segunda-feira, setembro 29, 2008

UMA VISÃO SISTÊMICA DO PANTANAL

Pantanal vale US$ 112 bilhões, diz estudo

CLAUDIO ANGELO
Editor de Ciência da Folha de S.Paulo

Quanto vale um bioma? A pergunta pode parecer maluca, mas, se o bioma em questão for o Pantanal, ela já pode ser respondida: US$ 112 bilhões por ano, no mínimo. Várias ordens de grandeza mais que o máximo de US$ 414 milhões anuais que a devastação do local gera.

O cálculo foi feito por um pesquisador da Embrapa Pantanal, em Corumbá, e põe pela primeira vez em perspectiva o valor dos serviços ambientais prestados pela maior planície alagável fluvial do mundo, comparados com aquilo que é gerado pela pecuária, a mais rentável atividade econômica praticada na região.

Segundo o oceanógrafo e economista gaúcho André Steffens Moraes, "perdido no Pantanal desde 1989", um hectare preservado do bioma que detém a maior concentração de fauna das Américas vale entre US$ 8.100 e US$ 17.500 por ano. A conta é detalhada em sua tese de doutorado, recém-defendida na Universidade Federal de Pernambuco e disponível para download (www.cpap.embrapa.br/teses).

Nela, Moraes inclui valores potenciais de coisas como madeira, produtos florestais não-madeireiros e ecoturismo. Mas também de coisas que não estão nem podem ser colocadas facilmente no mercado, como o valor da polinização feita por aves e insetos, o controle de erosão e, principalmente, a oferta e regulação de água -produtos e serviços que são perdidos quando a vegetação tomba. "Eu analisei quanto a sociedade perde quando se desmata", disse o pesquisador.

Estilo Zé Leôncio

Com terras que ficam alagadas até 8 meses por ano, impróprias para a agricultura e abundantes em gramíneas, o Pantanal parece combinar com a pecuária, única atividade -além do turismo- rentável ali. Hoje há 5,3 milhões de cabeças no bioma, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A pecuária também parece combinar com o Pantanal: como o capim faz parte do ecossistema, não é preciso recorrer ao desmatamento para criar gado. Há no bioma uma coexistência pacífica única no Brasil entre gado e fauna, que acaba tornando os fazendeiros da região conservacionistas, no melhor estilo Zé Leôncio (o fazendeiro consciencioso da novela "Pantanal", interpretado pelo ator Cláudio Marzo).

No jargão dos economistas, esse pecuaristas são considerados "satisficers" (saciadores) e não "maximizers" (maximizadores). Segundo Moraes, o gado é de certa forma bom para a fauna: com carne de sobra, a pressão de caça diminui.

Desmate na cordilheira

O problema é que viver como Zé Leôncio não é para quem está interessado em grandes lucros: "A pecuária é extensiva, então a rentabilidade é baixa", afirmou Moraes à Folha. Para ser exato, cada hectare de boi em pasto nativo rende US$ 12,5 ao ano para os produtores.

E é claro que pouca gente quer ser Zé Leôncio hoje em dia. A partir dos anos 1970, um aumento na demanda por carne associado a uma inundação no rio Taquari que diminuiu a área de pasto natural fez os fazendeiros começarem a derrubar as matas nas chamadas cordilheiras, as áreas de floresta que ficam secas o ano todo.

Sem a dor-de-cabeça de precisar tirar o gado todo ano quando o pasto alaga --que reduz o peso dos animais--, quem cria gado nas cordilheiras ganha mais dinheiro: US$ 28 por hectare ao ano.

Isso obviamente teve impacto direto sobre o bioma. Até 1991, apenas 545 mil hectares de mata nativa pantaneira haviam tombado. Em 2000 já era 1,2 milhão de hectares, ou 30% da área do Pantanal.

"O pecuarista não tem alternativa produtiva. O mercado o pressiona para desmatar e pôr pasto", diz Moraes. "Quando ele faz isso, as ONGs e a sociedade criticam, mas eu como pecuarista faria a mesma coisa."

domingo, setembro 28, 2008

Veja os principais pontos de projeto de lei sobre plano anticrise dos EUA


da Folha Online
com Efe e Associated Press

Líderes do Congresso americano e a Casa Branca anunciaram neste domingo um acordo sobre o plano de US$ 700 bilhões para combater a crise financeira que abala os EUA. O projeto de lei, com 106 páginas, deve ser votado amanhã pela Câmara dos Representantes (deputados) e o Senado americano, provavelmente à tarde, como adiantou a líder democrata Nancy Pelosi.

