sábado, maio 31, 2008

MAIS UM PASSO NA DIREÇÃO DE UMA VISÃO SISTÊMICA DO UNIVERSO

O sucessor do Hubble



Jonathan Gardner, do Centro Godddard da Nasa, fala dos ganhos científicos que são esperados com a entrada em cena do telescópio espacial James Webb, com lançamento previsto para 2013 (divulgação)
Especiais


30/05/2008

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – Em 2013 está previsto o lançamento do sucessor do telescópio espacial Hubble, um dos mais notáveis instrumentos na história da astronomia, que desde 1990 tem ajudado o homem a conhecer melhor a estrutura e a história do Universo.

O telescópio espacial James Webb terá metade do peso do Hubble, economizando em diversas partes para poder conter o mais importante: um espelho com 6,5 metros de diâmetro, quase três vezes maior do que o do seu antecessor, o que permitirá observar distâncias hoje impensáveis.

O olhar distante não se dará apenas no espaço, mas no tempo, com o registro de estrelas e outros objetos cuja luz será registrada muito depois de serem emitidas. Segundo os responsáveis pelo projeto, com o James Webb será possível olhar para mais de 13 bilhões de anos atrás, pouco após o Big Bang, para testemunhar e entender melhor, por exemplo, o nascimento de galáxias.

“Para conseguir isso, precisamos fundamentalmente de um telescópio grande, pois os objetos, por estarem muito distantes, não são nítidos”, disse o astrofísico Jonathan Gardner, chefe do Laboratório de Cosmologia Observacional do Centro Goddard de Vôo Espacial, da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Gardner participou do seminário “Uma espiada no Futuro da Astronomia”, evento que reuniu esta semana astrônomos de diversos países no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.

O novo telescópio terá uma área de coleta de luz seis vezes maior do que a do Hubble. “Como seu espelho principal tem 6,5 metros, e o foguete que o lançará tem pouco mais de 5 metros de diâmetro, o James Webb seguirá ‘dobrado’. Depois de deixar o foguete, será desdobrado e seus segmentos serão alinhados”, explicou Gardner à Agência FAPESP.

O James Webb é resultado de uma colaboração entre a Nasa e as agências espaciais canadense (CSA) e européia (ESA). A missão tem custo estimado de US$ 4,5 bilhões.

Ele ficará em órbita a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, além da influência da órbita da Lua. A região, conhecida como L2, está na parte exterior da órbita terrestre ao largo da reta que une a Terra ao Sol e permitirá que a espaçonave se mantenha em distância constante do planeta, sendo necessários apenas pequenos movimentos comandados a distância.

Outra diferença é que o James Webb foi projetado para trabalhar em temperaturas de 225ºC negativos. “Para chegar a tais temperaturas, ele terá que se afastar bastante da Terra. Por ficar apenas na órbita terrestre, o Hubble pega a luz do Sol a cada uma hora e meia, o que faz com que tenha que se esconder atrás da Terra para poder se resfriar novamente. O James Webb estará a 1,5 milhão de quilômetros, atrás de um painel que atuará como se fosse um bloqueador com nível de proteção muito alto”, comparou Gardner.

Serão cinco camadas de painéis para garantir um isolamento perfeito. “Se tivéssemos apenas uma camada de proteção, algum objeto espacial, ao se chocar com o telescópio, poderia deixar um buraco onde os raios solares penetrariam, e isso é algo que queremos evitar”, afirmou.

Segundo Gardner, esse falta de proteção é um dos maiores problemas do Hubble. Além disso, os instrumentos eletrônicos do telescópio atual não estão funcionando corretamente. Por conta disso, em outubro a Nasa enviará o ônibus espacial em uma missão para substituir os instrumentos defeituosos. Mas a agência norte-americana já avisou que esse será o último conserto do telescópio, que deverá funcionar por mais cinco anos.

“Queremos que o Hubble permaneça no espaço o máximo de tempo possível, mas, ao mesmo tempo, desejamos um telescópio maior. O Universo está se expandindo e precisamos também expandir nosso conhecimento”, disse Gardner.

Como junto com a expansão do Universo ocorre o alongamento da luz, o Webb está sendo projetado para trabalhar em infravermelho – o Hubble opera mais em luz visível e em radiação ultravioleta. “Para ver as primeiras galáxias, precisamos de um telescópio que consiga enxergar a luz que vem de onde as estrelas nascem”, explicou.

A Guiana Francesa foi o local escolhido para o lançamento, por estar próximo à linha do Equador, posição geográfica que facilita a impulsão do foguete, e do oceano – em caso de erro, o foguete cai no mar. Será lançado a partir de um foguete Ariane.

“Devido à distância que pretendemos que ele trabalhe, não poderá haver erros em seu lançamento e posicionamento, pois não poderemos enviar missões de astronautas para ajustá-lo, como fazemos com o Hubble”, ressaltou o astrofísico. O Hubble está muito mais próximo, a menos de 600 quilômetros da superfície terrestre.

O nome do novo telescópio é uma homenagem ao segundo administrador da Nasa. “Webb foi o responsável por ter feito com que a agência passasse a fazer ciência”, disse Gardner.

O astrofísico aponta que, assim como o Hubble, um dia o James Webb também se aposentará, quando então entrará em cena um telescópio espacial maior e mais moderno, de modo a “satisfazer a inquietude humana”. Apesar de ainda nem ter sido lançado, a missão do James Webb está prevista para ter fim em 2023.

Mais informações: www.jwst.nasa.gov

quinta-feira, maio 29, 2008


CIGARRO PROVOCA EFEITOS NEGATIVOS SISTÊMICOS NO ORGANISMO

Beleza e Cigarro


Certamente você já ouviu dizer que é preciso parar de fumar duas ou três semanas antes de se submeter a uma cirurgia plástica. A Médica Audrey Worthington, especialista em Cirurgia Plástica, recomenda aos pacientes que discutam o assunto com seus médicos antes de marcar o procedimento cirúrgico.

No caso do tabagismo, o risco é comprometer uma boa cicatrização pós-cirúrgica. Segundo Audrey, há trabalhos científicos mostrando que apenas a inalação da fumaça de um cigarro prejudica células formadoras de colágeno, os fibroblastos fundamentais para a cicatrização. Quando há uma incisão (corte) ou qualquer traumatismo, todo o organismo se mobiliza para tentar resolver o problema por meio de um processo inflamatório.

