sexta-feira, junho 06, 2008

REUNIÃO DE PARTICIPAÇÃO SISTÊMICA SOBRE UM PROBLEMA, TAMBÉM, SISTÊMICO: A FOME NO MUNDO

Raul e Cia aborda situação da fome no mundo

Sexta-feira, 06 de Junho de 2008 | 09:46Hs
Carolina Acosta

O programa Raul e Cia de hoje abordou a reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) com os 193 países que discutiram a situação da fome no mundo. Segundo dados divulgados durante a cúpula, 850 milhões de pessoas sofrem uma "situação dramática de emergência alimentar" de desnutrição e a nova crise de preços dos alimentos arrastou outros 100 milhões para a indigência.

Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, braço da ONU para Alimentação e Agricultura, havia dito, ao inaugurar na terça-feira a Cúpula sobre Segurança Alimentar, que havia passado o tempo das palavras e era hora da ação. Dois dias depois, a cúpula termina sem ação alguma e quase sem palavras.

Após três dias de debates e discursos, foram anunciadas verbas de 3 bilhões de dólares contra a fome, um décimo do que a FAO considera necessário. No documento, tido como decepcionante, o que ficou foi um pedido de "ação coordenada e urgente"

contra a alta dos alimentos e a cobrança de mais investimentos na agricultura. O texto não toma partido para os biocombustíveis, a principal bandeira internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pede somente a realização de "estudos em profundidade" e um "diálogo internacional".

A declaração final da cúpula foi aprovada, sob objeções e críticas de vários países, com os compromissos de eliminar a fome do mundo e de não utilizar os alimentos como um instrumento político e econômico.

Argentina, Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua condenaram fortemente a falta de medidas reais para a erradicação da fome no mundo. A representante equatoriana disse que "são muitos os países que não estão de acordo" com a minuta da declaração, embora nenhum tenha bloqueado a aprovação do documento, com exceção da Argentina, que fez objeção ao texto inteiro.

Os 193 países que integram a FAO, no entanto, se comprometeram a reduzir "à metade, até 2015", o número de pessoas que passam fome no mundo, segundo os termos da declaração final a que se chegou depois de complexas negociações.

Resta ao povo a esperança de que alguma coisa, de fato, possa ser feita. Caso contrário, num futuro muito próximo, a situação pode se tornar insustentável, onde a fome poderá crescer de forma galopante.

Informações da Folhaonline

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