quinta, Lula pediu ao partido que facilite a coalizão, reduzindo a demanda por cargos.