O uso do tabaco também inibe a migração dos fibroblastos, que acabam ficando nas bordas da ferida e ela demora mais para fechar, além de aumentar as chances de uma cicatriz hipertrófica e até queloideana. O quelóide é uma espécie de tumor de cicatriz e ocorre quando há excesso da produção de fibras colágenas, o que dá aquele aspecto volumoso e endurecido, muitas vezes doloroso.

Pacientes fumantes têm maior predisposição à formação de pequenos coágulos que podem obstruir capilares e alterar a cura das feridas cirúrgicas. O fumo também afeta o sistema imunológico, diminui as defesas do organismo e ocasiona o envelhecimento precoce. Segundo a Dra. Audrey, todos esses fatores se somam durante uma cirurgia e devem ser levados em conta pelo paciente e seu cirurgião, já que interferem diretamente nos resultados e, principalmente, na saúde como um todo.

Escrito por Juniata às 12h43

quarta-feira, maio 28, 2008

ABORDAGEM FRAGMENTÁRIA DAS CÉLULAS-TRONCO: ÊNFASE NO ASPECTO JURÍDICO

Ministro vota contra pesquisas com células-tronco

O ministro Carlos Alberto Menezes Direito votou nesta quarta-feira pela "inconstitucionalidade parcial" do artigo 5º da Lei de Biossegurança. Ligado à Igreja Católica, Direito propôs modificações no artigo, de forma a permitir que sejam feitas pesquisas com células-tronco embrionárias retiradas do embrião sem destruí-lo.

"O embrião é, desde a fecundação, mais presentemente, desde a união dos núcleos do óvulo e do espermatozóide, um indivíduo, um representante da espécie humana, que terá a mesma carga genética de um feto, de uma criança, de um adulto, de um velho", disse.

Direito leu por cerca de três horas o longo voto no qual argumentou que as pesquisas ferem a proteção constitucional à vida ao destruir o embrião. A ação foi impetrada em 2005 pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que pede a inconstitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança.

Com isso, o julgamento soma um voto a favor do atendimento parcial à ação e dois contra --dos ministros Carlos Ayres Britto, relator do processo, e Ellen Gracie, que já haviam declarado seus votos no dia 5 de março, primeiro dia do julgamento. Na ocasião, a sessão foi interrompida pelo pedido de vista de Direito.

O ministro sugeriu que se permita pesquisas com embriões inviáveis que tiveram seu desenvolvimento interrompido por ausência de clivagem (divisão). Ele também pediu que haja fiscalização das pesquisas pelo Governo Federal.
Segundo Direito, é necessário estabelecer que a fertilização in vitro é uma modalidade terapêutica empregada para fins reprodutivos e que seja proibida a escolha de sexo do embrião e vedado o descarte de embriões independentemente de sua viabilidade. Ele também destacou a necessidade de consentimento dos genitores.

Religião

No início do julgamento, Direito afirmou que o julgamento seria jurídico, e não amparado em princípios religiosos. "O que a Suprema Corte do Brasil está desafiando não é uma questão religiosa, é uma questão jurídica. Tentar estabelecer a ideologização da ciência ou enxergar obscurantismo nos que crêem em sua fé é indigno", afirmou.

Em seu voto, o ministro usou argumentos científicos, mas também citou filósofos. Ele disse ainda que não há garantia de que as promessas feitas por pesquisadores que trabalham com células-tronco embrionárias se realizarão.
"As promessas a elas [células-tronco embrionárias] atribuídas não tem pelo menos ainda garantia de realização", afirmou.

Folhaonline

terça-feira, maio 27, 2008

AÇAO SISTÊMICA DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS RESULTA EM GERAÇÃO RECORD DE EMPREGOS, SEGUNDO CARLOS LUPI



Carolina Acosta (Da FM PAN)


Em visita a Mato Grosso do Sul, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, declarou que o trabalho desenvolvido pelo governo do Estado tem sido relevante nos repetidos recordes de geração de emprego no País.

Em 2007 foram gerados 1.617.000 empregos formais, número histórico. Nos primeiros quatro meses deste ano, nova marca foi ultrapassada, com 850 mil novos trabalhadores com carteira assinada.

Qualificação

A qualificação profissional, em especial de jovens, também é prioridade para o ministério. O trabalho tem sido feito em parceria com Estados e municípios. Convênio firmado com o governo do Estado irá proporcionar a capacitação de 10 mil jovens.

“Em alguns setores surgem empregos mas falta qualificação para preencher as vagas, então nosso foco é voltado para a necessidade do mercado. A qualificação deve ser feita conforme a demanda”, explicou Lupi.

O ministro ainda defendeu a formalização de empresas e registro de funcionários como forma de aumento nos lucros. “A primeira etapa é a conscientização de que nunca é caro investir no trabalhador. Todo auxílio que a empresa dá reflete em maior produtividade. Quanto mais incentivos e direitos o trabalhador tem, mais produção e lucro ele dá à empresa. Temos que favorecer o registro, ter um trabalhador de melhor nível e, como conseqüência, empresas que ofereçam melhores condições de trabalho e salários”, concluiu.

Notícias MS

segunda-feira, maio 26, 2008

SEQUENCIAMENTO SISTÊMICO DO DNA FEMENINO

Pesquisadores fazem primeiro seqüenciamento completo de um DNA feminino

Bruxelas, 26 mai (EFE).- Pesquisadores do Centro Médico Universitário LUMC, na localidade de Leiden, no leste da Holanda, decifraram pela primeira vez a seqüência completa do DNA de uma mulher, informa hoje um comunicado.

Após seis meses de trabalho, os cientistas conseguiram seqüenciar o genoma de uma de seus colegas, a geneticista clínica Marjolein Kriek, diz a nota.

Com este estudo, os pesquisadores do LUMC obtiveram o primeiro seqüenciamento completo do DNA de uma mulher e, ao mesmo tempo, de um cidadão europeu.

Cientistas já tinham decifrado os genomas individuais de quatro homens, dentre eles o especialista James Watson, um dos descobridores da estrutura da molécula do DNA.

Os resultados do estudo do LUMC, que serão publicados em breve, aumentarão o conhecimento a respeito da diversidade genética do ser humano, segundo os pesquisadores.

"Como é geneticista, Kriek estava na situação ideal para saber as vantagens e desvantagens da publicação de sua seqüência", disse o responsável pela pesquisa, Gert-Jan van Ommen.