Leia a íntegra (em inglês) do projeto de lei americano

Entenda a crise financeira que atinge os EUA

Em linhas gerais, o projeto limita os poderes do Executivo para gerir o pacote, estreita a vigilância sobre a aplicação dos recursos, reduz os pagamentos milionários aos grandes executivos por trás das instituições financeiras que quebraram, além de ampliar benefícios para os contribuintes.

Veja abaixo os principais pontos do plano:

* O Departamento do Tesouro dos EUA terá a sua disposição os US$ 700 bilhões requisitados pelo secretário Henry Paulson, mas o montante não ficará disponível de uma vez só. Do total, uma parcela de US$ 250 bilhões será liberada imediatamente e outros US$ 100 bilhões, somente se o presidente George W. Bush julgar necessário;

* O Congresso pode reter os US$ 350 bilhões restantes se não estiver satisfeito com o desempenho do programa.

* Os contribuintes vão receber direitos de compra de ações (warrants), de quem pode se beneficiar assim que as empresas beneficiadas pelo programa se recuperem;

* O governo vai limitar os ganhos dos principais executivos das companhias participantes do programa. Os chefes de empresas quebradas não poderão receber os benefícios multimilionários --conhecidos como "golden parachute"-- quando forem despedidos.

* O governo também vai elevar os impostos a empresas que paguem a seus executivos salários acima de US$ 500 mil por ano.

* O programa será supervisionado por um conselho, que deve incluir o presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, entre outra altas autoridades;

* O governo poderá renegociar os prazos das hipotecas que vier a adquirir para ajudar os moradores com problemas em saldar suas dívidas, a fim de evitar despejos;

* O secretário do Tesouro poderá exigir dos bancos que comprem seguros de modo a ter alguma cobertura para suas carteiras de investimento que incluam títulos de alguma forma vinculados a hipotecas.

O teor geral do plano contempla tanto as principais exigências do secretário Henry Paulson quanto as principais críticas dos legisladores americanos ao teor do pacote, críticas essas que fizeram as negociações se arrastarem por uma semana.

Mesmo pressionado pela Casa Branca e pelo mercado financeiro, o Congresso insistiu em controlar a concentração de poderes exigida pelo Executivo para gerir a economia.

"Eu não conheço ninguém que goste que o centro do universo econômico esteja em Washington", comentou o senador Chris Dodd, presidente do Comitê bancário do Senado. Ele ressaltou: "o centro de gravidade está por aqui temporariamente. Deus permita que somente fique assim até que o crédito volte a circular de novo".

Leia Mais

Clique no Link seguinte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u449824.shtml

quinta-feira, setembro 25, 2008

Mundo tem chance de construir "economia real", diz presidente da Argentina


Sabrina Craide

Enviada Especial


Nova York - A presidenta da Argentina, Cristina Kirschner, disse hoje (25), em Nova York, que o mundo vive atualmente uma oportunidade histórica para construir uma “economia real”. Segundo ela, os instrumentos financeiros usados até hoje levaram a uma “economia de ficção”.

“Se pensava que se poderia produzir o dinheiro pelo próprio dinheiro, sem nenhum tipo de interação com a sociedade, com o trabalho, com a produção e sem a intervenção e regulação do estado”, disse. Segundo ela, ao contrário do que se pensava, a falta de regulação não é incentivadora da economia.

A presidenta comemorou o acordo do Congresso norte-americano para aprovar o pacote do governo para amenizar os efeitos da crise financeira. “Um acordo entre os dirigentes políticas para resolver os problemas de um país é sempre bom, nos Estados Unidos ou em qualquer parte”, afirmou Cristina.

quarta-feira, setembro 24, 2008

AQUECIMENTO GLOBAL - UM FENÔMENO DE NATUREZA SISTÊMICA

O aquecimento global é o aumento sistêmico da temperatura terrestre, provavelmente, em decorrência da utilização industrial de combustíveis fósseis, resultando na acumulação excessiva, na atmosfera, de gases, como o dióxido carbono (CO2) e outros.

O Planeta Terra constitui um sistema físico (enfoque sistêmico) que abriga, na sua superfície, um conjunto de sistemas de natureza biológica, social e tecnológica, tudo envolvido pela atmosfera, trocando matéria e energia com o seu ambiente, ou seja, com o resto do Universo (visão ecológica), cuja temperatura é regulada pelo Efeito Estufa (perspectiva cibernética).

