sábado, julho 25, 2009

Gripe comum matou 17 por dia em São Paulo em 2008


da Folha de S.Paulo

A gripe comum foi responsável por 17 mortes por dia em São Paulo no ano passado. Ao todo, 6.324 pessoas morreram na cidade em 2008 devido a males provocados pela gripe, como pneumonias, bronquites e outras doenças pulmonares.

Para chegar a esses números, a Folha tabulou os dados do Tabnet (sistema da prefeitura de São Paulo que disponibiliza números de mortalidade na cidade) com base em critérios do Ministério da Saúde.

Nesta semana, o ministério anunciou que 70.142 pessoas foram mortas pela gripe sazonal no país em 2008.

Os números de São Paulo permitem algumas comparações entre a gripe sazonal e a suína --que chegou ontem a 33 óbitos no país, após o ministério corrigir os dados divulgados na quinta-feira e São Paulo confirmar mais quatro mortes.

Assim como o vírus da gripe suína, que, de acordo com infectologistas se espalhou mais no inverno, o da gripe sazonal faz mais vítimas nesta época.

Para Jarbas Barbosa, gerente de vigilância, prevenção e controle de doenças da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), há, entretanto, uma diferença importante entre a gripe comum e a suína. Enquanto a primeira mata mais os idosos, a outra tem mais óbitos entre a população adulta e jovem.

Em São Paulo, por exemplo, 45% dos óbitos por gripe comum em 2008 foram de pessoas com mais de 80 anos. Já na gripe suína, dos 32 mortos com idade conhecida, 19 tinham menos de 30 anos.

Ainda não foi feito um estudo que possa explicar a diferença, diz Barbosa. Uma das hipóteses é a de que os idosos tenham algum tipo de imunidade em relação à nova gripe, pois podem ter entrado em contato com vírus similares, que circularam nos anos 50 e 60.

"Na gripe comum, os idosos morrem, normalmente, por complicações da doença, como pneumonia bacteriana, que aparece depois que a gripe já deixou o organismo mais fraco", explica Carlos Magno Fortaleza, professor de moléstias infecciosas da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Na gripe suína, diz o gerente da Opas, o vírus normalmente é o próprio causador da morte, em geral por pneumonia viral.

Fortaleza afirma que é provável que sejam registrados mais óbitos por gripe neste ano, já que os dois tipos de vírus estão circulando.

"Teremos os óbitos da gripe comum e os mortos pela gripe suína. Por isso é importante que a população se vacine contra a gripe comum."

Mortes confirmadas

Ontem, a Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou mais quatro mortes por gripe suína no Estado: duas na capital, uma em Campinas (93 km de SP) e outra em Cosmópolis (região de Campinas). Agora, o Estado de São Paulo soma 16 óbitos e o total do país passa para 33.

A vítima de Cosmópolis é uma mulher de 20 anos, que estava grávida de sete meses (o bebê sobreviveu). É a quarta gestante morta no país em consequência da gripe suína.

Na capital, morreu uma menina de 4 anos, que tinha histórico de asma e bronquiolite.

Os outros dois óbitos confirmados ontem são de um homem de 58 anos, da capital, com problemas hepáticos graves, e de uma mulher de 37 anos, de Campinas.

sexta-feira, julho 17, 2009

GRIPE SUÍNA ATINGE AMPLITUDE SISTÊMICA NO PLANETA

Gripe suína se espalha em "velocidade sem precedentes", afirma OMS


Do UOL Notícias*
Em São Paulo


A gripe suína se propaga a uma "velocidade sem precedentes", reconheceu a Organização Mundial da Saúde (OMS), que informou em nota oficial que, em apenas seis semanas, se espalhou tanto quanto a gripe sazonal em seis meses durante as últimas pandemias.


A entidade afirmou que uma maior expansão da doença no mundo é inevitável e que, em muitos países com transmissão sustentada do vírus, está sendo "extremamente difícil, se não impossível", confirmar cada caso mediante exames de laboratório.

Desta perspectiva, a OMS considera que contabilizar os casos individuais não é mais necessário para que os países com grande quantidade de infectados possam avaliar o nível de risco do novo vírus e determinar as medidas apropriadas.

Por essa razão, a organização afirmou que não divulgará mais relatórios sobre o número global de casos confirmados de gripe suína por países, mas informará regularmente quando novos países forem atingidos.

A organização continuará pedindo que esses países informem sobre os primeiros casos que forem verificados e que, na medida do possível, forneçam dados semanais e uma descrição epidemiológica dos pacientes.

