quarta-feira, outubro 24, 2007

CORRUPÇÃO SISTÊMICA: SEU CONTROLE DEPENDE DE UMA ADMINITRAÇÃO CIBERNÉTICA


A Cibenética que se define como a "ciência das informações, do comando e do controle, no ser humano, nas máquinas e n a sociedade", está, portanto, na base de todos os mecanismos de controle e de reajujstes, inclusive dos processos administrativos.

Dentre os mecanismos cibernéticos da administração pública federal, destaca-se o Tribunal de Contas da União (TCU), cujas atividades permitem o controle da qualidade da utilização dos dinheiros públicos, possibilitando a adoção de mecanismos de "feedback", a fim de se reajustar, constantentemente, este processo, o que resultará na melhoria da eficiência e da eficácia das ações do governo.

A importância do TCU está refletida na matéria seguinte:
"Tribunal de Contas constata irregularidades de todo tipo em contratos do governo

TCU salva do ralo mais de R$ 1,34 bi

BRASÍLIA - Ações do Tribunal de Contas da União (TCU) que anularam ou sustaram contratos, editais e licitações de órgãos do governo com indícios de irregularidade impediram o eventual desperdício de mais de R$ 1,34 bilhão até o primeiro semestre deste ano. O valor aumentará até o fim do ano, pois há pelo menos mais 41 medidas cautelares do TCU ordenando a suspensão de contratos.

Até a chuva já foi usada para aumentar irregularmente o valor de contratos - empresas alegaram que tiveram de interromper atividades por conta da chuva e cobraram aditivos. No caso da implantação e pavimentação da rodovia BR-226, no trecho perto de Currais Novos, na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará, esse adicional elevou o custo final em 7,6%, num total de cerca de R$ 4,4 milhões.

No entanto, técnicos do TCU obtiveram o levantamento pluviométrico dos últimos 59 anos na região para verificar que não houve volume de chuva acima do normal. Com isso, o Tribunal determinou ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte que não pagasse os valores relativos ao "fator chuva". O relator, o ministro substituto Marcos Bemquerer Costa, rejeitou o aditivo em 25 de julho. Para ele, o "fator chuva" só pode ser levado em consideração "em condições extraordinárias de precipitação, o que não se aplica à região".
Valores

Apenas no segundo trimestre deste ano a ação preventiva do TCU evitou um gasto de cerca de R$ 1,12 bilhão com retificação de vícios, defeitos ou incorreções em contratos. Economizou ainda cerca de R$ 3,9 milhões com eliminação de desperdícios e corte de custos administrativos, e mais R$ 1,6 milhão com a redução de preço máximo em processos de licitação. A redução de tarifas públicas consideradas elevadas em demasia poupou R$ 165,6 milhões.

Há problemas em contratos de todo tipo. No primeiro trimestre, o TCU recomendou anular, suspender ou ajustar licitações feitas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, pela Fundação Biblioteca Nacional, pelo Banco do Brasil, pelo Comando Militar da Amazônia e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre outros. No mesmo período, detectou problemas em contratos com a Eletrobrás e a Agência Nacional de Águas.

O governo admite a existência de problemas e já desenvolve duas linhas de ação para tentar eliminá-los. A primeira, coordenada em grande parte pela Controladoria Geral da União (CGU), é intensificar a fiscalização e a prevenção. A segunda envolve mudanças na forma dos contratos. O Decreto 6.170, assinado pelo presidente Lula em 25 de julho, entrará em vigor em janeiro e prevê maior rigor na gestão de recursos.
Transferências

A partir de janeiro, por exemplo, transferências de recursos para obras serão feitas diretamente pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. O pagamento será por obra medida, o que significa que a empresa só receberá após a conclusão de cada etapa.

O decreto também cria um portal de convênios na internet. A idéia é pôr à disposição propostas padronizadas conforme os perfis dos municípios e suas necessidades, como um "banco ou prateleira de projetos".

Além disso, será obrigatório registrar todo convênio de valor superior a R$ 5 milhões no Sistema de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, com discriminação de valores e dos fornecedores que receberão os pagamentos. Isso aumentará a capacidade da União de fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento da obra.

Serão também vetados convênios com Estados e municípios de valor inferior a R$ 100 mil. Com isso, a estimativa é de redução de 15 mil convênios anuais, com economia prevista de R$ 1,5 bilhão."

Fonte: Tribuna Online

http://www.tribuna.inf.br/anteriores/ontem/noticia.asp?no