sábado, julho 21, 2007

AUSÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO SISTÊMICOS COMPROMETEM A EFICIÊNCIA E A EFICÁCIA DO SETOR AÉREO


Claudia Safatle:

"Há um total colapso na gestão do sistema de controle do tráfego e do espaço aéreo"

(Valor Econômico - Sinopse Radiobrás - 20-07-07)


* Renato Cláudio Costa Pereira:

Falta coordenação ao sistema aéreo.

(Folha de São Paulo - Sinopse Radiobrás - 20-07-07)


OPINIÃO DO BLOG:

Concordamos que há colapso no setor aéreo e que existe falta de coordenação, mas discordamos que tal seja designado "sistema", pois se trata, exatamente do contrário", de um "não sistema".

Por definição, sistema é "um conjunto de partes interligadas e interrelacionadas, capazes de operar conjuntamente, com um propósito definido".

Isto é tudo que o setor aéreo não é.

A sua estrutura ("anatomia") não é sistêmica, por isto mesmo, não pode ter um funcionamento ("fisiologia") de caráter sistêmico.

Os órgãos que tratam de problemas e atividades afins estão colocados de maneira dispersa.

O pretenso "sistema", não tem uma "cabeça", por isto, seu corpo opera de modo desarticulado, incoordenado, como diagnostica Renato Cláudio Costa Pereira:

"Falta coordenação ao sistema aéreo" e,

segundo Claudia Safatle:

"Há um total colapso na gestão do sistema de controle do tráfego e do espaço aéreo"

Como parte da terapêutica para a patologia do setor aérea é lhe atribuir uma organização sistêmica, criando o Sistema Único de Controle do Espaço Aéreo (SUCEA), mas isto não constitui uma panacéa, pois precisa se complementar por uma operacionalização, também, de natureza sistêmica, por gestores e pessoal que tenham intimidade com a metodologia sistêmica.

Em julho de 1975 foi criado, através da Lei 6229, o Sistema Nacional de Saúde, precursor do atual Sistema Único de Saúde (SUS) que, até hoje, se acha desarticulado e caótico.

Entre as múltiplas causas do seu mal funcionamento, destaca-se o fato de que seus quadros parece desconhecer ou não ter interesse em aplicar a filosofia que inspirou sua instauração.

Malgrado isto, o pensamento sistêmico vem, rotineiramente, sendo adotado pela administração pública federal, cujos exemplos, além da mencionada criação do SUS, destacam-se:

- a unificação da Previdência Social, no governo ditatorial;

- a criação do Ministério da Defesa, no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso;

- a unificação dos programas sociais, incluídos no Bolsa Família;

- a instituição do Sistema Nacional de Segurança Pública (SUSP);

- a criação da Receita Federal do Brasil e outros, confirmando a tendência de organização sistêmica da Administração Pública Federal do país.

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