Em contraposição, grande parte do CO2, formada pelas combustões, pela respiração humana e, pela dos animais e das próprias plantas, é retirada da atmosfera, pela vegetação verde, através do processo da fotossíntese, a qual, além de sustentar a cadeia alimentar, assegura a existência de níveis de oxigênio compatíveis com a persistência da vida, na Terra.

Cerca de dois terços da radiação infravermelha, aportada na Terra, é por ela aprisionada, sob a forma de calor, enquanto, aproximadamente, um terço será refletido, retornando, novamente, para o espaço.

Se toda a energia solar, refletida pela Terra, fosse, realmente, para o “espaço”, nosso planeta seria tão frio e incompatível com a presença da vida.

Entretanto, gases como o dióxido de carbono (CO2) , metano, óxidos de nitrogênio e ozônio, existentes na atmosfera, (totalizando menos de 1% desta), possuem, pelo mecanismo conhecido como efeito estufa, a capacidade de reter, nela, a energia calorífica contida nos raios infravermelhos refletidos, mantendo, mais ou menos constante, a temperatura terráquea.

O Efeito Estufa, é, pois, um mecanismo de “feedback” (perspectiva cibernética), capaz de manter estável a temperatura da superfície do Sistema Terra (enfoque sistêmico), resultante da capacidade de determinados gases como o dióxido de carbono e outros, de retenção, na atmosfera, da energia calorífica, contida em, aproximadamente, um terço dos raios infravermelhos emitidos pelo Sol - uma estrela, situada no ambiente da Terra - (visão ecológica) e refletidos pela superfície terrestre.

terça-feira, setembro 23, 2008

Se o incêndio beneficiaria Odilon, porque Fauzi o faria?

Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008 | 16:00Hs
Edson Paim (Publicado na FM PAN de Aquidauana - MS)

É elementar, meu caro Watson”:

Qualquer adversário, por mais incauto que fosse saberia que um incêndio, “plantado”, no comitê do adversário, só poderia beneficiar tal candidato.

Por isto, a acusação, à priori, parece inverossímil.

Em vésperas de eleições, os desesperados costumam usar de expedientes escusos.

À vezes dá certo.

Uma mentira repetida, muitas vezes, ganha foro de verdade!

Principalmente se a apuração do fato demorar.

Algo me diz que este caso pode corresponder a uma nova Carta Brandi.

Essa carta foi forjada para prejudicar a candidatura de Juscelino e foi usada, sem cerimônia, pela UDN, incapaz de vencer uma eleição nacional, mediante a prática de jogo limpo.

Porque o PTB não poderia usar do mesmo expediente, pois descende da UDN, em linha direta, passando pela ARENA e pelo PFL, sendo, portanto, legítimo herdeiro dos seus métodos, pois todos eles surgiram de maquinações do Ministro Golbery do Couto e Silva.

No caso do PTB, o cognominado “bruxo” articulou a entrega da legenda histórica a Ivete Vargas, para impedir que ela voltasse às mãos de Brizola, motivo pelo qual, em uma memorável reunião no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, ele rasgara a bandeira do PTB.

Agora, infelizmente, é o próprio PDT que, em Aquidauana, cai nas mãos dos seguidores da UDN e de Golbery, para desgraça do trabalhismo histórico brasileiro e, para ultraje da memória de Leonel Brizola.

Vejamos a história da Carta Brandi:

Quando Juscelino postulava, pelo PSD, a Presidência da República, o avanço de sua candidatura assustava a UDN.

Em oposição, o General Juarez Távora foi lançado pelo Partido Democrata Cristão (PDC), que recebeu o apoio do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

A UDN passou a apoiar Juarez Távora, indicando para vice Mílton Campos.

Ademar de Barros se lançou pelo Partido Social Progressista (PSP), tendo como vice Danton Coelho.
Durante a campanha foi divulgada uma carta, datada de 5 de agosto de 1953 e endereçada ao então ministro do Trabalho, João Goulart, mencionando contatos secretos que este teria mantido com Juan Domingo Perón, então presidente da Argentina, para implantar uma república sindicalista no Brasil.

A raivosa e golpista UDN insistia na veracidade da carta.

O suposto autor, o deputado argentino Antonio Jesus Brandi, revelava também a existência de contrabando de armas argentinas para o Brasil.

Para averiguar as denúncias foi aberto um inquérito policial militar (IPM), presidido pelo general Emílio Maurel Filho, que concluiu pela falsidade da Carta Brandi.