"A seqüência do DNA de uma mulher nos ajudará a compreender melhor o cromossomo X", destacou Ommen, para quem "já era hora de equilibrar a proporção dos sexos" nas pesquisas.

sexta-feira, maio 23, 2008

ORGANIZAÇÃO SISTÊMICA DOS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL

Unasul nasce mas Colômbia não apóia Conselho de Defesa

BRASÍLIA (Reuters) - Com a assinatura de 12 países, foi oficialmente constituída nesta sexta-feira a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), mas o Conselho de Defesa, proposto pelo Brasil, não obteve o apoio da Colômbia, que deseja a condenação das Farc como grupo terrorista.

Uribe não aceita que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sejam tratadas como um grupo beligerante, como faz a Venezuela, ou que não sejam consideradas terroristas por outros países do continente, entre eles o Brasil.

Questionado se a classificação das Farc como terrorista seria a condição para a Colômbia aderir ao Conselho de Defesa Sul-Americano, respondeu que esse é um ponto para reflexão.

"A União Sul-Americana deve ajudar também para que a maior consolidação democrática elimine qualquer risco de governos extremos", disse Uribe, após encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A idéia de um Conselho de Defesa partiu do Brasil, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um périplo por vários países em defesa da idéia. Apesar da recusa da Colômbia, os demais países da Unasul criaram um grupo de trabalho para finalizar em 90 dias o desenho do conselho, anunciou a presidente do Chile, Michelle Bachelet, em entrevista coletiva após a reunião de cúpula entre os presidentes.

"A decisão política de 11 países para criar o conselho está tomada", disse o ministro Jobim, procurando minimizar a falta de apoio da Colômbia.


TABULEIRO DO PODER

Apesar dos atritos regionais, que colocam em dúvida os esforços de integração, os países da América do Sul criaram um ambicioso organismo internacional para levar adiante sua união política e econômica.

Um dos maiores entusiastas da Unasul, Lula disse que a América do Sul ganha um novo papel geopolítico com a criação do organismo.

"Uma América do Sul unida mexerá com o tabuleiro de poder no mundo", disse Lula no discurso de abertura da reunião de cúpula.

"Nossa América do Sul não será mais um mero conceito geográfico. A partir de hoje, é uma realidade política, econômica e social, com funcionalidade própria", acrescentou.

Ao final do dia, em entrevista coletiva com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e de Bachelet, Lula saudou a criação da Unasul como um sonho maior que o de Simon Bolívar, defensor da integração entre os países da região.

"Está acontecendo uma coisa extraordinária. Nós criamos mais do que Bolívar quando bradou a criação da Grande Colômbia, criamos a grande nação sul-americana", comemorou.

Lula admitiu que a Unasul não tem os recursos que a União Européia teve para reduzir as assimetrias entre os seus países, mas apostou na disposição do vizinhos sul-americanos.

"Não temos o dinheiro, mas certamente nossa vontade política, a crença que nós temos na integração, vai permitir que façamos esse processo em menos tempo do que qualquer outro."


ATRITOS DIPLOMÁTICOS

O presidente brasileiro destacou a necessidade de a integração sul-americana superar divergências pontuais e ressaltou que os países da região criam muita dificuldade quando algo dá errado.

Segundo ele, na União Européia, quando os Estados Unidos atacaram o Iraque, Inglaterra e Espanha foram a favor, e Alemanha e França contra, sem que houvesse ruptura da organização.

O nascimento da Unasul acontece em meio a repetidos atritos diplomáticos entre a Colômbia e seus vizinhos Venezuela e Equador. O governo colombiano acusa os presidentes dos países vizinhos de darem apoio à guerrilha das Farc.

"A América do Sul é hoje uma região de paz, onde floresce a democracia", afirmou Lula, destacando o fato de todos os governantes do continente terem sido democraticamente eleitos.

"A instabilidade que alguns pretendem ver no nosso continente é um sinal de vida, em especial de vida política", completou.

Em mais um episódio que se somou aos percalços já enfrentados pelo bloco nascente, a Colômbia recusou-se a assumir a presidência itinerante da Unasul, alegando que precisa se concentrar neste momento em seus problemas internos. O cargo será ocupado pelo Chile.

Além disso, o ex-presidente equatoriano Rodrigo Borja desistiu de tomar posse como secretário-geral da entidade porque considerou o bloco, em sua feitura definitiva, pouco eficaz, já que careceria de poderes executivos e se pareceria mais com um fórum de discussões.

(Reportagem de Isabel Versiani, Julio Villaverde e Raymond Collit, Texto de Mair Pena Neto)

quinta-feira, maio 22, 2008

"Risco sistêmico" e lambança bancária (Argemiro Figueiredo

Em 2006 não havia dúvida em Wall Street de que estava para ser furada a bolha hipotecária - pesadelo que os americanos ainda vivem. A suspeita hoje é de que no fim daquele ano os próprios bancos, conscientes da lambança feita, decidiram agravar o quadro para forçar o governo, ante o "risco sistêmico", a socorrê-los - na certa sonhando com um Proer igual ao de FHC e Pedro Malan, que distribuiu bilhões de reais aos bancos tupiniquins

Eu me lembrei do episódio ao deparar em "O Globo", há dois dias, com a foto da alegre vereadora tucana Andréia Gouveia Vieira, ex-Bacha, com meia dúzia de responsáveis por aquela e outras lambanças tucanas - todos condecorados por ela com a medalha Pedro Ernesto. E o que fazem hoje Malan, Edmar Bacha, Gustavo Franco, André Lara Resende e o resto da turma? Por coincidência, são todos banqueiros.

Inspirado ou não nos nossos tucanos, o Proer do governo Bush veio. Bancos não têm queixas, mas quem tinha hipoteca em razão da irresponsabilidade dos banqueiros é escorraçado e vê sua casa ir a leilão, sem choro nem vela. Mas volto a esse assunto mais para falar do que acontecia em dezembro de 2006, quando os executivos de corporações, em especial bancos de investimento e corretoras de Wall Street entregavam-se a uma orgia de gastos.


Um ano de trabalho, US$ 54 milhões
Wall Street vivera a partir de dezembro de 2001 uma sucessão de escândalos. Ken Lay, da Enron, morreria na cadeia, seu colega Jeffrey Skilling ainda cumpre pena, outros - Bernie Ebbers (WorldCom), Dennis Kozlowski (Tyco), etc. - viveram problemas semelhantes, nem sempre adequadamente punidos. Nomes de empresas tornaram-se símbolos de fraudes corporativas: Arthur Andersen, Global Crossing, Adelphia, Halliburton, Qwest, Xerox.

