sábado, novembro 21, 2009

ENTRE AS 67 PESSOAS MAIS PODEROSAS DO MUNDO, LULA É O ३३., SEGUNDO A FORBES

WASHINGTON, EUA, 12 Nov 2009 (AFP) - O presidente Barack Obama é a pessoa mais poderosa do mundo segundo lista criada pela revista Forbes, que concede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o 33o. lugar na relação de 67 nomes divulgada nesta quinta-feira no site da revista econômica.


Segundo a publicação, a escolha dos 67 nomes faz parte do objetivo de indicar uma pessoa poderosa em cada 100 milhões, dentro dos 6,7 bilhões de habitantes do planeta.

Atrás de Obama, em segundo lugar, está o presidente da China, Hu Jintao, e, em terceiro, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin.

Na lista há nomes das mais variadas tendências, como o líder do cartel de drogas mexicano, Joaquin Guzman, que ocupa o 41o. lugar, bem à frente dos presidentes francês Nicolas Sarkozy e russo Dmitry Medvedev.

O Papa Bento XVI se encontra na 11a. posição, atrás do fundador da Microsfot, William Gates.

Osama bin Laden ocupa o 37o. lugar, o líder religioso supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei é o 40o e o presidente venezuelano Hugo Chavez é o último da lista (67o.)h.

Poucas mulheres aparecem no ranking: a chanceler alemã Angela Merkel está em 15o. lugar, a secretária de Estado americana Hillary Clinton em 17o., e a apresentadora de TV americana Oprah Winfrey, em 45o.

Lista completa das pessoas mais poderosas do mundo segundo a Forbes:

Barack Obama

Hu Jintao

Vladimir Putin

Ben Bernanke

Sergey Brin e Larry Page

Carlos Slim

Rupert Murdoch

Michael T. Duke

Abdullah bin Abdul Aziz al Saud

William Gates III

Papa Bento XVI

Silvio Berlusconi

Jeffery R. Immelt

Warren Buffett

Angela Merkel

Laurence D. Fink

Hillary Clinton

Lloyd C. Blankfein

Li Changchun

Michael Bloomberg

Timothy Geithner

Rex W. Tillerson

Li Ka-shing

Kim Jong Il

Jean-Claude Trichet

Masaaki Shirakawa

Sheikh Ahmed bin Zayed al Nahyan

Akio Toyoda

Gordon Brown

James S. Dimon

Bill Clinton

William H. Gross

Luiz Inácio Lula da Silva

Lou Jiwei

Yukio Hatoyama

Manmohan Singh

Osama bin Laden

Syed Yousaf Raza Gilani

Tenzin Gyatso

Ali Hoseini-Khamenei

Joaquin Guzman

Igor Sechin

Dmitry Medvedev

Mukesh Ambani

Oprah Winfrey

Benjamin Netanyahu

Dominique Strauss-Kahn

Zhou Xiaochuan

John Roberts Jr.

Dawood Ibrahim Kaskar

William Keller

Bernard Arnault

Joseph S. Blatter

Wadah Khanfar

Lakshmi Mittal

Nicolas Sarkozy

Steve Jobs

Fujio Mitarai

Ratan Tata

Jacques Rogge

Li Rongrong

Blairo Maggi

Robert B. Zoellick

Antonio Guterres

Mark John Thompson

Klaus Schwab

Hugo Chavez
entre as

sábado, novembro 07, 2009


Quando acusou Lula de uma espécie de neoperonista, FHC vestia, em cheio, o traje da direita oligárquica latinoamericana. Que não perdoou e segue sem perdoar os líderes populares latinoamericanos que lhes arrebataram o Estado de suas mãos e impuseram lideranças nacionais com amplo apoio popular.

Os três – Perón, Getúlio e Lula – têm em comum a personificação de projetos nacionais, articulados em torno do Estado, com ideologia nacional, desenvolvendo o mercado interno de consumo popular, as empresas estatais, realizando políticas sociais de reconhecimento de direitos básicos da massa da população, fortalecendo o peso dos países que governaram ou governam no cenário internacional.

Foi o suficiente para que se tornassem os diabos para as oligarquias tradicionais – brancas, ligadas aos grandes monopólios privados familiares da mídia, aos setores exportadores, discriminando o povo e excluindo-o dos benefícios das políticas estatais. Apesar das políticas de desenvolvimento econômico, especialmente industrial, foram atacados e criminalizados como se tivessem instaurados regimes anticapitalistas, contra os intereses do grande capital. Quando até mesmo os interesses dos grandes proprietários rurais – nos governos dos três líderes mencionados – foram contemplados de maneira significativa.