A UDN que já acreditava na vitória da chapa JK-Jango, lançou mão de outro expediente para impedir sua posse.

Às vésperas do pleito apresentou uma emenda constitucional transferindo para a Câmara dos Deputados a eleição presidencial no caso de o eleito não conseguir maioria absoluta.

Não conseguiu, porém, aprová-la.

Queria mudar as regras depois do jogo começado.

Outra tentativa udenista:

Consistia em Impedir a posse de Juscelino, mediante conspiração, com o apoio do Presidente Café Filho (Vice de Getúlio) e do Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, o qual substituiu Café Filho na Presidência da República, ambos afastados pelo então Ministro da Guerra, General João Baptista Dufles, permitindo não só a posse de Juscelino, como o exercício de seu mandato histórico.

Como a história se repete, pode estar acontecendo agora, como ocorreu no passado, o tiro acabar saindo pela culatra, pois não se pode subestimar a inteligência do povo e, muito menos, tripudiá-lo.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Lula estranha reativação da Quarta Frota da Marinha Americana

Sabrina Craide
Enviada Especial

Nova York (Estados Unidos) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (22), em Nova York, que estranhou a reativação da Quarta Frota da Marinha Americana no Oceano Atlântico, logo após a descoberta do petróleo na camada pré-sal.

“Estranhamos que, depois que encontramos o petróleo, a Quarta Frota vá tomar conta do Atlântico exatamente na área que tem petróleo. Penso que não tem problema, a nossa preocupação agora é tentar explorar esse petróleo e fazer com que ele possa ajudar o povo brasileiro a mudar de vida”, disse. Lula afirmou que já conversou com o presidente George Bush sobre o assunto.

Ao comentar a crise financeira nos Estados Unidos, que atinge toda a economia mundial, Lula disse que é preciso haver medidas para dificultar a especulação financeira.

“Ninguém pode fazer de dinheiro de pensionistas um cassino. Quer ganhar dinheiro, ganhe investindo em coisas que gerem mais empregos, mais renda. Não especulando, e depois querem dividir o prejuízo com os mais pobres. Não podemos aceitar isso. Quando ganham, ganham sozinhos. Quando perdem, querem socializar”, criticou Lula.

Ele disse que, apesar de não haver sinais de que a crise chegue no Brasil, o governo está preocupado. “Se houver recessão nos Estados Unidos, isso vai repercutir em todo o mundo.”

sábado, setembro 20, 2008

CRISE SISTÊMICA




Resposta dos EUA à crise: socialização de prejuízos

Alan E. Cober




O governo e o Congresso dos EUA se juntaram para tentar produzir um feixe de medidas contra a crise financeira que eletrifica os mercados mundiais.



A coisa será costurada ao longo do final de semana. Uma das providências sob análise prevê a adoção de um remédio amargo para o contribuinte norte-americano.



Estuda-se a criação de uma agência governamental com poderes e dinheiro para assumir o passivo de instituições financeiras micadas.



A tal agência encamparia os bancos encalacrados, engoliria o lado podre dos balanços e devolveria a parte boa ao mercado.



Em bom português: será uma mega-socialização dos prejuízos que envenenam o sistema bancário dos EUA.



Estima-se em cerca de US$ 1 trilhão o custo da brincadeira. Uma conta a ser espetada na tabuleta do Tesouro norte-americano.



o secretário do Tesouro, Henry Paulson, "Este país é capaz de se unir e realizar as coisas rapidamente quando é preciso, pelo bem do povo americano".



"Agora estamos trabalhando para combater um risco sistêmico e a tensão em nossos mercados de capitais”, diz Henry Paulson, o secretário do Tesouro.



Em uma frase, Paulson expõe o miolo da picanha que foi levada à grelha:



“Falamos de um enfoque integral, que exigirá uma nova legislação, para enfrentar os ativos sem liquidez nos Estados Unidos."



O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA) ecoa Paulson:



"Nos unimos para trabalhar em uma rápida solução, que ataque o foco do problema: os ativos sem liquidez dos balanços das instituições financeiras."



Confirmando-se a receita desse churrasco que reserva ao cidadão norte-americano apenas sal grosso, a perspectiva é de que o furacão dê uma trégua.



O que inquieta os mercados ao redor do mundo é a iminência de uma surpresa a cada esquina.



Se a Casa Branca assegura que vai engolir todos os micos –inclusive os que estão por vir—cessam, em tese, as dúvidas que embalam a onda de pânico.



PS.: Ilustração via sítio Artist Gallery.