Organismos federais (como a SEC) que deviam investigar foram incompotentes porque o governo Bush tinha nomeado "raposas para cuidar do galinheiro". A ação contra os ladrões de Wall Street teve de ser feita então pelo procurador geral de Nova York, Eliot Spitzer. As provas contundentes reunidas por ele obrigou os bancos a pagar multas de bilhões de dólares - e esse êxito o levaria depois ao governo do estado, onde foi atropelado por escândalo sexual.

A ação vigorosa do procurador geral contra os "colarinho-branco" da elite financeira apanhou gigantes como Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Salomon Smith Barney (Citigroup), Merril Lynch, Lehman Brothers, Bear Stearns, Credit Suisse First Boston, Deutsche Bank, Morgan Stanley, UBS Warburg - os mesmos que às vésperas do Natal de 2006 deram bônus milionários a seus executivos.

À frente do pelotão, o presidente e CEO da Goldman Sachs, Lloyd C. Blankfein, deu-se de presente US$ 53,4 milhões, perfazendo (com o salário anual de US$ 600 mil) nada menos de US$ 54 milhões por um ano de trabalho. No final do ano anterior Blankfein já se dera US$ 38 milhões. Atribuía a decisão ao "Comitê de Compensação", mas a tramóia é conhecida. O CEO manobra, leva o seu e premia os cúmplices com mais algum.

Ferrari de US$ 250 mil: em falta
Vi uma explicação no programa de economia de Neil Cavuto, que se orgulha, na notória Fox News, de ser tendencioso - como fora Henry Luce - a favor de Deus, do capitalismo e do Partido Republicano (não necessariamente nessa ordem). Daquela vez nem parecia tanto. Botou a boca no trombone: "Ao embolsar a grana, os executivos impedem que ela chegue aos acionistas e investidores", disse.

A explicação então era que eles tinham elevado o faturamento. Só que isso fora feito levianamente, com os empréstimos sem colateral que inflavam a bolha. O executivo devia servir ao cliente, mas fazia o contrário - tirava dos que confiaram nele e botava no próprio bolso. Spitzer descobriu memorandos internos escancarando o desprezo deles pelo investidor. Os clientes eram ridicularizados. E o combustível em Wall Street, como se sabe, é cocaína.

Assim, quando é maior o lucro de bancos e corretoras os executivos se apressam a botar a mão da mufunfa. Em 2006 o ranking foi assim: 1. Goldman Sachs; 2. Morgan Stanley; 3. Blackstone Group; 4. Lehman Brothers; 5. JP Morgan; 6. Citigroup Investment; 7. Merrill Lynch; 8. Lazard; 9. Credit Suisse; 10. JP Morgan Chase; 11. UBS; 12. Citigroup; 13. Deutsche Bank; 14. Bear Stearns. Hoje sabemos o que houve com o Bear Stearns.

O "New York Times" publicou - apropriadamente, no dia de Natal - uma sugestiva reportagem sobre o caso dos "bônus" dos executivos. O título foi: "Tanto dinheiro e tão poucas Ferraris". Explicava que não houve Ferrari 599 GTB Fiorano (US$ 250 mil cada) em número suficiente na revendedora de Greenwich (Connecticut) para atender as encomendas dos executivos de Wall Street.


Apartamentos de US$ 20 milhões

Contou ainda que uma aeromoça vendia vôo fretado em frente à sede da Goldman Sachs. Preço: US$ 30 mil. "É como se fosse seu jato particular", explicou ela a um executivo que se mostrava interessado. Ao mesmo tempo, um corretor de imóveis, de olho na gorda comissão, lamentou não ter conseguido encontrar em Manhattan duas propriedades de US$ 20 milhões encomendadas por altos executivos.

Ao mesmo tempo, financistas já instalados em multimilionários apartamentos e "town houses", estavam então comprando apartamentos de US$ 5 milhões para os filhos. E mais: casas de férias, em geral compradas e vendidas na primavera, foram muito procuradas em pleno inverno, inclusive em resorts privados (como o Yellowstone Club, perto do Parque Nacional de Yellowstone, em Montana).

Em apenas três semanas, dizia o "Times", uma imobiliária tinha vendido seus quatro últimos apartamentos de Greenwich Village. A venda final foi um de dois quartos e dois banheiros, com uns 200 metros quadrados. Preço: US$ 7 milhões. Uma agente imobiliária contou: "Os executivos sabem que, ou compram agora, imediatamente, ou vai aparecer outro executivo, dar mais dinheiro e ficar com o imóvel". Era esse o clima às vésperas da bolha hipotecária explodir.

Fonte: Tribuna da Imprensa

domingo, maio 18, 2008

ÊNFASE NO CONTEXTO: UMA VISÃO ECOLÓGICA DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO




Em novo livro, Luiz Henrique de Araújo Dutra apresenta novas tendências da filosofia da ciência e defende concepção dinâmica de conhecimento que leva em conta o contexto da produção científica (arq.pessoal)
Especiais

Ênfase no contexto


16/05/2008

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Uma concepção do conhecimento científico que, em uma abordagem alternativa à filosofia da ciência tradicional, não leve em consideração apenas postulados e modelos, mas também o contexto em que o conhecimento humano é produzido.

Essa é a proposta central do livro Pragmática da Investigação Científica, do professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Henrique de Araújo Dutra.

Segundo o autor, o livro, que enfoca importantes temas da filosofia da ciência no século 20, é resultado de diversos projetos de pesquisa apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e realizados na UFSC desde 1996.

“A principal novidade da obra é trazer uma discussão aprofundada sobre o tema dos modelos científicos. Além de fazer uma revisão das concepções tradicionais sobre o conhecimento, há uma reinterpretação, sob a perspectiva pragmática, do que são os modelos científicos”, disse à Agência FAPESP.

Dutra, que voltou em março de uma temporada na Universidade de Paris 1, onde atuou como professor visitante, explica que não se trata de uma obra introdutória. “É voltada especialmente para filósofos da ciência e alunos de pós-graduação na área de epistemologia, além de cientistas que já tenham algum conhecimento na área”, indicou.

