quarta-feira, setembro 10, 2008

Sistema de saúde dos EUA está a beira do colapso financeiro

Gastos com tratamentos chegam a quase um quinto do PIB americano.
Mesmo assim, cerca de 50 milhões de pessoas não têm plano médico.

Luis Fernando Correia Especial para o G1


Saúde em foco

O maior sistema de saúde do mundo vive uma crise inédita em sua história. Uma crise que vem aumentando a cada ano e já se tornou a maior preocupação dos cidadãos daquele país. Estamos falando do sistema de saúde americano. O país mais rico do mundo gasta muito em saúde e mesmo assim não obtêm os resultados que gostaria, e seu futuro é incerto.



Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN


O gasto com saúde nos Estados Unidos chegou em 2007 a US$ 2,3 trilhões, e a perspectiva, se nada mudar, é de que em 2016 chegue a US$ 4,2 trilhões. Esse montante equivale a 16% do Produto Interno Bruto (PIB) e, daqui a oito anos, eles deverão estar gastando 20% do que é produzido para pagar a conta da saúde.


Apesar dessa montanha de dinheiro, 47 milhões de cidadãos não têm seguro-saúde. Os preços dos prêmios de seguro-saúde subiu quatro vezes mais rápido do que os salários nos últimos seis anos. O país vive uma epidemia de obesidade e doenças crônicas, como diabetes e males cardíacos. E, de cada dólar gasto em saúde, somente quatro centavos vão para estratégias de prevenção.


Muitos podem estar pensando: "O que tenho eu a ver com os problemas do sistema de saúde dos ianques? Os nossos problemas já bastam." Além de vivermos em um mundo globalizado, onde as aspirações e desejos de consumo são compartilhados, costumamos importar estratégias e métodos, portanto acompanharmos o que se desenrola lá pode nos ajudar a não repetirmos os erros aqui. Os vizinhos do norte estão em ano eleitoral e o debate está acirrado. Nos próximos artigos vamos mostrar quais são as propostas dos dois principais partidos para tentar reverter o tsunami da saúde nos Estados Unidos.

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