Escrito por Josias de Souza às 03h32

quinta-feira, setembro 18, 2008

Crise nos EUA está longe do fim, segundo especialistas


Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil


São Paulo - A crise nos Estados Unidos, cujo capítulo mais recente foi a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos daquele país, ainda está longe do fim, afirmam especialistas consultados hoje (17) pela Agência Brasil.

A falência do Lehman Brothers foi um capítulo à parte na porque o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, não emprestou dinheiro para evitar a concordata do banco. "O mercado entendeu isso como uma mudança de rota e se assustou com a decisão [do Fed]", explica Tharcisio Bierrenbach de Souza Santos, diretor do curso MBA da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) de São Paulo. Em março, o Fed emprestou dinheiro para que o banco JP Morgan comprasse o quase falido Bear Stern.

"A inadimplência no crédito afetou a saúde financeira dos bancos e isso desencadeou a crise na bolsa", explica o professor Antonio Correa de Lacerda, do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A crise, lembram os especialistas, foi provocada por problemas no mercado imobiliário americano.

"Guardadas as devidas proporções, esta crise tem o tamanho e a gravidade da crise de 1929", acredita Santos. Ele explica que o mundo hoje está mais preparado do que na década de 30, quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. "Hoje o mercado esta mais controlado, temos uma série de mecanismos para não deixar a situação se alastrar.”

A crise econômica, segundo especialistas, não tem hora para acabar. E, segundo o diretor da FAAP, a bolha americana não é a única. "Há situações semelhantes em diversos países da Europa, como a Holanda e a Inglaterra e até mesmo na Oceania, na Nova Zelândia e na Austrália", diz.

Mas como esta crise afeta o cidadão comum no Brasil? O economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultoria, explica que por hora o país não está sentindo os efeitos da crise. "O principal efeito é a queda de commodities, que não se reflete diretamente na economia real, só no mercado de exportações", ensina.

Para o professor da PUC, as bolsas de valores estimulam o crescimento e o surgimento das empresas e o movimento da economia acompanha seu ritmo. "Uma crise profunda diminui a capacidade de expansão das empresas e, conseqüentemente, de gerar empregos."

quinta-feira, setembro 11, 2008

Britânicos fazem maior estudo da história sobre pessoas que 'voltaram da morte'



Foto: Reprodução Foto: Reprodução
'Túnel de luz', retratado neste quadro de Hieronymus Bosch (séc. 15), é comumente mencionado nas experiências de quase-morte (Foto: Reprodução)

Pacientes europeus e dos Estados Unidos participarão da pesquisa.
Morrer é um processo, e não um fato pontual, lembra médico.

Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo




Neurologistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, estão se preparando para iniciar o maior estudo de todos os tempos sobre as misteriosas experiências de quase-morte -- eventos em que pessoas dizem ter ido até a fronteira do Além e voltado para contar a história. O trabalho vai monitorar pacientes que passam raspando pela morte em solo britânico, em países da Europa continental e nos Estados Unidos, anunciou a instituição.



O projeto Aware (sigla inglesa de "consciência durante ressuscitação") será liderado por Sam Parnia, especialista em estudos sobre a consciência humana durante a morte clínica. Após 18 meses de um estudo-piloto no Reino Unido, a iniciativa está sendo ampliada para outros países.


"Ao contrário do que se acredita popularmente, a morte não é um momento específico. É um processo que começa quando o coração pára de bater, os pulmões não funcionam mais e o cérebro deixa de registrar atividade. É o que chamamos de parada cardíaca, a qual, do ponto de vista biológico, é idêntica à morte clínica", disse Parnia em comunicado oficial. "Durante uma parada cardíaca, todos esses critérios estão presentes. Segue-se então um período, que pode durar de alguns segundos a uma hora ou mais, no qual esforços médicos de emergência podem fazer o coração voltar a funcionar e reverter o processo. O que as pessoas experimentam durante esse período nos dá uma janela única para entender o que acontece conosco durante o processo de morrer."

Fique longe da luz

É nessas condições que entre 10% e 20% dos pacientes relatam passar por fenômenos como o aparecimento de um túnel de luz, o surgimento de um 'filme' de toda a sua vida diante de seus olhos ou a capacidade de ver e ouvir tudo o que acontece no quarto de hospital, às vezes "de cima" do próprio corpo, como se o paciente estivesse flutuando.