Além de defender uma visão epistemológica que se baseia na concepção pragmática do conhecimento, o autor procura entender as razões que levam a determinadas escolhas de modelos científicos.

“Antes de explicar as abordagens alternativas de interpretação do conhecimento, o livro enfoca as questões tradicionais que nortearam a filosofia da ciência no século passado”, afirmou.

Segundo ele, o pensamento dos positivistas lógicos – como ficou conhecida a primeira grande corrente de pensadores que tratou do tema – caracterizava-se pela chamada “concepção sintática”, ou “concepção axiomática”, do conhecimento científico.

“Esses pensadores concebiam o conhecimento como uma série de proposições ou enunciados que constituíam um sistema a partir de teorias científicas. Delas, podiam ser deduzidas as leis a serem seguidas pela ciência”, disse.

As idéias dos positivistas lógicos prevaleceram até o fim da década de 1960, quando uma segunda corrente começou a ser desenhada: a concepção semântica do conhecimento científico.

“O ponto central dessa segunda corrente é uma crítica à concepção axiomática. Esses autores passaram a interpretar as teorias científicas como modelos e não apenas como proposições”, afirmou Dutra.

Segundo ele, o mais destacado autor da abordagem semântica de interpretação das teorias científicas é o norte-americano Bas van Fraassen, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Princeton, nos Estados Unidos.

“O ponto de partida do livro, além de algumas questões levantadas pela abordagem axiomática, é principalmente uma reflexão sobre a abordagem semântica. Nos últimos anos, uma série de autores tem sustentado uma terceira perspectiva que começa a ser conhecida como concepção pragmática”, disse Dutra, enfatizando que a perspectiva pragmática não deve ser confundida com a filosofia dos pragmatistas norte-americanos.

A concepção pragmática, segundo ele, não interpreta as teorias científicas nem como coleções de proposições, nem como séries de modelos. O ponto central dessa perspectiva é a atenção às práticas científicas.

“Esses novos autores sustentam que podemos intepretar as teorias científicas de forma axiomática ou semântica, mas elas são mais do que isso. Os modelos ainda representam um tema importante, mas é preciso levar em conta como os cientistas os utilizam em suas práticas científicas e que compreensão eles têm das relações entre modelos e teorias”, disse.


Concepção externalista

Segundo o professor da UFSC, a novidade trazida pelo livro é uma reinterpretação da noção de modelos científicos do ponto de vista pragmático que não substitui, mas complementa, as interpretações anteriores, propondo uma perspectiva mais ampla, voltada para a prática científica concreta.

Ele afirma que as abordagens tradicionais deixam de lado o problema da interpretação do que é o conhecimento humano. Na concepção pragmática, o conhecimento não é apenas uma interpretação interna do sujeito, mas um conjunto de acontecimentos externos e públicos, que remete ao contexto em que a pesquisa é realizada.

“A abordagem tradicional do conhecimento é internalista, isto é, ela entende que nossas crenças e opiniões sobre o mundo são representações internas de nossas mentes. Herdamos essa tradição dos pensadores fundacionalistas e dos empiristas modernos. A abordagem pragmática é externalista e leva em conta aspectos contextuais do conhecimento humano”, disse Dutra.

O enfoque principal da abordagem pragmática do conhecimento, portanto, é a insistência na observação da própria prática científica. “O conhecimento é interpretado como uma prática pública e não algo privado que o indivíduo produz em sua mente e depois comunica aos outros”, apontou.

A perspectiva pragmática, segundo Dutra, oferece uma concepção do conhecimento mais dinâmica do que as perspectivas tradicionais. “Fazemos aqui uma associação entre temas da filosofia da ciência, da filosofia da mente, da filosofia da linguagem e da teoria do conhecimento”, disse.

* Pragmática da Investigação Científica
Autores: Luiz Henrique de Araújo Dutra
Lançamento: 2008
Preço: R$ 37
Mais informações: www.loyola.com.br

sábado, maio 17, 2008

FRANÇA DEFENDE DESCRIMINALIZAÇÃO SISTÊMICA DA HOMOSSEXUALIDADE


da Efe, em Paris

A França pretende defender na ONU (Organização das Nações Unidas), enquanto estiver à frente da Presidência rotativa da UE (União Européia) --no segundo semestre do ano--, a "descriminalização universal" da homossexualidade, disse neste sábado a secretária de Estado de Direitos Humanos, Rama Yade.

Por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, celebrado hoje, Yade se reuniu com associações que lutam contra as discriminações derivadas da orientação sexual.

A secretária de Estado anunciou aos seus interlocutores que o governo francês agora reconhece "oficialmente" a data, segundo um comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores.

Yade também apresentou às associações "o princípio de uma iniciativa européia" que pede a "descriminalização universal da homossexualidade" e que a França pretende levar à Assembléia Geral da ONU no próximo semestre.

Os planos da secretária de Direitos Humanos são de que esta iniciativa seja levada adiante "em estreita colaboração" com as associações de homossexuais.

Além disso, Yade se comprometeu a abordar os casos de homofobia constatados em suas viagens ao exterior, conclui a nota. Segundo dados de diferentes ONGs, a homossexualidade continua sendo um delito em quase 80 países.

sexta-feira, maio 16, 2008

UMA ABORDAGEM SISTÊMICA DO TERMO "SACANAGEM"

Significado jurídico de “sacanagem”

José Marcelo Vigliar

O presidente Lula disse, no último dia 12 de maio, que pretende instituir as diárias para acabar com as “sacanagens” no governo federal, provavelmente praticadas com o indevido uso dos tais “cartões corporativos”, aparentemente investigados por uma CPI.

Fiquei intrigado. Quais as sacanagens?

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, indica que a palavra “sacanagem”, na sua acepção informal, utilizada de forma grosseira, admite várias acepções. Muitas delas se completam, como se vê no referido léxico.

Pode constituir, assim, um ato, um dito ou um procedimento de um sacana. Sacana, no mesmo dicionário, é um devasso, um libertino, um sensual. Não parece que essa constitua a preocupação do presidente. Não em relação aos cartões corporativos. Eventuais libertinos, devassos e sensuais, não foram flagrados utilizando-os. Outros pecados capitais animaram a indevida utilização (v.g., a gula). A luxúria, até onde se sabe, não.

Também não deve ser a sacanagem, compreendida numa outra acepção, que a explica como um gracejo, um ludibrio que tenha que ser contida, a partir da implantação das tais diárias mencionadas pelo presidente. Exceto, claro, se tomarmos a palavra ludibrio como enganação (um de seus significados). Nesse caso, caberia a indagação: quem estaria sendo enganado no atual sistema de utilização dos cartões?

