domingo, junho 07, 2009

Sensores do Airbus da Air France estavam desatualizados


O Airbus da Air France que caiu no último domingo não passou pelo programa de substituição e melhoria dos sensores externos que medem a velocidade do aparelho, conforme recomendada pelo fabricante.

A informação foi dada ontem pelo BEA, a agência francesa que comanda as investigações técnicas. Ela confirmou que outros aparelhos haviam apresentado falhas no instrumento, conhecido como pitot.

Mas Paul-Louis Arslanian, diretor do BEA, pediu prudência, lembrando que a maioria dos aviões voa em segurança mesmo com equipamentos desatualizados. Ele disse que havia um programa de substituição do pitot recomendado pela Airbus, e que o modelo da Air France não passara por ele.

"Alguns dos sensores [do avião] estavam para ser trocados, mas isso não significa que sem essas peças de reposição ele era defeituoso", disse Arslanian. Ele negou ligação entre o acidente e as providências tomadas pelas empresas envolvidas depois da tragédia.

Na sexta, a Air France mandou um comunicado aos pilotos, informando que os sensores de velocidade seriam substituídos. Ontem, disse que esse programa de substituição já havia sido iniciado em abril, mas que decidiu acelerá-lo, sem fazer ligação com as causas do acidente. A companhia afirmou que, desde 2008, quando notou problemas com os sensores, pediu uma solução à Airbus.

Arslanian disse que os três canais que medem a velocidade do avião passaram a emitir dados inconsistentes, levando outros sistemas a falhar. "Há um certo número de sistemas do avião que trabalham entre si, com base nas informações fornecidas pelo captador de velocidade", disse. "Por isso, se recebem a informação de que não há [medição de] velocidade, os sistemas se declaram em pane."

Um dos sistemas que falhou por falta de informação sobre velocidade foi o limitador de segurança do leme. Com isso, o piloto teve que operar de forma manual, disse o diretor das investigações, Alain Bouillard, sem querer apontar esse fator como decisivo para a queda.

Arslanian disse o mesmo sobre outra das 24 mensagens emitidas pelo avião em seus últimos minutos, a do desligamento do piloto automático. Ele afirma que pode ter sido um ato voluntário do piloto.

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