Perón e Getúlio dirigiram a construção dos Estados nacionais dos nossos dois países, como reações à crise dos modelos primário-exportadores. Fizeram-no, diante da ausência de forças políticas que os assumissem – seja da direita tradicional, seja da esquerda tradicional. Eles compreenderam o caráter do período que viviam, se valeram do refluxo das economias centrais, pelos efeitos da crise de 1929, posteriormente pela concentração de suas economías na II Guerra Mundial, tempo estendido pela guerra da Coréia.

A colocação em prática das chamadas políticas de substituição de importações permitiram a nossos países dar os saltos até aqui mais importantes de nossas histórias, desenvolvendo o mais longo e profundo ciclo expansivo das nossas economias, paralelamente ao mais extenso processo de conquisas de direitos por parte da massa da população, particularmente os trabalhadores urbanos.

Se tornaram os objetos privilegiados do ódio da direita local, dos seus órgãos de imprensa e dos governos imperiais dos EUA. Dos jornais oligárquicos – La Nación, La Prensa, La Razón, na Argentina, ao que se somou depois o Clarin; o Estadao, O Globo, no Brasil, a que se somaram depois os ódios da FSP e da Editora Abril. Os documentos do Senado dos EUA confirmam as articulações entre esses órgãos da imprensa, as FFAA, os partidos tradicionais e o governo dos EUA nas tentativas de golpe, que percorreram todos os governos de Perón e de Getúlio.

Não por acaso bastou terminar aquele longo parêntese da crise de 1929, passando pela Segunda Guerra e pela guerra da Coréia, com o retorno maciço dos investimentos estrangeiros – particularmente norteamericanos, com a indústria automobilística em primeiro lugar -, para que fossem derrubados Getúlio, em 1954, e Perón, em 1955.

Mas os fantasmas continuaram a asombrar os oligarcas brancos, que sentiam que aqueles líderes plebeus – tinham desprezo pelos líderes militares, que deveriam, na opinião deles, limitar-se à repressão dos movimentos populares e aos golpes que lhes restabeleceriam o poder – lhes tinham roubado o Estado e, de alguma forma, o Brasil.

O golpe militar argentino de 1955 inaugurou a expressão “gorila” para designar o que mais tarde o ditador brasileiro Costa e Silva chamaria, de “vacas fardadas”. A direita apelava aos quartéis, porque não conseguia ganhar eleições dos líderes populares. Durante os anos 50, no Brasil, fizeram articulações golpistas o tempo todo contra Getúlio, até que o levaram ao suicídio. Tentaram impedir a posse de JK, alegando que tinha ganho as eleições de maneira fraudulenta. JK teve que enfrentar duas tentativas de levantes militares de setores da Aeronáutica contra seu governo, legitimamente eleito, tentativas sempre apoiadas pela oposição da época, em conivência com os governos dos EUA.

O peronismo esteve proscrito políticamente de 1955 a 1973. Até o nome de Perón era proibido de ser mencionado na imprensa. (Os opositores usavam Juan para designá-lo ou alguns de seus apelidos.) Quando foram feitas eleições com um candidato peronista concorrendo – Hector Campora -, ele triunfou amplamente e – ao contrário de Sarney no Brasil – convocou novas eleições, truiunfando Perón, que governou um ano, até que foi dado o golpe de 1976, pelas mesmas forças gorilas.

No Brasil, o governo João Goulart foi vítima do mesmo tipo de campanha lacerdista, golpista, articulada com organismos da “sociedade civil” financiados pelos EUA, articulados com a imprensa privada, convocando as FFAA para um golpe, que acabou sendo dado em 1964.

Perón, Getúlio e, agora, Lula, tem em comum a liderança popular, projetos de desenolvimento nacional, políticas de redistribuição de renda, papel central do Estado, apoio popular, discurso popular. E o ódio da direita. Que usou todos os “palavrões”: populista, carismático, autoritário, líder dos ”cabecitas negras”, dos “descamisados” (na Argentina). A classe média e o grande empresariado da capital argentina, assim como a clase média (de São Paulo e de Minas, especialmente) e o grande empresariado, sempre a imprensa das rançosas famílias donas de jornais, rádios e televisões.

É o ódio de classe a tudo o que é popular, a tudo o que é nacional, a tudo o que cheira povo, mobilizações populares, sindicatos, movimentos populares, direitos sociais, distribuição de renda, nação, nacional, soberania. FHC se faz herdeiro do que há de mais retrógado na direita latinoamericana – da UDN de Lacerda, passando pelos gorilas do golpe argentino de 1955, pelos golpistas brasileiros de 1964, pelo anti-peronismo e o anti-getulismo, que agora desemboca no anti-lulismo. Ao chamar Lula de neo-peronista, quer usar a o termo como um palavrão, como acontece no vocabulário gorila, mas veste definitivamente a roupa da oligarquia latinoamericana, decrépita, odiosa, antinacional, antipopular. Um fim político coerente com seu governo e com seus amigos aliados.

Postado por Emir Sader às 06:16