Prossigamos com Houaiss, pois há outros significados.

Não consta que “comentários divertidos e perversos” (um outro sentido para sacanagem, conforme o dicionarista) tenham que ser sobrestados. Talvez sim, desde que consideremos o vazamento de informações sobre a utilização dos cartões. Não em relação a utilização, digamos, sacana, dos mesmos. Aqui, a sacanagem estaria no próprio vazamento, na própria devassa (e não a mencionada devassidão) na vida de quem, anteriormente, o utilizou.

Portanto, essa também não é a sacanice (sinônimo de sacanagem) a ser controlada a partir do pagamento de diárias.

Sacanagem, ainda, pode significar maldade, perversão, deslealdade. A utilização indevida dos corporativos não revela, propriamente, uma maldade.

Uma deslealdade pode, realmente, constituir uma grande sacanagem, como bem esclarece o lexicógrafo. Volta, então, a questão anterior: a deslealdade foi cometida contra quem? Seria a deslealdade que contraria o princípio que o agente público integrante do governo federal deve observar?

Como se observa, estamos chegando perto do conteúdo jurídico. Antes, apenas uma breve consideração sobre a perversão.

Perversão tem um duplo senso: pode ser a condição do maldoso, mas pode significar também a condição do corrupto. Descartemos as maldades. Uma maldade pode representar uma sacanagem. Não para o caso dos cartões. Sobra, então, a corrupção, uma das maiores sacanagens que os agentes públicos podem aprontar. Nesse caso, a indevida utilização dessas tarjetas magnéticas podem gerar muitos atos perversos, muito sacanas. Os cofres públicos que o digam.

Dentro do universo de um sacana, qual dessas sacanagens devem ser contidas? Obviamente, as únicas que nos interessam. As que, partindo dos sugestivos significados comuns, assumem conotações jurídicas, criando relações disciplinadas pelo direito: as sacanagens que representam a condição do corrupto, e as que representam a condição do desleal (deslealdade cometida contra os princípios consagrados na Constituição).

O presidente Lula, conscientemente ou não, cometeu um dos maiores acertos dos últimos tempos. Considerando que não há tipicidade em sede de improbidade administrativa, considerando que a Lei nº 8.429/92 apenas e tão somente exemplifica atos de improbidade em seus arts. 9º, 10 e 11, nada mais significativo, para o episódio dos cartões corporativos que mencionar o gênero: sacanagem que, no contexto da presente coluna, só pode significar improbidade.

Claro que o presidente trará todas as explicações necessárias e, eventualmente, dirá o quê pretendeu significar ao mencionar as sacanagens referidas. Não faltarão espaços para tanto.

De qualquer forma, eventuais investigações em trâmite, CPIs que tenham a vontade de apurar, devem recomendar o fim dos tais cartões, propícios à produção de sacanagens. Mais. No caso da CPI, seria possível e viável até mesmo a realização de atividade legislativa (para variar), proibindo os tais cartões.

A exposição de motivos da lei para adoção da proibição já foi sugerida pelo presidente.

Sexta-feira, 16 de maio de 2008

Fonte: Última Instância

quarta-feira, maio 14, 2008

SISTEMA NACIONAL DE PRODUÇÃO DE EMBRIÕES (SisEmbrio)

14/05/2008 - 02h55
Brasil cria sistema de controle para produção de embriões in vitro

da Agência Brasil
da Folha Online

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nesta terça-feira (13) a resolução que institui a criação do SisEmbrio (Sistema Nacional de Produção de Embriões), que monitorará quantos embriões humanos produzidos no país com a fertilização in vitro já foram utilizados e quantos continuam disponíveis.

O programa também permitirá o controle da quantidade de embriões usados em pesquisas científicas ou terapias.

Com a criação do SisEmbrio, as 120 clínicas de reprodução existentes no país passarão a informar, por meio eletrônico, a quantidade de embriões congelados a cada ano e também quantos deles foram doados.

Conforme estabelece a resolução da Anvisa, as clínicas terão 60 dias para informar o número de embriões produzidos até 31 de dezembro de 2007, e que não foram utilizados. Os dados referentes a embriões produzidos após esta data deverão ser atualizados uma vez por ano.

Atualmente a constitucionalidade das pesquisas feitas com células embrionárias está para ser decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o novo presidente do STF, Gilmar Mendes, o julgamento da liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias deve ser retomado em maio e pode ser concluído ainda nesse semestre.

"Eu tenho a expectativa de que ainda em maio nós retomemos esse julgamento e esperamos concluí-lo ainda nesse semestre. Todos estão nessa grande ansiedade em relação à definição do tema e é justo que nós tenhamos condições de dar essa resposta, com a devida cautela", disse o presidente do STF.

O julgamento foi interrompido no dia 5 de março devido a um pedido de vista do processo feito pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito.

A regulamentação prevê que os embriões usados estejam congelados há três anos ou mais e veta a comercialização do material biológico. Também exige a autorização do casal.

A ação foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que defende que o embrião pode ser considerado vida humana.

terça-feira, maio 13, 2008

Organização Sistêmica da Europa: UE aprova negociações para associação econômica com a Rússia

13/05/2008 - 09h35

da France Presse, em Bruxelas

Os 27 países da União Européia (UE) aprovaram nesta terça-feira o início de negociações sobre um amplo acordo de associação econômica com a Rússia, após o fim do veto da Lituânia.

A decisão de princípio, que ainda deve ser formalmente ratificada pelas capitais européias, foi adotada em uma reunião em Bruxelas dos embaixadores da UE, segundo uma fonte diplomática.

A Lituânia bloqueou durante muito tempo as negociações entre Bruxelas e Moscou, por desejar a inclusão de vários temas de seu interesse, como o conflito Rússia-Geórgia, a segurança energética e a cooperação jurídica com o governo russo no que diz respeito às reivindicações das vítimas do regime stalinista.

A zona do euro é formada por Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal. A União Européia inclui, além destes, Bulgária, Dinamarca, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Estônia, Lituânia e Letônia.

domingo, maio 04, 2008

SISTEMISMO ECOLÓGICO CIBERNÉTICO

A fusão do enfoque sistêmico com a visão ecológica constitui a abordagem sistêmico-ecológica, a qual, acrescida da perspectiva cibernética, se transforma no referencial sistêmico ecológico cibernético ou Sistemismo Ecológico Cibernético.