Segundo a OMS, a pandemia de gripe suína está, até o momento, caracterizada por sintomas leves na maioria dos pacientes. Em geral, os infectados se recuperam mesmo sem tratamento médico após uma semana com os sintomas.


No entanto, ainda existe a necessidade de monitorar "eventos incomuns", como séries de mortes causadas pelo vírus e de problemas respiratórios que necessitam hospitalização. Mudanças no padrão de transmissão também devem ter a atenção dos serviços de saúde dos países afetados.

O último balanço divulgado pela OMS, datado de 6 de julho, registrava 94.512 casos e 429 mortes por gripe suína no mundo.

*Com informações de Efe e Agência Brasil
UOL Celular

terça-feira, julho 14, 2009

Uma nova Queda da Bastilha: O Senado brasileiro, símbolo do absolutismo, instaurado por um conluio de senadores e funcionários, é sacudido pelo seu presidente que, acuado, atira toda a "marmelada" no ventilador.

Leia a matéria seguinte:


Sarney decreta "revolução" no Senado: anula 663 atos secretos e determina devolução de dinheiro

Claudia Andrade
Do UOL Notícias

Em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou, por meio de ato nesta segunda-feira (13), a anulação de todos os 663 atos indicados como secretos por relatório de comissão instituída para investigar irregularidades na Casa.

O ato assinado também determina à Diretoria-Geral que, no prazo "improrrogável de 30 dias, apresente à Comissão Diretora as providências que devem ser adotadas para ressarcir aos cofres públicos os "recursos eventualmente pagos de forma indevida". Assim, essas contratações estão automaticamente anuladas. O ato 294 ainda será publicado no boletim administrativo da Casa.

* Jonas Pereira/Agência Senado

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi alvo de mais uma denúncia no final de semana: de que a Fundação José Sarney teria desviado R$ 500 mil de um patrocínio da Petrobras

Escândalos dos atos secretos

A comissão de sindicância que fez o levantamento dos atos administrativos utilizados para criar cargos e aumentar salários divulgou relatório no dia 23 de junho apontando 663 decisões mantidas em sigilo.

No mesmo dia, a Mesa Diretora decidiu anular um dos atos, que estendia aos diretores-gerais do Senado o plano de saúde vitalício concedido aos parlamentares.

Na última terça-feira (7), um segundo ato secreto havia sido anulado, o que transformou chefes de gabinete de secretarias em chefes de gabinete de senadores.

Na prática, a mudança no nível das funções comissionadas representava um aumento de gratificação.

O diretor-geral Haroldo Tajra afirmou que 40 servidores foram beneficiados pelo ato, mas não chegaram a receber o aumento previsto.

Tajra também afirmou que "99% dos atos" não poderiam ser anulados por tratarem de exoneração e nomeação de pessoas que prestaram serviços ao Senado.

Também na terça, o MPF (Ministério Público Federal) pediu à Polícia Federal que investigasse os atos secretos do Senado.

O MPF determinou que os atos não publicados fossem analisados caso a caso.

Os atos secretos foram expedidos ao longo dos últimos 14 anos, período em que Agaciel Maia, afastado, ocupou o cargo de diretor-geral do Senado.

Leia a íntegra do ato a seguir:

Ato do Presidente nº 294 de 2009

"Anula 663 atos administrativos cuja divulgação tenha desrespeitado o princípio constitucional da publicidade.

O presidente do Senado Federal, no uso de suas atribuições regimentais e regulamentares,

Considerando as conclusões da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009;

Considerando que o art. 37 da Constituição Federal vincula os atos da Administração Pública à sua ampla publicidade;

Considerando que as conclusões do Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, evidenciam a não publicação de atos administrativos, em desrespeito ao princípio constitucional da publicidade,

Resolve:

Art. 1º Anular os 663 atos administrativos veiculados nos 312 Boletins Administrativos de Pessoal referidos no Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, cuja divulgação não tenha obedecido ao princípio da ampla publicidade (art. 37, CF/88).

Art. 2º Determinar à Diretoria-Geral que, no prazo improrrogável de 30 dias, apresente à Comissão Diretora relatório circunstanciado contendo as providências adotadas com o objetivo de cumprir fielmente o disposto neste Ato e nas disposições constitucionais e legais de regência, assim como o integral ressarcimento aos cofres públicos dos recursos eventualmente pagos de forma indevida.

