AUSÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO SISTÊMICOS COMPROMETEM A EFICIÊNCIA E A EFICÁCIA DO SETOR AÉREO
Claudia Safatle:
"Há um total colapso na gestão do sistema de controle do tráfego e do espaço aéreo"
(Valor Econômico - Sinopse Radiobrás - 20-07-07)
* Renato Cláudio Costa Pereira:
Falta coordenação ao sistema aéreo.
(Folha de São Paulo - Sinopse Radiobrás - 20-07-07)
OPINIÃO DO BLOG:
Concordamos que há colapso no setor aéreo e que existe falta de coordenação, mas discordamos que tal seja designado "sistema", pois se trata, exatamente do contrário", de um "não sistema".
Por definição, sistema é "um conjunto de partes interligadas e interrelacionadas, capazes de operar conjuntamente, com um propósito definido".
Isto é tudo que o setor aéreo não é.
A sua estrutura ("anatomia") não é sistêmica, por isto mesmo, não pode ter um funcionamento ("fisiologia") de caráter sistêmico.
Os órgãos que tratam de problemas e atividades afins estão colocados de maneira dispersa.
O pretenso "sistema", não tem uma "cabeça", por isto, seu corpo opera de modo desarticulado, incoordenado, como diagnostica Renato Cláudio Costa Pereira:
"Falta coordenação ao sistema aéreo" e,
segundo Claudia Safatle:
"Há um total colapso na gestão do sistema de controle do tráfego e do espaço aéreo"
Como parte da terapêutica para a patologia do setor aérea é lhe atribuir uma organização sistêmica, criando o Sistema Único de Controle do Espaço Aéreo (SUCEA), mas isto não constitui uma panacéa, pois precisa se complementar por uma operacionalização, também, de natureza sistêmica, por gestores e pessoal que tenham intimidade com a metodologia sistêmica.
Em julho de 1975 foi criado, através da Lei 6229, o Sistema Nacional de Saúde, precursor do atual Sistema Único de Saúde (SUS) que, até hoje, se acha desarticulado e caótico.
Entre as múltiplas causas do seu mal funcionamento, destaca-se o fato de que seus quadros parece desconhecer ou não ter interesse em aplicar a filosofia que inspirou sua instauração.
Malgrado isto, o pensamento sistêmico vem, rotineiramente, sendo adotado pela administração pública federal, cujos exemplos, além da mencionada criação do SUS, destacam-se:
- a unificação da Previdência Social, no governo ditatorial;
- a criação do Ministério da Defesa, no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso;
- a unificação dos programas sociais, incluídos no Bolsa Família;
- a instituição do Sistema Nacional de Segurança Pública (SUSP);
- a criação da Receita Federal do Brasil e outros, confirmando a tendência de organização sistêmica da Administração Pública Federal do país.
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