O enfoque sistêmico constitui uma maneira abrangente, integrativa, holística de visualizar a realidade ou, alguns dos seus aspectos, sob o prisma da Teoria Geral dos Sistemas, percebendo o Universo como um sitema e integrado por sistemas, ou seja, constituindo um Universo sistêmico.

A visão ecológica é a abordagem de qualquer sistema sob o prisma da Ecologia, isto é, incluindo no estudo dos sistemas, também as suas relações ecológicas: o seu relacionamento com o ambiente em que está inserido.

A perspectiva cibernética enfoca a realidade, equivale dizer, os sistemas que a integra, sob o os cânones da Cibernética, portanto, sob o ângulo das suas condições de controle e de equilíbrio.

O Sistemismo Ecológico Cibernético adota como paradigma o modelo dos organismos vivos e dos ecossistemas naturais, cuja estrutura é de natureza sistêmica, enquanto seus relacionamentos com o ambiente, isto é, suas relações ecológicas se expressam como um conjunto de contínuos e permanentes intercâmbios de "matéria, energia e informações", tudo controlado por inúmeros dispositivos de retroalimentação ou "feedback" negativo que buscam, incessantemente, a manutenção do seu estado de equilíbrio, de homeostasia ou "stead state", o que caracteriza a sua fisiologia ou funcionamento cibernético.

A estrutura sistêmica, aliada às relações ecológicas e ao funcionamento cibernético destes organismos, correspondem, portanto, aos três elementos constituintes do referencial sistêmico ecológico cibernético, o que justifica a sua designação - Sistemismo Ecológico Cibernético, - cuja amplitude, abrangência e alcance são maiores que os de cada elemento componente, quando considerado em separado, emprestanto-lhe maior aptidão para a abordagem da totalidade dos sistemas, constituintes do Universo.

A Cibernética, "a ciência das informações, do comando e do controle, no homem, na máquina e na sociedade", poderia ser, de uma maneira simplificada, considerada como a ciência que estuda os sistemas dotados de dispositivos de retroação, retroalimentação ou “feedback” ou, mesmo, como a própria ciência do “feedback”.

O primeiro dispositivo de “feedback”, que surgiu, aproximadamente em 1780, foi o regulador de Watt, utilizado há mais de dois séculos, mas ninguém percebeu que, bem distante de ser considerado como um “dispositivo simplesmente engenhoso”, ele continha em si mesmo, o germe de uma autêntica revolução.

“Larousse define: Regulador, órgão que regulariza o movimento de um mecanismo. Pode-se generalizar a formula. Em lugar da palavra “movimento” escrevamos “funcionamento” e usemos “mecanismo” como se deve, nos dois reinos, artificial e natural. Então, ao definirmos materialmente a regulagem de uma função natural não teremos de golpe, tocado em uma das matérias da vida? ... Para o compreender foi preciso esperar que a escola cibernética mostrasse a virtude do “feedback.2”

O “feedback” representa a um mecanismo de retroação, retroalimentação, autocorreção ou auto-regulação.

“Feedback”? É um termo da linguagem radiofônica. Significa “alimentar o inverso”. Em francês, os radioeletricistas dizem: “couplage rétro-actif” ou mais comumente “reation” A primeira expressão é um pouco longa; quando à reação, trata-se de uma palavra um tanto vaga que pode ser aplicada a outros dispositivos. Por isso, ficamos com “feedback” já de uso geral. Usaremos “retroação” para generalizar a noção e dar a este termo seu sentido lógico: ação de um efeito sobre um dos seus fatores. Orgulhosos do que a cibernética tira à sua técnica e ao seu vocabulário, alguns radiotécnicos encolhem os ombros ante a manifestação da nova ciência: “Nós já fazemos isso há muito tempo!“ De acordo! Mas como aconteceu com Watt, e seus sucessores, não usaram eles princípios cuja importância teórica nunca viram. Sim, eles tinham, sem o saber, soluções para problemas apresentados por muitas ciências, inclusive a metafísica. 3”

O “feedback” é um dispositivo de autocorreção que permite a uma máquina ou outro organismo, inclusive os seres vivos, regularem o seu funcionamento ou sua ação pelo jogo dos desvios desta mesma ação. É a autocorreção ou a correção de qualquer sistema, mediante a utilização do próprio erro.

“O esquema desse funcionamento pode ser percebido nas operações mais simples feitas por um ser humano. Se, ao ver um objeto em certa direção (ou seja, ao receber dele uma mensagem visual) eu estendo o braço para pegá-lo e erro a direção ou a distância, logo a informação desse erro retifica o movimento de meu braço e permite que eu o dirija exatamente para o objeto: tanto a operação como a correção da operação, neste caso, são guiadas por mensagens, ou seja, por informações recebidas ou transmitidas pelo sistema nervoso que dirige o movimento do braço. Por isso, a Teoria da Informação é parte integrante da Cibernética, ou de qualquer modo, está estreitamente ligada a ela. Na Cibernética, também podem ser distinguidos os seguintes aspectos: 1o. Esquema geral da informação; 2o. medida da quantidade de informações; 3o. condições que possibilitam as informações; 4o. objetivos da informação. ”

A Cibernética, além de constituir a ciência específica dos sistemas retroativos (auto-reguláveis), manisfesta, com propriedade, a idéia de movimento, processo, nudanças e transformações, sendo capaz de refletir a concepção dinâmica do Universo, já expressa por Heráclito.

Em virtude da utilização do mecanismo ou dispositivo de retroação ou “feedback”, alguns autores atribuem a esta ciência características dialéticas, o que permite considerar, a Cibernética e a Dialética, disciplinas afins e complementares.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- CHAVES, M.M. - Saúde e Sistemas - RJ - Fundação Getúlio Vargas, l972 p.2.

2- BERTALANFFY, L. von - Teoria Geral dos Sistemas - Petrópolis - Ed. Vozes - l973.

3- LATIL, P. - O Pensamento Artificial - Introdução à Cibernética - 3a. ed. - Trad. de Jerônimo Monteiro - São Paulo - Ibrasa - Instituição Brasileira de Difusão Cultural -1959. p. 58/59.

sábado, maio 03, 2008

UMA VISÃO GLOBAL (SISTÊMICA) DA SITUAÇÃO POLÍTICA BOLIVIANA

03/05/2008 - 12h24
CENÁRIOS-Como pode ficar a Bolívia após referendo em Sant Cruz

SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, votará em referendo no domingo a aprovação de um estatuto que daria autonomia diante do governo nacional de Evo Morales.