Art. 3º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

Sala de reuniões da Presidência, em 13 de julho de 2009"

po

quarta-feira, julho 08, 2009

Reforma eleitoral: Câmara libera uso de internet em eleições, mas com restrições

Do UOL Notícias
Em São Paulo

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (8) mudanças nas regras eleitorais. Entre as mudanças, os deputados aprovaram a liberação da internet nas campanhas, mas com restrições. Os deputados estão votando neste momento os destaques, que visam alterar o texto principal aprovado.
Você aprova a liberação do uso de internet em eleições?


Pela proposta, os provedores de conteúdo na internet estarão proibidos de dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação, ou seja, sites não poderão expressar a preferência por um ou outro candidato. A prática atualmente é permitida em veículos impressos.

A votação do projeto de lei foi feita pelo processo simbólico. Poucos deputados se manifestaram contra a emenda substitutiva global apresentada em plenário pelo relator da proposta, deputado Flávio Dino (PC do B-MA).
Outras notícias do Congresso


Após a votação dos destaques, o projeto será encaminhado à apreciação do Senado Federal. Se aprovado e promulgado até o inicio de outubro, as novas regras eleitorais já valerão para as eleições de 2010.

Serão adotadas para a internet as mesmas leis de TV e rádio. Nos veículos de radiodifusão, as regras são mais restritivas que no meio impresso, pois as emissoras necessitam de autorização do governo para funcionar. Charges e montagens também estão vedadas pela nova legislação.

Os candidatos serão proibidos de comprar espaços publicitários na internet, apesar de a compra ser permitida nos meios impressos. Segundo o relator, a restrição aconteceu por "puro conservadorismo" dos congressistas em relação à nova tecnologia.

"Não podemos permitir que haja na internet propaganda caluniosa, difamatória, injuriosa, mentirosa e campanha de baixo nível. Então, estamos prevendo multas e direito de resposta. Quem for ofendido terá direito de ir ao blog, ao site e se manifestar", afirmou o relator.

A propaganda eleitoral será permitida somente nos blogs, sites, comunidades e outros veículos de comunicação do próprio candidato. Não haverá restrições aos eleitores que quiserem fazer sites de apoio a políticos.
Análise: Com medo, políticos querem restringir internet em eleições (gravado em 29/06/2009)

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A proposta de reforma também acaba com a exigência de sites com domínio ".can.br". Mas para não sofrerem sanções, os candidatos terão de registrar seus sites no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo os deputados que discutiram a proposta, o registro deve ajudar a proteger os candidatos de calúnia e difamação.

A campanha na rede será permitida a partir do dia 5 de julho de cada ano, a exemplo do que acontecesse em outros veículos.

Também está previsto o direito de resposta na rede. O dono de um blog que difame um candidato terá de dar espaço ao atingido.

As regras dos outros meios de comunicação também valerão para os debates com candidatos na internet. Para que eles ocorram, será necessária a concordância de dois terços dos políticos que disputam o cargo.

Doações e mulheres na política
Pelo projeto, doações feitas por pessoas físicas serão permitidas com o limite atual, que é de 10% do rendimento bruto do ano anterior à eleição e até 50% dos bens móveis. As doações poderão ser feitas por cartão de crédito pela internet, por meio de formulário eletrônico. Empresas não poderão doar pela internet.

Sobre as propostas que aumentam a participação das mulheres nas eleições, Flávio Dino informou que foi aprovada uma reserva de 5% do fundo partidário para promoção de atividades de incentivo à presença feminina na política e de reserva de 10% do tempo dos partidos para que elas possam se manifestar. "São dois grandes avanços. Hoje, esses percentuais são zero", ressaltou.

Mais de cem emendas
Os deputados devem votar agora as 136 emendas que foram apresentadas ontem na Casa. Ao longo da votação, os deputados poderão pedir a análise em separado de cada um dos itens.

Entre as emendas, está a proibição de times de futebol e federações do esporte fazerem doações a candidatos -o que acabaria com o grupo de deputados conhecido por "bancada da bola" na Casa. Há ainda emendas que regulam a distribuição do horário partidário na televisão e rádio.

Pontos polêmicos, como a permissão de outdoors, serão destacados pelas lideranças partidárias no plenário, para não dificultar a votação da proposta principal.

Apesar das divergências, a proposta será votada diretamente no plenário, sem ter passado por nenhuma das comissões da Câmara. Segundo Dino, a atitude não foi precipitada. "Já discutimos reforma política e eleitoral todo dia na Casa, de forma permanente", disse.

O principal objetivo dos congressistas é criar uma legislação sobre o assunto e diminuir o poder do TSE. Devido à ausência de leis específicas para a internet, a regulamentação do uso da rede tem ficado nas mãos do tribunal.

*Com informações da Agência Brasil