O objetivo dos médicos é usar tecnologias sofisticadas para estudar diretamente o cérebro e o estado de consciência dos que sofrem uma parada cardíaca, para tentar confirmar essas afirmações. A idéia é, ao mesmo tempo, usar esses conhecimentos para melhorar as condições gerais de saúde mental e física desses pacientes.


Alguns dos achados mais recentes da neurociência apontam como possível explicação para as experiências de quase-morte uma pane na região do cérebro responsável pelo senso de identidade e autopercepção do corpo. Se a hipótese estiver correta, a pessoa à beira de morrer perderia a capacidade de separar seu próprio organismo do ambiente externo, levando à impressão de se ver "de cima".

quarta-feira, setembro 10, 2008

Sistema de saúde dos EUA está a beira do colapso financeiro

Gastos com tratamentos chegam a quase um quinto do PIB americano.
Mesmo assim, cerca de 50 milhões de pessoas não têm plano médico.

Luis Fernando Correia Especial para o G1


Saúde em foco

O maior sistema de saúde do mundo vive uma crise inédita em sua história. Uma crise que vem aumentando a cada ano e já se tornou a maior preocupação dos cidadãos daquele país. Estamos falando do sistema de saúde americano. O país mais rico do mundo gasta muito em saúde e mesmo assim não obtêm os resultados que gostaria, e seu futuro é incerto.



Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN


O gasto com saúde nos Estados Unidos chegou em 2007 a US$ 2,3 trilhões, e a perspectiva, se nada mudar, é de que em 2016 chegue a US$ 4,2 trilhões. Esse montante equivale a 16% do Produto Interno Bruto (PIB) e, daqui a oito anos, eles deverão estar gastando 20% do que é produzido para pagar a conta da saúde.


Apesar dessa montanha de dinheiro, 47 milhões de cidadãos não têm seguro-saúde. Os preços dos prêmios de seguro-saúde subiu quatro vezes mais rápido do que os salários nos últimos seis anos. O país vive uma epidemia de obesidade e doenças crônicas, como diabetes e males cardíacos. E, de cada dólar gasto em saúde, somente quatro centavos vão para estratégias de prevenção.


Muitos podem estar pensando: "O que tenho eu a ver com os problemas do sistema de saúde dos ianques? Os nossos problemas já bastam." Além de vivermos em um mundo globalizado, onde as aspirações e desejos de consumo são compartilhados, costumamos importar estratégias e métodos, portanto acompanharmos o que se desenrola lá pode nos ajudar a não repetirmos os erros aqui. Os vizinhos do norte estão em ano eleitoral e o debate está acirrado. Nos próximos artigos vamos mostrar quais são as propostas dos dois principais partidos para tentar reverter o tsunami da saúde nos Estados Unidos.

quarta-feira, setembro 03, 2008

General admite que grampo pode ter sido feito na Abin

O Globo

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, admitiu que servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) podem ter participado do grampo nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ao depor na CPI dos Grampos, o general defendeu o ex-diretor da Abin Paulo Lacerda, afastado pelo presidente Lula, mas disse que funcionários da agência podem ter feito a escuta clandestina à revelia da cúpula do órgão. E que quem teme ser grampeado deveria evitar usar o telefone: “Tecnologia antigrampo, a única efetivamente eficaz, seria não abrir a boca”.

Os delegados da Polícia Federal encarregados do inquérito sobre o grampo foram apresentados ao presidente do STF – que será ouvido como testemunha no caso.

Em Vitória, o presidente Lula disse que afastou a direção da Abin para mostrar que a investigação será transparente. O substituto de Lacerda será Wilson Roberto Trezza, funcionário de carreira da agência.

(Sinopse Radiobrás)

segunda-feira, setembro 01, 2008

Pronasci das estradas propõe educação no trânsito


Da Agência Brasil



Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Hélio Cardoso Derenne, lançam hoje (1º) o projeto Unidades de Atendimento ao Cidadão (Unaci). Será às 14h30, no auditório do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit) em Curitiba.


O novo modelo de policiamento faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) voltado para as rodovias federais. Em entrevista coletiva, o ministro e o inspetor vão explicar o novo esquema, que deve distribuir viaturas e instalar novos postos da PRF conforme critérios científicos, diminuindo o tempo de resposta às ocorrências e aumentando a sensação de segurança nas estradas.


O Unaci também prevê ações sociais nos municípios contemplados pelo projeto, com ênfase na educação de trânsito e saúde do motorista profissional.


Após a coletiva, o ministro Tarso Genro fará visita de inspeção a um posto da Polícia Rodoviária na BR-116,.