Diversas pesquisas antecipam a vitória do "sim" ao estatuto, promovido por autoridades de ideologia conservadora, líderes cívicos e organizações empresariais da região. Os seguidores de Morales pregam o boicote à consulta.

Analistas disseram que as horas e dias que se seguirão ao referendo serão muito importantes para determinar se Morales, que classificou o estatuto como ilegal e separatista, será capaz de brecar a demanda de autonomia ou se pelo menos três outros departamentos seguirão os passos de Santa Cruz.

Esses são alguns dos cenários possíveis:

SIM/NEGOCIAÇÃO

Os eleitores de Santa Cruz votarão em peso no "sim", o que forçaria Morales a negociar maiores prerrogativas para os nove departamentos bolivianos, chegando inclusive a revisar um projeto de Constituição que pretende estender o regime de autonomia aos povos indígenas. As prerrogativas pedidas por Santa Cruz vão desde o controle da propriedade agrária até a assinatura de convênios internacionais.

Episódios de violência poderiam estourar à medida que grupos autonomistas radicais tentem tomar escritórios do governo nacional em Santa Cruz para celebrar a vitória do "sim".

Os departamentos de Tarija, Beni e Pando continuariam em frente com seus próprios projetos de autonomia.

SIM/MORALES RECUSA

No pior cenário, os habitantes de Santa Cruz votariam pelo estatuto de autonomia e Morales não aceitaria o resultado, desatando uma onda de protestos.

Os protestos começariam com a tomada de edifícios do governo nacional e seriam apoiados pelos movimentos autonomistas de outros três departamentos --Tarija, Beni e Pando--, o que deixaria Morales em posição de enfrentamento com aproximadamente a metade do território nacional.

Partidários de Morales, principalmente indígenas pobres, sairiam em defesa de seu presidente e a polícia poderia ser chamada para restabelecer a ordem.

Em tensão extrema, as regiões rebeldes tentariam a declaração de independência.

SIM/ALTA ABSTENÇÃO

Baixa participação eleitoral. A vitória do "sim" é ofuscada pela abstenção, o que leva Morales a reafirmar a sentença de que o referendo não tem legitimidade.

Os movimentos autônomos se enfraquecem e acabam vencidos pela nova Constituição patrocinada por Morales.

(Reportagem de Pav Jordan)
UOL

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sexta-feira, maio 02, 2008

A ELEVAÇÃO DO PAÍS AO NÍVEL DE GRAU DE INVESTIMENTO REPERCUTE SISTEMICAMENTE NO MUNDO INTEIRO

Destaques do dia - 02/05/2008
Última atualização: 11h20min

Mundo repercute alta em grau de investimento

A elevação do grau de investimento brasileiro repercute em todo o planeta.
Nos Estados Unidos, o "Washington Post" e o "The Wall Street Journal" destacaram a importância da conquista brasileira. Os jornais afirmaram que, após o "upgrade", o Brasil terá a oportunidade de atrair mais recursos internacionais. As publicações ressaltaram que o divisor de águas foi a eleição do presidente Lula em 2002, e as reformas promovidas desde então. Por outro lado, o britânico "Financial Times" deixou claro que a elevação da nota será uma forma de acelerar o crescimento econômico do país. O diário afirmou que a mudança coloca o Brasil em linha com outros países importantes, como Rússia, Índia e China.

Jovem Pan

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quinta-feira, maio 01, 2008

EPIDEMIA DE DENGUE PODE SE TORNAR SISTÊMICA, NO PAÍS: A DISTRIBUIÇÃO DO AEDES AEGYPTI JÁ ATINGE CERCA DE 4.000 DOS 6.564 MUNICÍPIOS BRASILEIROS

01/05/2008 - 09h13

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Maceió

Ministro da Saúde diz que Brasil perdeu guerra contra a dengue

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem, em Maceió, que o Brasil "perdeu a guerra" contra a dengue nos dez últimos anos e que, agora, terá que conviver com a epidemia da doença por "muitos e muitos anos".

De acordo com Temporão, para 2009, o Ministério da Saúde trabalha com a possibilidade de ocorrer, nas regiões Nordeste, Norte e em parte do Sudeste, situação tão crítica quanto a verificada atualmente no Rio. "Com certeza [a epidemia] não acaba tão cedo", disse o ministro. "É uma questão de muitos e muitos anos que o Brasil vai ter que conviver com a dengue e com essa situação."

"Em 1990, tínhamos 1.700 municípios com a presença do mosquito [Aedes aegypti], hoje, nós temos 4.000", declarou Temporão. "Nós, em dez anos, perdemos a guerra. Agora, vamos ter que trabalhar muito duro, apostando inclusive no surgimento de uma vacina."

Para o ministro, só a descoberta de uma vacina permitirá o controle efetivo da doença no país. "Entre cinco e dez anos é possível que nós tenhamos essa vacina", estimou. "Aí, seria a solução definitiva." Enquanto o medicamento não é descoberto, Temporão disse que o governo trabalhará para "minimizar as mortes e o número de casos".

O ministro também se queixou da suposta falta de empenho da população no combate à dengue. "Está faltando mobilização, levantar a bunda da cadeira e trabalhar", disse ele. O ano eleitoral é outro assunto que o preocupa. "Há um risco de desmobilização por questões políticas", afirmou.

Números

O Ministério da Saúde também divulgou ontem números atualizados sobre a dengue no país. Foram 230.829 casos notificados de janeiro a abril deste ano, ante 258.795 casos no mesmo período de 2007 --uma queda de 10,8%. Na região Nordeste, as notificações de casos cresceram 30,5% no período, de 41.506 para 54.180 casos.

E mais

* Número de mortos por dengue no Estado do Rio chega a 106 neste ano
* Maioria dos brasileiros responsabiliza população e Estado por dengue, mostra pesquisa
* Lula defende cruzada para conscientizar população e evitar nascimento de mosquito da dengue
* Rio inicia campanha contra gripe para idosos a contragosto da prefeitura
* Rio vive pior epidemia de dengue dos últimos 22 anos, diz governo
* Dengue faz turismo cair até 30% no Rio, diz associação.

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