quinta-feira, junho 04, 2009

Airbus voava com velocidade "incorreta", aponta investigação francesa


Membros do escritório francês de pesquisas e análises (BEA, na sigla em francês), responsável pela investigação do acidente com o Airbus-A330, afirmaram que a aeronave viajava com velocidade "incorreta" no momento da queda. A aeronave desapareceu na noite de domingo (31), quando fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris, com 228 pessoas a bordo.

Segundo uma fonte das investigações citadas pelo jornal "Le Monde", a velocidade pode ser um dos motivos que levou à queda do voo AF 447. "Um dos possíveis motivos do acidente, embora haja várias incógnitas, é que o avião voava com uma velocidade incorreta sobre o oceano Atlântico em uma zona de fortes turbulências", informa o jornal.


O BEA não especifica se a velocidade estava acima ou abaixo do recomendado e diz que vai aguardar mais evidências antes de apontar uma causa para o acidente, porque trabalha com várias hipóteses. Ontem, o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, afirmou que as chances de encontrar as caixas-pretas do voo AF 447 são pequenas e, se forem achadas, existe a possibilidade de que não sejam úteis para identificar as causas do acidente.

"Teremos que tentar identificar as caixas-pretas, mas temos que nos preparar para trabalhar sem elas", disse. A estimativa é que os objetos estejam em uma profundidade de até 3.000 metros. Um relatório com o andamento das investigações deverá ser divulgado pelo órgão no final deste mês.

Sem explosão

Nesta quarta-feira, o ministro de Defesa, Nelson Jobim, anunciou que foram localizadas peças internas do avião, além de placas metálicas que pode ser da fuselagem do avião e um rastro de óleo no oceano --indício de que a aeronave não explodiu no ar. "A existência da mancha de óleo pode dar ideia de que não houve uma explosão. Não há possibilidade ainda [de saber as causas]", afirmou.

As equipes de buscas fizeram duas trilhas de destroços e traçaram oito áreas de objetos localizados. Segundo o ministro, as buscas ocorrem em uma área de 176,9 mil km quadrados --o equivalente a duas vezes o tamanho do Estado de Pernambuco.


O local do acidente fica a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha (PE).

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência, mas só a turbulência não deve ser a responsável pelo acidente.

"Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas o que está claro é que ocorreu despressurização causada por uma possível pane elétrica", disse Jobim.

Lista de passageiros

Nenhum corpo ou sobrevivente do voo 447 havia sido encontrado até esta quinta-feira. O comando da Aeronáutica manteve durante toda a madrugada as ações de busca pelo avião da Air France. Aviões com radares e equipamentos de busca por infravermelho participam das operações.

Segundo Jobim, será muito difícil localizar os corpos das vítimas, já que aqueles cujo abdômen foi rompido "afunda e não volta mais". Já os corpos das vítimas que apresentarem o abdômen intacto --sem perfurações-- podem voltar à superfície até 70 horas após afundarem.

Ontem, a Air France divulgou as identidades de 53 dos 58 ocupantes brasileiros que estavam na aeronave e cujas famílias autorizaram a divulgação. A lista não inclui os nomes dos ocupantes de outras nacionalidades. Segundo a Air France, ao todo, havia 228 pessoas no avião, de 32 nacionalidades diferentes

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