sexta-feira, novembro 07, 2008

A CRISE É SISTÊMICA, A RESPOSTA DEVE, TAMBÉM, SER SISTÊMICA




"A crise é global e requer uma resposta global", diz Obama em sua primeira entrevista após ser eleito

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

"A crise é global e requer uma resposta global", afirmou nesta sexta-feira (7) o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em sua primeira entrevista coletiva após vencer o candidato republicano, John McCain, e tornar-se, aos 47 anos, o primeiro negro a governar o país. Ainda sobre a crise, o democrata afirmou que "enfrentamos o maior desafio econômico de nossas vidas. Teremos que atuar rapidamente para resolvê-lo".

* AFP Photo/Stan Honda

Barack Obama concede primeira entrevista coletiva após ser eleito presidente dos Estados Unidos


"Eu não subestimo a enormidade do problema que temos a frente. Algumas das escolhas que teremos que fazer serão difíceis. Não será rápido nem fácil nos tirar do buraco em que estamos. Mas a América é um país forte", afirmou.

Acompanhado pelo vice, Joe Biden, o democrata disse que há famílias lutando por seus empregos e pensando em como podem manter suas casas e pagar suas contas. "Vou lidar com essa crise para ajudar essas famílias trabalhadoras. Hoje, conversei com meus conselheiros, que trabalharão com minha equipe de transição, para dar uma resposta a essa crise", afirmou.

"Temos uma crise financeira que está se espalhando por toda a economia e com certeza precisaremos de mais ações, e minha equipe de transição estará acompanhando. E precisaremos da aprovação de um programa de estímulo, focando na questão de empregos. Porque isso tem um impacto na capacidade de as pessoas comprarem serviços e produtos", afirmou.

O presidente eleito disse que espera que esse novo programa de incentivos seja aprovado rapidamente e, se não for imediato, fará com que seja aprovado quando tomar posse. "Tenho certeza de que um novo presidente pode ser um grande impacto e por isso concorri à presidência."

Sobre reunião com o presidente George W. Bush, Obama afirmou que "o povo americano precisa de ajuda". "O povo americano vai mal. É um bom momento de deixar a política de lado, e é isso que vou levar à conversa com o presidente."

Obama afirmou também que conversou com outros presidentes, como Bill Clinton, George Bush, sobre a crise. O presidente eleito também disse, ao ser questionado sobre um possível aumento de impostos, que seu programa prevê cortes para a classe média e o aumento de postos de trabalho, mas que continuará monitorando a economia nos próximos meses.

Obama mencionou o crescimento do desemprego nos Estados Unidos e também dados ruins da indústria automobilística como a razão pela qual seu governo terá de agir rapidamente contra a crise econômica. "Estamos diante do maior desafio econômico de nossa vida e teremos de agir rapidamente para resolver isso", disse.

Dados divulgados nesta sexta mostraram que a economia norte-americana perdeu 240 mil empregos em outubro, levando o total de perda de vagas acumulado no ano a 1,2 milhão. A taxa de desemprego cresceu de 6,1% para 6,5%, a mais alta desde março de 1994.

Sobre a escolha de seu próximo cão, Obama brincou: "É uma questão muito importante". Um dos critérios para a escolha, segundo ele, seria por um cachorro que não cause alergia.

Antes da entrevista coletiva, Obama e seu vice, Joe Biden, se reuniram com um grupo de 17 conselheiros econômicos. Entre eles, estavam os ex-secretários do Tesouro Lawrence Summers e Robert Rubin, o ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker, o bilionário Warren Buffett e outros líderes empresários e políticos.

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